quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Deságio da tarifa elétrica x ágio dos combustíveis.

O consumidor de energia elétrica ainda não teve a felicidade de ver a materialidade do deságio no talão, mas a partir de hoje (30) a Petrobras vai entregar gasolina e diesel às distribuidoras com um aumento de 6,6% e 5,4% respectivamente.
As distribuidoras, que não são irmãs de caridade, pronto repassarão o ágio ao consumidor.
Como os combustíveis são indispensáveis na logística nacional, não pagará a conta apenas quem tem carro: o supermercadista pagará um frete maior pelo feijão que colocar na gôndola e repassará isso à clientela, que nem notará os centavos a mais na registradora.
> A Petrobras alivia o caixa
A Petrobras precisava desesperadamente do aumento: a contabilidade já não fechava com os preços artificialmente bancados para segurar a meta da inflação.
O governo segurou o que pode. Abdicou, desde 2005, da arrecadação da Cide (imposto federal dos combustíveis) para anular a alta nos postos, mas chegou ao seu limite com tanta renúncia fiscal.
Com o aumento, a Petrobras injeta no caixa cerca de R$ 600 milhões mensais e alivia a perda de R$ 16,7 bilhões que sofreu em 2012 com o controle do preço dos combustíveis.
> Segurando as pontas
A equipe econômica continua pintando o sete para segurar as pontas: o deságio na conta de energia elétrica compensa o aumento dos combustíveis e neutraliza a pressão inflacionária.
Os economistas brasileiros, desde Roberto Campos, que inventou a correção monetária, deixam qualquer prêmio Nobel de economia com câimbra mental. Eles conseguem praticar esses malabarismos quando qualquer outro país do mundo, na mesma situação, já teria caído em um abismo fiscal por um simples motivo: falam a verdade ao distinto público.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Efeito colateral da redução da tarifa de energia.

 Comentário de uma consumidora comum diante da redução do valor da tarifa:
"Boa noite!
Vamos aproveitar que a Dilma baixou a taxa de energia eletrica em 18%! vou ligar o ar, o ventilador e o chuveiro também! rsrs"

Liberdade de expressão ameaçada.

 

Condenado a pagar indenização de R$ 410 mil, jornalista paraense foi alvo de mais de 30 processos judiciais. Para autoras, tenta-se assim “inviabilizar a produção de um jornal alternativo que denuncia desmandos de grupos de poder locais”
Congresso em Foco
Brenda Taketa e Rose Silveira
Reconhecido no final do ano passado com o Prêmio Especial Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, entre as várias homenagens recebidas por seu trabalho nos últimos anos, o jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, que edita há 25 anos o Jornal Pessoal, foi novamente condenado pelo Judiciário paraense.
Desta vez, ele deverá pagar quantia próxima a R$ 410 mil (ou 600 salários mínimos) ao empresário Romulo Maiorana Júnior e à empresa Delta Publicidade S/A, de propriedade da família Maiorana, também detentora de um dos maiores grupos de comunicação das regiões Norte e Nordeste, as Organizações Romulo Maiorana.
A decisão da desembargadora Eliana Abufaiad, que negou o recurso interposto pelo jornalista no primeiro semestre de 2012, data de 21 de novembro de 2012, mas foi publicada apenas em 22 de janeiro com uma incorreção e, por causa disso, republicada na última quarta-feira, dia 23. O jornalista vai recorrer da decisão, tentando levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas teme que a condenação seja confirmada.
Romulo Maiorana Júnior alega ter sofrido danos morais e materiais devido à publicação, em 2005, do artigo “O rei da quitanda”, no qual o jornalista abordava a origem e a conduta do empresário à frente de sua organização. Por causa desse texto, em 12 de janeiro do mesmo ano, Lúcio Flávio foi agredido fisicamente pelo irmão do empresário, Ronaldo Maiorana, junto com dois seguranças deste em um restaurante de Belém.
Depois da agressão, o jornalista também se tornou alvo de 15 processos judiciais, penais e cíveis, movidos pelos irmãos. Chegou a ser condenado em 2010 a pagar uma quantia de R$ 30 mil, mas recorreu da decisão do juiz Francisco das Chagas.
A recente decisão da desembargadora Eliana Abufaiad, se confirmada, significará um duro golpe às atividades desempenhadas por Lúcio Flávio, que não dispõe de recursos financeiros para arcar com as indenizações.
Desde os anos 1990 foram movidos contra ele mais de 30 processos judiciais, que representam uma tentativa de inviabilizar a produção de um jornal alternativo que denuncia fraudes e desmandos de empresários e grupos de poder locais.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dilma, preste atenção: o país é de todos!

