sábado, 30 de outubro de 2010

Retomar as rédeas

Deu na Folha de S. Paulo


Próximo presidente terá de recuperar padrão mais responsável de gestão das contas públicas, submetidas hoje a subterfúgios contábeis

Um olhar menos atento sobre contas do Tesouro Nacional referentes a setembro poderá se admirar com o saldo de R$ 26,1 bilhões economizado para pagamento dos juros da dívida -o chamado superavit primário.

Esse resultado no entanto só foi possível graças uma entrada de R$ 31,9 bilhões decorrente da operação de capitalização da Petrobras - sem a qual o deficit seria de R$ 5,8 bilhões. Trata-se de mais um artifício contábil para manter as aparências.

Não é difícil identificar as graduais mudanças do governo Lula na gestão das contas públicas. No primeiro mandato houve a preocupação de fixar uma imagem de austeridade em contraste com velhas bandeiras populistas. Logo após a posse anunciou-se aumento da meta de superavit primário de 3,75% para 4,25% do PIB.

Ao longo dos primeiros anos por vezes o superavit superou a meta. Promovia-se um ajuste e tentava-se convencer os investidores de que não havia um "Plano B" heterodoxo a caminho.

Foi a época das reformas microeconômicas, que levaram à criação do crédito consignado e a avanços institucionais no mercado de capitais, importantes para os anos seguintes.

A partir de 2006, com a aceleração do crescimento e o aumento das receitas tributárias, inaugurou-se um período de maior folga. Por algum tempo a margem foi usada de modo positivo - auxiliou na implantação das transferências sociais, por exemplo, num esforço para reduzir desigualdades e garantir que o crescimento fosse menos excludente.

As metas continuaram sendo atingidas - mas a facilidade proporcionada pelo crescimento foi gradualmente minando os controles e o apetite para reformas.

A crise global de 2008 foi o ponto de inflexão. A forte expansão de gastos e do crédito público revelou-se correta no primeiro combate à recessão, mas a cautela com que se cercou, no início, essa política foi abandonada.

Desde então, operações arriscadas envolvendo o Tesouro e o BNDES passaram a ser acompanhadas de subterfúgios contábeis que obscurecem a situação das contas e desmoralizam as metas de superavit.

Espera-se que o novo governo promova uma "parada de arrumação". O padrão de gastos sempre crescentes não é compatível com o crescimento sustentado. Os riscos de aumento da inflação e de alta de juros impõem um período de contenção.

Além disso, a necessidade de aumentar investimentos, racionalizar tributos e reduzir as pressões de valorização do real, entre outros desafios, exigem que se recupere um padrão responsável de gestão das contas públicas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PF VINCULA QUEBRA DE SIGILO AO COMITÊ DE DILMA

A Polícia Federal já farejou o elo que vincula a quebra de sigilo fiscal de tucanos e familiares de José Serra ao comitê eleitoral de Dilma Rousseff.

Deve-se a revelação ao repórter Leonardo Souza.
Em notícia veiculada pela Folha, ele informa o seguinte:

1. A investigação da PF descobriu que foi o jornalista Amaury Ribeiro Jr. quem encomendou os dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB e a Serra.

2. Amaury atuou num “grupo de inteligência” que operava no comitê de Dilma na fase de pré-campanha. Abrigava-se no imóvel que aparece na foto lá do alto

3. Os dados fiscais obtidos mediante pagamento. Chama-se Dirceu Rodrigues Garcia o intermediário da compra. É despachante. Atua em São Paulo.

4. A PF soube que o repórter Amaury contactou o despachante Dirceu graças ao cruzamento de informações telefônicas.

5. Numa primeira inquirição, Dirceu negou participação nos malfeitos. Confrontado com os dados extraídos das contas de telefone, mudou o depoimento.

6. O despachante disse que Amaury lhe pagou R$ 12 mil pela obtenção das informações protegidas por sigilo fiscal.

7. Constavam da encomenda as declarações de IR de Veronica Serra e Alexandre Borgeois, filha e genro do presidenciável tucano.

8. O pacote incluiu também dados fiscais de Eduardo Jorge, dirigente do PSDB; Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC,Gregório Preciado, marido de uma prima de Serra; e Ricardo Sérgio Oliveira, ex-diretor do BB na era tucana e ex-coletor de campanhas do PSDB.

9. Segundo o despachante Dirceu, uma vez obtidos os dados, o repórter Amaury deslocava-se até São Paulo para recolhê-los.

10. No caso da filha e do genro de Serra, o sigilo fiscal foi quebrado na agência da Receita em Santo André.

11. O despachante Dirceu acionou o Office-boy Ademir Cabral, que contactou outro despachante: Antonio Carlos Atella.

12. Coube a Atella, munido de procurações falsas, retirar as declarações de renda de Verônica e do marido dela nos balcões do fisco em Santo André.