 

Após o pronunciamento em rede nacional onde a Presidente Dilma anuncia a redução da tarifa de energia  e em seguida critica os seus opositores, entre muitos, ouviu-se a voz da jornalista Miriam Leitão, através do jornal O Globo que afirmou:
"A mensagem da parte final da fala da presidente Dilma Rousseff lembrou o princípio usado na propaganda oficial do governo Médici. Confundiu crítica, ou análise que contrarie o discurso oficial, com falta de amor à pátria. Misturou governo e nação.
Como sabem os que combateram o regime, entre eles a própria presidente, governos são sempre temporários e não são a encarnação da país.
Discordar de uma decisão governamental, apontar riscos, não é torcer contra. Só governos de índole autoritária fazem esse tipo de interpretação. Se esse for o tom da campanha da presidente por mais um mandato será lamentável."

E conclui que "Há fatos intrigando especialistas ouvidos pelo governo que podem indicar que há sistemas de previsão internos que precisam ser aperfeiçoados. Tudo isso deveria estar sendo analisado com cuidado. Mas o governo preferiu transformar a energia em bandeira política e entregou o tema ao maniqueísmo próprio dos marqueteiros das campanhas eleitorais."


Parsifal (PMDB) também não refresca com Dilma.

Em seu conhecido Blog o Deputado Parsifal, um dos líderes do PMDB/Pa, assim se posicionou a respeito do pronunciamento da Presidente em rede nacional: 
"A presidente extrapolou as prerrogativas da presidência
Assisti o pronunciamento: a presidente ultrapassou os limites constitucionais da sua prerrogativa de convocar cadeia de rádio e televisão para se dirigir à nação.
Essa prerrogativa não é da presidente e sim da presidência (e aí o cargo é impessoal e apartidário) para falar sobre assunto de relevante interesse nacional. Quem o usa está obrigado a agir como mandatário maior de um dos poderes da República e não como filiado, ou mandatário, de partido político.
Quando a presidente fala em cadeia nacional é a República que está falando através do Poder Executivo e a República não convoca cadeia nacional para dizer que está fazendo uma liquidação de energia elétrica.
 A presidente deveria usar o horário político do PT
Se a presidente desejava tirar proveito eleitoral do ato, que não é ilegal ou ilegítimo, dever-se-ia reservar ao horário político do PT e não usar 8 minutos da fala da República para “responder” críticas ao seu governo vindas da imprensa e de outros partidos, o que ela chamou de “seus adversários”: isso só se vê em países totalitários, onde o chefe de Estado é quem dita as normas e ninguém deve ousar discordar.
E até mesmo quem ousar, não pode, sequer arbitrariamente, convocar cadeia nacional de rádio e TV para a réplica, o que apunhala de morte a igualdade de direitos políticos."
 
PS: Para minha surpresa a chamada para o início da rede nacional não se utilizou do Brazão da República nem identificou a Dilma como "Presidenta".
Será que haverá mudança quanto a isso?
Vamos acompanhar os acontecimentos em Brasilia durante a convocação dos Prefeitos.
MB
 

O BRASIL PITORESCO DE MAURICE RUGENDAS

(By JBF)

Poucos conhecem o que se escreveu no Brasil, e sobre o Brasil, no período colonial e imperial. As publicações daquela época, quando reeditadas posteriormente, são, em geral, obras raras e muito caras. Por isto de difícil acesso ao público leitor. Praticamente a totalidade destas obras encontra-se, atualmente, na Biblioteca Mindlin em São Paulo. E, recentemente, se iniciou um projeto de digitalização destas obras para futuramente disponibilizá-las ao público.
Rubens Borba de Moraes fez uma tentativa de tornar conhecidas as obras raras sobre o Brasil, publicadas de 1504 a 1900, e as obras de autores brasileiros, publicadas no estrangeiro antes da independência do Brasil. O elenco destas obras, com pequenos textos explicativos, encontramos nos seus dois volumes de “Bibliographia Brasiliana”. Por isto, mesmo que não nos seja possível adquirir as preciosas obras sobre a nossa pátria, relacionadas por R.B. de Moraes, podemos, contudo, verificar na “Bibliographia Brasiliana” a riqueza literária no Brasil desde a descoberta até 1900.
Entre a relação dos livros da “Bibliographia Brasiliana” encontramos, por exemplo, a obra de Maurice Rugendas: Voyage pittoresque dans Le Brésil; traduit de l’allemand par Mr. De Golbery, 165 pp. 54 x35cm. Mulhouse-Engelman & Cie, Paris 1853. Esta obra compõe-se de 100 pranchas e um texto explicativo. O texto, redigido em alemão, vem acompanhado por uma tradução francesa feita por Mr. De Golbery. A obra apareceu, inicialmente, em 20 fascículos. Depois de compilados estes fascículos, os preços do livro começaram a cair, chegando à metade do valor inicial. No século XX a obra novamente adquiriu seu valor real, sendo hoje rara e de difícil aquisição.
A viagem pitoresca através do Brasil:
Nas enciclopédias, Rugendas é classificado como artista e viajante alemão, nascido em Augsburg em 1802. Desde a sua mais tenra infância manifestou dotes extraordinários para desenhar a natureza. Os animais, sobretudo os cavalos, foram os objetos prediletos de seus estudos. Formou-se nos ateliers de dois pintores consagrados no gênero: A. Adam e Quaglio.
Em 1821, um diplomata alemão, M. de Langsdorf, o escolheu para acompanhá-lo ao Brasil. O jovem desenhista passou aqui cinco anos. Empolgado com a natureza pujante de nossa terra e as suas paisagens encantadoras, embrenhou-se pelas florestas virgens e recolheu rico material, que utilizou para a publicação de sua “Viagem pitoresca através do Brasil”. Esta obra saiu pela primeira vez a lume em Paris no decorrer dos anos de 1827-1835, em fascículos. Somente em 1853 estes fascículos foram reunidos em um volume in-folio, contendo 100 pranchas litografadas, juntamente com o texto explicativo em alemão e francês. Por ocasião do Quarto Centenário do Rio de Janeiro a “Viagem pitoresca…” de Rugendas foi reimpressa com uma tiragem limitada de 1000 exemplares. Esta edição reproduz as 100 pranchas do livro original com o texto em francês e uma tradução em português do mesmo.
Rugendas procura retratar e descrever o Brasil tal qual ele se apresentava aos olhos do viajante. A sua intuição de artista fixa com grande sensibilidade aquelas características mais típicas de nossa terra e de nosso povo. Retrata nos seus desenhos a variedade das diferentes regiões territoriais, que ele denomina de pitorescas, em oposição às regiões da administração política. Dando o motivo de sua divisão pitoresca, Rugendas diz: “Se pesquisássemos as causas e as circunstâncias que motivaram esta divisão, evidentemente, deveríamos dizer que foram as variedades do clima e do solo que nos levaram a fazê-lo”.
Rugendas divide o Brasil em seis regiões “pitorescas”: a região do Rio Amazonas, do Paraguai, do Paraná, da Costa do Sul, do São Francisco e do Paraíba, ou da Costa do Norte. Como diz: “As três primeiras não pertencem totalmente ao Brasil, mas em sua maior parte. Elas são limitadas por muitas cadeias montanhosas. A região Amazônica é delimitada ao norte por uma cadeia de montanhas que se estende de oeste a leste, separando este território do Orenoco, e servindo de fronteira entre o Brasil e a Colômbia. Estes montes recebem o nome de Serra-Parime, Serra-Paracaína, Serra-Tucumaque e enviam ao Amazonas um grande número de rios. Entre os quais, o mais digno de ser citado, está o Rio Negro, que no Cassiquiare une o Orenoco ao Amazonas. Ao sul e ao leste, uma outra cadeia de montanhas envolve a Província do Amazonas, separando-a do Paraguai, do Paraná e do São Francisco…”
Desta forma, Rugendas percorre as diversas regiões do Brasil, descrevendo a geografia e os hábitos mais característicos das populações. Desenha a natureza e os tipos humanos mais representativos de cada região. A maior parte de suas pranchas na “Viagem pitoresca…”, porém, aproveita motivos paisagísticos e humanos do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.
Do Rio da Prata ao Orenoco:
Após os cinco anos de estadia no Brasil, Rugendas viaja a Paris para tratar da publicação de seu livro. Segue, posteriormente, para a Itália, onde se detém durante três anos nos Estados Napolitanos e na Sicília. Ali conseguiu auxílios para uma nova e grande aventura artística. Partiu, então, para uma viagem pela América do Sul, onde se deteve nada menos do que 15 anos. Percorreu o continente em todas as direções possíveis: do Rio de Prata ao Orenoco (divisa do Brasil com a Venezuela), da Bahia a Quaiaquil e a Lima. Chegou ao Chile e ao México. Nestes 15 anos aprontou mais de 3 mil desenhos, aquarelas e pinturas a lápis, retratando paisagens e pessoas. Hoje em dia esta coleção de desenhos e pinturas é muito preciosa sob diversos aspectos, especialmente na área de etnologia. Rugendas não teve dificuldades na venda desta nova coleção. O governo da Baviera imediatamente a adquiriu.
Terminada esta missão artística ao continente latino-americano, Rugendas ainda aceitou o pedido do Imperador da Prússia, que, por sugestão do famoso Von Humboldt, pediu ao artista duas séries de quadros, retratando as paisagens mais típicas colhidas na América.
A memória de Rugendas:
Rugendas morreu aos 56 anos de idade, em Munique. As fadigas que experimentara nas suas longas e penosas peregrinações através do continente americano lhe haviam abalado a saúde, naturalmente robusta. Sobre a obra de Rugendas, suas pinturas e viagens (especialmente ao Brasil, Rio da Prata, Chile e México) existem numerosos estudos. Geralmente de difícil acesso aqui no Brasil. Entre estes estudos, a melhor biografia, sem dúvida, é a de Gertrud Richert: Johann Moritz Rugendas, München, Filser Verlag, 1952. As muitas formas de cópias das pranchas de Rugendas, hoje em dia, as encontramos como quadros decorativos em residências, principalmente no Rio de Janeiro. Rugendas merece esta consideração, pois soube fixar magistralmente paisagens e costumes de nossa terra, cujo significado e cuja beleza talvez tivessem passado desapercebidos aos nossos olhos de brasileiros.
 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

PSDB solta nota e baixa a lenha em Dilma.