13. Quanto às informações dos outros personagens, foram extraídas dos computadores do fisco na agência de Mauá.

14. Aqui, Atella acionou, segundo a PF, outro despachante. Chama-se Fernando Araújo Lopes.

15. Para obter os dados, Fernando Araújo pagou à servidora Adeilda dos Santos, lotada à época no fisco de Mauá.

16. A investigação da PF foi aberta depois que o repórter Leonardo Souza da veiculação de notícia levada por Leonardo Souza às páginas da Folha em junho.

17. Revelou-se que dados fiscais sigilosos do tucano Eduardo Jorge constavam das folhas de dossiê que circulava no grupo de “inteligência” do comitê de Dilma.

18. O repórter Amaury sempre negou participação na quebra dos sigilos. Não admite tampouco ter prestado serviços para a campanha de Dilma.

19. Amaury participou, porém, em abril, de reunião ocorrida num restaurante de Brasília. Nesse encontro, revelado por ‘Veja’, montar esquema para espionar Serra.

20. Nessa época, coordenava o grupo de “inteligência” do comitê de Dilma o jornalista Luiz Lanzetta. Ele também tomou parte da reunião de abril.

21. Depois que a movimentação do grupo foi às manchetes, Lanzetta afastou-se da campanha petista. E grupo que ele coordenava foi desfeito.

22. O flat em que o repórter Amaury se hospedou em Brasília foi custeado pelo PT. Em entrevista à Veja, ele disse que petistas teriam furtado dados de seu laptop.

23. A encomenda dos dados fiscais de tucanos, parentes e amigos de Serra foi feita , segundo a PF, em outubro de 2009.

24. Nessa época, Amaury era funcionário do jornal ‘O Estado de Minas’. Numa tentatvia de tomar distância da encrenca, o petismo insinua que o diário mineiro é próximo de Aecio Neves.

25. Há dois meses, o secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas (PR), declarou que Amaury investigava Serra graças a acerto de Aécio com o jornal.

26. Aécio disputava com Serra a vaga de candidato do PSDB ao Planalto. Daí, segundo Vargas, o interesse em desgastar o correligionário.

27. Ainda de acordo com Vargas, coube a Fernando Pimentel (PT-MG) levar para dentro do comitê de Dilma os dados coletados por Amaury.

28. Aécio classificou a versão do petista Vargas de rematada tolice. Fernando Pimentel não levou o “amigo” a sério.

29. A PF já inquiriu no inquérito do Fiscogate 37 pessoas. Indiciou sete. Entre elas os despachantes Dirceu Rodrigues, Antonio Atella e Fernando Araújo; o Office-boy Ademir Cabral e a servidora Adeildda. Amaury, por ora, não foi indiciado.

Sindicância aponta novos elos do caso Erenice

O esquema de tráfico de influência comandado pelo filho da ex-ministra Erenice Guerra usava não apenas a estrutura da Casa Civil mas também a de pelo menos outros dois órgãos da Presidência da República: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), informa reportagem de Andreza Matais e Felipe Coutinho, publicada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de São Paulo(íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Computadores e funcionários dessas outras duas repartições foram utilizados pelo grupo de amigos de Israel Guerra, filho de Erenice que era peça central do contato de empresários com negócios do governo --cobrando uma "taxa de sucesso" pelo tráfico de influência.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Três motivos para não votar 13/13

Mesmo sem ter a intenção de influenciar o voto de quem quer que seja, eu tenho três bons motivos para não votar na Dilma:

1. Rolo compressor no Congresso: a coligação formada pelo PT/PMDB/PR/PTB/PP/PDT e demais aliados elegeu 2/3 do Congresso Nacional; com a possibilidade da eleição da Dilma no segundo turno, todos os projetos de interesse do Poder Executivo terão prioridades na tramitação em detrimento de qualquer outro; é o enfraquecimento do Poder Legislativo com todas as suas conseqüências negativas; com ameaças concretas de mudanças na Constituição Federal do tipo - implantação de controle sobre a imprensa/alteração no conceito de propriedade/alteração na questão de invasão de terra/abafamento de escândalos/não abertura de CPI/ etc.

2. A recriação da CPMF: atribui-se à derrubada do conhecido “imposto do cheque” as dificuldades do sistema de saúde; durante toda a campanha do PT no primeiro turno, inclusive no Pará, muito se justificou o caos na saúde a ausência dos recursos da CPMF; com maioria no Congresso o imposto tem tudo para ser recriado e ampliada a carga tributária sobre os nossos ombros;

3. Ampliação do tamanho da máquina estatal: o orçamento da União destina algo em torno de um por cento para investimento, pois o restante dos recursos vai para pagamento da dívida e manutenção da máquina estatal; com a permanência do governo do PT na Presidência da República, a “cumpanheirada” vai aumentar e conseqüentemente vai precisar de mais recurso para custear a farra; advinha quem vai pagar a conta.