 

Nota distribuída pelo PSDB e assinada por Sérgio Guerra, seu presidente:

"O governo do PT acaba de ultrapassar um limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira.

Na noite desta quarta-feira, o país assistiu à mais agressiva utilização do poder público em favor de uma candidatura e de um partido político: o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e TV, sob o pretexto de anunciar, mais uma vez, a redução do valor das contas de luz, já prometida em rede nacional há quatro meses e alardeada em milionária campanha televisiva paga pelos contribuintes.

O caráter político-partidário do pronunciamento oficial da presidente pode ser constatado inclusive pela substituição do brasão da República pela marca publicitária do atual governo na vinheta de abertura da "peça publicitária" veiculada em cadeia nacional.

Durante os oito minutos de divulgação obrigatória por parte das emissoras de rádio e TV brasileiras, a presidente Dilma faltou com a verdade, fez ataques a seus adversários, criticou a imprensa e desqualificou os brasileiros que ousam discordar de seu governo.

O conceito de República foi abandonado. A chefe da Nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o “nós” e o “eles”. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor. É como se estivesse fazendo um discurso numa reunião interna do PT, em meio ao agitar das bandeiras e ao som da charanga do partido.

O PSDB denuncia o uso indevido feito de um instrumento reservado ao interesse público para promoção pessoal e política da presidente, e alerta os brasileiros para a gravidade desse ato que fere frontalmente os fundamentos do Estado democrático.

No governo do PT, tudo é propaganda, tudo é partidarizado. Nada aponta para o equacionamento verdadeiro dos problemas do país ou para uma solução efetiva.

Em vez de assumir suas responsabilidades de gestora, fazendo o governo produzir, o que se vê é o lançamento prematuro de uma campanha à reeleição, às custas do uso da máquina federal e das prerrogativas do cargo presidencial."

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Salve o Samba!

 


J. VIGGIANI (*)
Na música popular brasileira temos vários ritmos: jongo, caxambu, coco, embolada, calango, baião, lundu, ciranda, choro, batuque, forró, maxixe, veraneio e samba. Talvez existam outros gêneros perdidos e não divulgados no agreste desse Brasil tão grande. Mas desde a gravação do primeiro samba (Pelo Telefone) que muitos afirmam ser um samba amaxixado, surgiram vários apelidos para ele.
Samba canção, o samba romântico que versa geralmente sobre um caso de amor ou uma paixão não correspondida, a chamada dor de cotovelo.
Samba de partido alto, é feito de improviso e marcado na palma da mão; os partideiros versejam após um refrão que se repete em coro, surgiu nos terreiros (quadras) na década de 30. Foi um estilo surgido no século XX, tem sua origem nas famosas umbigadas dança de origem africana e tem muita semelhança com o batuque angolano. Era chamado por alguns bambas como samba raiado.
Samba duro, está praticamente em extinção, era dançado na roda da malandragem e nas tradicionais festas da Penha (Homenagem ao dia de N.S. da Penha) nas décadas passadas. Os sambistas em cima de um tablado desafiavam os rivais para um duelo de pernadas, onde um “plantava” e o outro tentava derrubá-lo com um golpe de perna e pé.
Samba miudinho, muito admirado pela maneira de ser sambado, sem tirar os pés do chão e com muito molejo e ginga, uma verdadeira arte de equilibrismo.
Samba suingue, uma versão instrumental, além da tradicional percussão, tem grande peso de metais e teclado.
Samba de breque, onde o interprete aproveita a pausa do acompanhamento para uma intervenção declamatória. É um samba bastante sincopado. Seu pioneiro foi Luiz Barbosa que marcava o ritmo no seu chapéu de palha.
Samba de roda, trazido para o Rio de Janeiro na metade do século XIX pelos negros africanos vindos do Recôncavo Baiano, se tornou a base do samba carioca. Em 2005 virou Patrimônio da Humanidade titulo dado pela UNESCO.
Samba de quadra, é composto em parceria ou individualmente, é a declaração de amor do(s) compositor(s), pela sua escola, é cantado abrindo os ensaios e também conhecido como samba de “esquenta” na armação da escola na avenida.
Samba enredo, herdado dos ranchos, o primeiro samba enredo foi de autoria de Cartola (Chega de Demanda), é o samba feito para que as escolas narrem seus enredos durante o desfile. É criado obedecendo a uma sinopse explicativa sobre o enredo, ou reuniões com o carnavalesco.
Pagode, nasceu no século XIX nome dado as reuniões festivas, regadas a comidas, bebidas e musicas, tomou conta do Rio de Janeiro nos anos 80, graça a industria fonográfica que o transformou em produto de consumo e se afastou do partido alto.Pode se dizer que pagode é o samba tocado com banjo, cavaquinho, tantã e repique de mão, não é propriamente um gênero musical, é mais um encontro de amigos. Mas como diz o grande Wilson das Neves (compositor e baterista): “Tudo é samba, parece que é tudo igual, mas não é.”.
Talvez por ter tantos nomes o samba com todo o respeito, é como um Deus, reverenciado em várias religiões, tem muitos nomes, mais na realidade ELE é único. Por isto, o samba que deve ser respeitado, tratado com dignidade e honestidade por todos aqueles que se dizem sambistas de verdade.
“SAMBA É RELIGIÃO, SAMBA NASCE DA ALMA”.

FUTRICAS EM FAMÍLIA .

(By JBF)

A presidente Dilma Rousseff está com o ex-ministro (com quem sempre conversa sobre economia brasileira) Delfim Netto engasgado na garganta, por conta de artigo que ele publicou condenando as manobras fiscais do governo, que rotulou de “deplorável operação de alquimia”.
Na opinião de Delfim, o governo teria construído “uma relação incestuosa
* * *
Delfim Netto foi o civil mais poderoso durante a ditadura militar e comandante absoluto da economia e das finanças do Brasil Grande dos milicos.
Foi, também, o mais importante conselheiro econômico do ex-presidente Lula, com quem costumava jantar no Palácio da Alvorada pra dar orientações a Lapa de Asno sobre como conduzir a revolução lulo-bolivariano-vermêia do Socialismo Muderno. Era uma convivência tão íntima e tão intensa que houve muitas especulações e boatos de que Delfim seria nomeado pro ministério petralha ou pra presidência do BNDES.
Uma influência que diminuiu intensamente quando Dilma chegou ao poder.
Quanto ao artigo que Delfim Netto escreveu na semana passada, escancarando as sacanagens e tapeações contábeis do gunverno petralha (mais umas…) e que deixou Dilma de orelha ardendo, de garganta engasgada e de priquita em brasa, transcrevo pros leitores do JBF os três últimos parágrafos:
“…..É pena, portanto, que o governo perca credibilidade em troca de nada, como, por exemplo, estimular a contabilidade “criativa”, pois um superávit primário de 2% do PIB faz todo o serviço de que precisamos. A recente “quadrangulação” para cumprir o superávit primário foi uma deplorável operação de alquimia. A repetição desses “truques contábeis” está construindo uma relação incestuosa entre o Tesouro Nacional, a Petrobras, o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Trata-se de uma sucessão de “espertezas” capazes de destruir o esforço de transparência que culminou na magnífica Lei de Responsabilidade Fiscal, duramente combatida pelo Partido dos Trabalhadores na sua fase de pré-entendimento da realidade nacional, mas que continua sob seu permanente ataque.
A quebra de seriedade da política econômica produzida por tais alquimias não tem qualquer efeito prático, mas tem custo devastador. Se repetida, vai acabar matando os próprios alquimistas pela inalação dos gases venenosos, que, todos sabemos, elas mesmas emitem…”
Até um militante do PT é capaz de entender isto que Delfim escreveu.
Como diria Natan, “deu pra tu???”

domingo, 20 de janeiro de 2013

O ranking da fortuna dos pastores.

(By Blog do JBF)
A revista americana “Forbes” fez um levantamento com base em dados do Ministério Público e da Polícia Federal, além de jornais e revistas brasileiras, para chegar a uma estimativa de renda dos pastores evangélicos do país.
A maior fortuna é do pastor Edir Macedo, que acumula US$ 950 milhões.
* * *

 
O curral de antas que dá dinheiro pra estes picaretas é o mesmo curral que dá votos pra eleger um Lula, um Sarney, um Maluf ou um Collor. Um curral que merece mesmo viver e ser feliz em Banânia. A Teologia da Prosperidade tem o mesmo programa de erradicação da miséria do PT: só promessa, picaretagem, embromação e, sobretudo, o péssimo uso do dinheiro de quem realmente dá duro e trabalha.
A Teologia da Prosperidade transformou em bilionário um fudido feito Edir Macedo tanto quanto trouxe a fortuna prum obscuro biólogo cuja bênção maior era ser filho de um presidente da república.
Assim como as igrejas neo-pentencostais têm um Deus nas nuvens, o Socialismo Muderno tem um Deus num apartamento de cobertura em São Bernardo do Campo.
 