Por esses e outros motivos é que vou de 90; ou seja, 45 para Presidente e 45 para governador.

E confirma!!!!!

domingo, 17 de outubro de 2010

CORDEL TAMBÉM É CULTURA

Professor Janduhi Dantas Nóbrega, da Paraíba dá aulas de gramática usando versos de cordel

Vejam alguns exemplos:

Previlégio ou Privilégio?

É com e ou é com i?
Preste atenção no recado:
Quem pronuncia ou escreve
Previlégio está errado,
Quem grafa ou diz privilégio
É um privilegiado

Maisena, com s

Maizena escrita com z
É a da marca afamada,
A maisena da gramática
É a com s grafada:
S depois de ditongo,
Diz a regra, camarada!

Porque de todo jeito

O emprego dos porquês
Há quem ache complicado.
Há porque de todo jeito:
Porque junto, separado,
Com acento, sem acento,
Há porque pra todo agrado!

Porque junto e sem acento
Será uma conjunção
Explicativa ou causal,
De um pois tendo a função:
“Mateus está de castigo
Porque não fez a lição”.

“Por que não telefonou?”
(Veja como está grafado):
Na frase interrogativa,
Sem acento e separado
“Por que não disse a Maria?”,
“Por que não deu o recado?”

Por pelo qual e flexões
Por que também é usado
(Sendo a preposição por
Ao pronome que ligado):
“Sei que é grande o sofrimento
Por que você tem passado”.

Quando for substantivo,
Porquê junto, acentuado;
Vindo depois de artigo
E por motivo empregado:
“Ele não disse o porquê
De à aula ter faltado”.

Por quê — em final de frase
Interrogativa ou não.
E o que é acentuado
Se no fim da oração:
“Lumária te disse o quê?”
(Entenda, preste atenção!).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

VENDEDOR DE ILUSÃO - BLOG CENSURADO

ADRIANA VANDONI

Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova.

Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual.
Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora.
O lema de Goebbels era uma mentira repetida várias vezes, se tornará uma verdade.
O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente.
Vejamos alguns dados vendidos pelo ilusionista.
O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares.
Você sabia ou não quer saber?
A pergunta é: pagou?
Quitou?
Saldou?
Não.
Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.
Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003 ano da posse do ilusionista que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de reais.
Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16,5%.
Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete.
Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão.
É o aparelhamento do Estado.
Enquanto isso os gastos com infra-esturutra só subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%.
Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo?
O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão fora da marolinha, mas nos outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário.
Nas áreas cruciais em que se esperaria a mão forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança o que temos são desastres e mais desastres, mortandades.
O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe.
Já os Estados Unidos (eta capitalismo) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores.
O Brasil não aparece com nenhuma..
São números.
O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária.
O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam.
Na verdade não deveriam interessar mesmo.
Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade.
Se querem saber, em todos os países onde houve reforma agrária, logo em seguida eles se tornaram países importadores de alimento.
A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando.
Mas continuamos com o discurso de reforma agrária.
A URSS quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e consequentemente a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo.
Entendam.
Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões.
A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil quilos de feijão por hectares, depois da reforma agrária praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares.
Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa.
Mas eles não sabem nem querem saber sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos.
Pois bem, os companheiros acreditam nos milagres da reforma agrária.
Dizem que estão mudando o país.
É para gargalhar.
Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que a diminuição dos impostos nos setores de eletrodoméstico fez o comércio e indústria neste setor produzir e vender mais.
O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos.
O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento.
Mas o discurso dos petistas é outro.
Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.

É o ilusionismo de Lula.

sábado, 2 de outubro de 2010

O QUE VIRÁ DEPOIS?

Em vídeo gravado, em 03.09, na residência do ex-candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, o advogado Adriano Borges, genro do ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, discute uma forma de interferir no resultado do julgamento que o STF faria dias depois sobre recurso que o ex-governador moveu contra sua inclusão na “Lei da Ficha Limpa.”

A tática de Adriano Borges seria entrar no caso, o que tornaria seu sogro impedido de votar: isto resultaria em um placar de 5 votos a favor e quatro contra o caso Roriz.

O vídeo mostra Borges e Roriz tratando honorários na casa de R$ 4,5 milhões.

Eri Varela, delegado da coligação que era encabeçada por Joaquim Roriz, anunciou que usará o vídeo como prova de trafico de influencia, em queixa crime a ser protocolada no STF, contra o ministro Ayres Brito, seu genro Adriano Borges e contra o ministro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, cujo nome é citado num trecho do vídeo