O Mais Rico conversando com A Mais Bem Mandada e posando com O Mais Vivo (que atualmente se faz de morto…): um time de canalhas sustentado pelo curral de antas banânicas
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Confira o ranking da fortuna dos pastores:
1 – Edir Macedo – Fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que também tem templos no Estados Unidos. A fortuna chegaria a US$ 950 milhões.
2 -Valdemiro Santiago – Ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Teria acumulado US$ 220 milhões.
3- Silas Malafaia – Líder do braço brasileiro da Assembleia de Deus, maior igreja pentecostal do Brasil. Em 2011, a fortuna estimada era de US$ 150 milhões dólares.
4 – RR Soares – Compositor, cantor e apresentador Romildo Ribeiro Soares é o fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus. O valor estimado seria de US$ 125 milhões dólares .
5 – Estevam Hernandes Filho e sua esposa, Bispa Sonia – Fundadores da Igreja Renascer em Cristo. A fortuna estimada é de US$ 65 milhões.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"NÁUSEA"

 

Arnaldo Jabor

O Estado de S.Paulo



O grande Cole Porter tem uma letra de música que diz: "Conflicting questions rise around my brain/ Should I order cyanide or order champagne?" ("Questões conflitantes rondam minha cabeça/ devo pedir cianureto ou champagne?")
Sinto-me assim, como articulista. Para que escrever? Nada adianta, nada. E como meu trabalho é ver o mal do mundo, um dia a depressão bate.
A náusea - não a do Sartre, mas a minha. Não aguento mais ver a cara do Lula, o homem que não sabe de nada, talvez nem conheça a Rosemary, não aguento mais ver o Sarney mandando no País, transformando-nos num grande "Maranhão", com o PT no bolso do jaquetão de teflon, enquanto comunistas e fascistas discutem para ver quem é mais de "esquerda" ou de "direita", com o Estado loteado por pelegos sem emprego, não suporto a dúvida impotente dos tucanos sem projeto; não dá mais para ouvir quantos campos de futebol foram destruídos por mês nas queimadas da Amazônia, enquanto ecochatos correm nus na Europa, fazendo ridículos protestos contra o efeito estufa;
Não aguento mais contar quantos foram assassinados por dia, com secretários de segurança falando em "forças-tarefas" diante de presídios que nem conseguem bloquear celulares, não suporto a polêmica nacionalismo-pelego x liberalismo tucano, tenho enjoo de vagabundos inúteis falando em "utopias", bispos dizendo bobagens sobre economia, acadêmicos decepcionados com os 'cumpanheiros' sindicalistas, mas secretamente fiéis à velha esquerda, que só pensa em acabar com a mídia livre,tremo ao ver a República tratada no passado, nostalgias masoquistas de tortura, indenizações para moleques, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhuma reforma no Estado paralítico e patrimonialista,
Não tolero mais a falta de imaginação ideológica dos homens de bem, comparada com a imaginação dos canalhas, o que nos leva à retórica de impossibilidades como nosso destino fatal e vejo que a única coisa que acontece é que não acontece nada, apesar dos bilhões em propaganda para acharmos que algo acontece.
Odeio a dúvida de Dilma, querendo fazer uma política modernizante, mas batendo cabeça para o PT, esse partido peronista de direita. Não aturo a dúvida ridícula que assola a reflexão política: paralisia x voluntarismo, processo x solução, continuidade x ruptura; deprimo quando vejo a militância dos ignorantes, a burrice com fome de sentido, balas perdidas sempre acertando em crianças, imagens do Rio São Francisco com obras paradas e secas sem fim, o trem-bala de bilhões atropelando escolas e hospitais falidos, filas de doentes no SUS, caixas de banco abertas à dinamite, declarações de pobres conformados com sua desgraça na TV;
Tenho engulhos ao ver a mísera liberdade como produto de mercado, êxtases volúveis de 'descolados' dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, buscando ideais como a bunda perfeita, bundas ambiciosas querendo subir na vida, bundas com vida própria, mais importantes que suas donas,
Odeio recordes sexuais, próteses de silicone, pênis voadores, sucesso sem trabalho, a troca do mérito pela fama, não suporto mais anúncio de cerveja com louras burras, abomino mulheres divididas entre a 'piranhagem' e a 'peruice', repugnam-me os sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos de ganso de manequim, notícias sobre quem come quem,
Horroriza-me sermos um bando de patetas de consumo, rebolando em shoppings assaltados, enquanto os homens-bomba explodem no Oriente e Ocidente, desovando cadáveres na Palestina e em Ramos, ônibus em fogo no Jacarezinho e Heliópolis, a cara dos boçais do Hamas querendo jogar Israel no mar e o repulsivo Bibi invadindo a Cisjordânia, o assassino pescoçudo Assad eliminando o próprio povo, enquanto formigueiros de fiéis bárbaros no Islã recitam o Alcorão com os rabos para cima, xiitas sangrando, sunitas chorando, tudo no tão mal começado século 21, século 8.º para eles ainda, não aguento ver que a pior violência é nosso convívio cético com a violência, o mal banalizado e o bem como um charme burguês,
Não quero mais ouvir falar de "globalização", enquanto meninos miseráveis fazem malabarismo nos sinais de trânsito, cariocas de porre falam de política e paulistas de porre falam de mercado, museus pós-modernos em forma de retorcidos bombardeios em vez da leveza perdida de Niemeyer, espaços culturais sem arte nenhuma para botar dentro, a não ser sinistras instalações com sangue de porco ou latinhas de cocô de picaretas vestidos de "contemporâneos",
Não aguento chuvas em São Paulo e desabamentos no Rio, enquanto a Igreja Universal constrói templos de mármore com dinheiro arrancado dos ignorantes sem pagar Imposto de Renda, festas de celebridades com cascata de camarão, matéria paga com casais em bodas de prata, políticos se defendendo de roubalheira falando em "honra ilibada", conselhos de ética formado por ladrões, suplentes cabeludos e suplentes carecas ocultando os crimes, anúncios de celulares que fazem de tudo, até "boquete";
Dá-me repulsa ver mulheres-bomba tirando foto com os filhinhos antes de explodir e subir aos céus dos imbecis, odeio o prazer suicida com que falamos sem agir sobre o derretimento das calotas polares, polêmicas sobre casamento gay, racismo pedindo leis contra o racismo, odeio a pedofilia perdoada na Igreja,
Vomito ao ver aquele rato do Irã falando que não houve Holocausto, cercados pelas caras barbudas da boçal sabedoria de aiatolás, repugnam-me as bochechas da Cristina Kirchner destruindo a Argentina, a barriga fascista do Chávez, Maluf negando nossa existência, eternamente impune, confrange-me o papa rezando contra a violência com seus olhinhos violentos,
Não suporto Cúpulas do G20 lamentando a miséria para nada, tenho medo de tudo, inclusive da minha renitente depressão, estou de saco cheio de mim mesmo, desta minha esperançazinha démodé e iluminista de articulista do "bem", impotente diante do cinismo vencedor de criminosos políticos.
Daí, faço minha a dúvida de Cole Porter: devo pedir ao garçom uma pílula de cianureto ou uma "flute" de champagne rosé?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

FENÔMENO.


Carlos Newton by JBF.
Desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência em 2003, Rosemary Nóvoa Noronha é uma mulher poderosa e influente. Dez anos depois, apesar de indiciada em inquérito da Polícia Federal e com seus crimes já devassados pela Operação Porto Seguro, tendo perdido o emprego de chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo e depois de toda a sua família ter sido demitida do governo, mesmo assim ela continua poderosa.
Rosemary Nóvoa Noronha é uma pessoa tão importante que está sendo defendida por três advogados, sob coordenação do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, que desta vez, pasmem, não está cobrando nenhum tostão à sua cliente, trabalhando “pro bono“ (voluntariamente), como se diz no linguajar jurídico.
Um de seus advogados, o criminalista Celso Vilardi, realmente é um fenônemo em termos operacionais, com uma logística perfeita. Imaginem que ele conseguiu que Rose comparecesse à 5ª Vara Federal na segunda-feira e assinasse um termo de comparecimento, sem que ninguém a visse, filmasse ou fotografasse.
E não é a primeira vez que Vilardi consegue essa façanha. Quando Rose prestou depoimento, em dezembro, a imprensa só soube no dia seguinte. Agora, a próxima chance para entrevistar, filmar ou fotografar a companheira de viagens do ex-presidente Lula será no dia 21, que cai numa segunda-feira, quando ela terá de comparecer novamente à 5ª Vara Federal de São Paulo.
Relata o repórter Thiago Herdy, de O Globo, que “nesta segunda, Rosemary ficou cerca de dez minutos no prédio da Justiça Federal, segundo assessores da juíza Adriana Zanetti”. Esta notícia é furada, informaram erradamente ao excelente repórter, o primeiro a denunciar as irregularidades nas “consultorias” do ministro Fernando Pimentel.
Como Rose pôde entrar na Vara, sem que os jornalistas a vissem? E que negócio é esse de “assessores da juíza”? Onde já se viu juiz (ou juíza) ter “assessores”? Esse cargo não existe na primeira instância.
Para conseguir burlar a imprensa e evitar que os jornalistas sequer vissem Rosemary Novoa Noronha, com toda a certeza o advogado Vilardi está contando com a cumplicidade da 5ª Vara Federal de São Paulo. É impossível que alguém consiga entrar ou sair das dependências deste juizado sem ser notado. Não há explicação.
Portanto, o comparecimento de Rose à 5ª Vara Federal está sendo fraudado. Ela não está se apresentando ao juízo. Algum serventuário, cooptado pelo defensor dela, tem levado o termo de comparecimento para que Rose o assine, em sistema “delivery” (como o implantado no tráfico de drogas do Rio de Janeiro pelo governador Sergio Cabral, como parte do acordo com os traficantes para “pacificar” as favelas, conforme Helio Fernandes cansou de denunciar no Blog da Tribuna. Mas isso é outro assunto).
No próximo dia 21, Rosemary Noronha terá de comparecer a juízo ou descumprirá a determinação da juíza Adriana Zanetti e poderá ser presa por desobediência a ordem judicial. Será que o ardiloso advogado conseguirá burlar a imprensa mais uma vez? E o que a juíza está achando disso tudo? Será que ela sabe que Rose não está comparecendo? Essa jogada não vai acabar bem, podem acreditar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

SINDROME VERBORRÁGICA CRÔNICA – SVC

(Beth Michel - by JBF)

Imagino que todos concordem que “se comunicar” não é o mesmo que fazer “sopa de letrinhas”, principalmente quando se trata da palavra escrita. A palavra dita pode se “des dita” e remediada com tapinhas nas costas, já a palavra escrita necessita do processo penoso da retratação para ser invalidada – e ainda assim, sempre fica com uma sombra para o autor e para a vítima.
A febre “bloguistica” que virou epidêmica, quando atinge pessoas com imunidade baixa, ou gente muito jovem ou muito idosa, gestantes ou parturientes recentes (principalmente primíparas) deve ser sempre supervisionada por profissional competente. Se o infectado decide optar pela automedicação então…Desastre a vista!
Bem, o fato é que mal curada deixa seqüela: Síndrome Verborrágica Crônica. O paciente se vê na triste (e cara) contingência de usar os famigerados “medicamentos de uso contínuo” e sofrer com os inevitáveis efeitos colaterais.
Gostaria de chamar a atenção do distinto público que esteja exposto ao vírus para algo que um professor meu sempre dava ênfase: “precisão de linguagem”. Não chega a ser uma vacina, mas é um bom preventivo.E há de se convir que seja mais prático do que andar com um nerd a tiracolo.
Meu querido e saudoso mestre Afonso Arinos (Direito Constitucional), ao dizer isto se referia aos cuidados que os profissionais da área jurídica deviam tomar ao redigir qualquer documento.Ou seja, o uso da palavra exata para cada coisa. Creio que estes cuidados deviam fazer parte do dia-a-dia de políticos e jornalistas também. Por um lado se evitariam “pedradas”, e por outro, mal entendidos monumentais. Isto foi há 40 anos quando o vírus estava ainda na sua forma primitiva denominada P&B (preto no branco). E o remédio prescrito então era, e ainda é o bom e velho DICIONÁRIO!
Cuidado com as panacéias alternativas como os “neologismos” e “figurativismos” que tem reações adversas imprevisíveis!
Então voltemos ao consagrado e eficaz Dicionário que pode ser usado sem receio por qualquer paciente e em qualquer faixa etária. Sendo que nos casos de exposição prolongada e sem supervisão pode ser necessária a utilização da versão mais potente denominada ENCICLOPÉDIA.
Voltemos então a formula básica do uso do DICIONÁRIO, que descreve:
- Denodo (ô), s.m. Ousadia; intrepidez; valor; desembaraço; ímpeto; valentia.
- Temerário adj. Precipitado; imprudente; ousado; audaz; arrojado; arriscado; atrevido; destemido.
Nos dois verbetes aparece a conotação de OUSAR, mas atreladas a atitudes sutilmente diferentes uma positiva e outra negativa.
Então, vamos a OUSAR e seus derivados.

- Ousar, v.t. Atrever-se a; ter coragem para.

Ora, a ação que segue o “atrever-se a” ou “ter coragem para” pode ser positiva ou negativa, o verbo e seus derivados não entram no mérito. Assim, quando alguém se auto-intitule de “ousado”, mesmo pensando que se trata de um elogio, na verdade está dizendo NADA, nem em bem nem em mal. O que não deixa de ser uma “temeridade, pois muita gente poderá inclusive optar pela vertente do “atrevimento”, da “imprudência” ou da “precipitação”; ao invés de ”valoroso” ou “valente”. A esta capacidade de optar se costuma chamar de: liberdade de pensamento, ou para os mais religiosos livre arbítrio.

Estão seguindo a linha de raciocínio!? Bem, então vamos em frente…

- Temeridade (*), s.f. Qualidade do que é temerário; imprudência;arrojo; audácia; destemor.
(*) não confundir com : Temeroso, adj. Que infunde temor; terrível; que tem medo; medroso.

Por um lado tem-se:
- Atrevimento, s.m. Ação de atrever-se; ousadia; petulância; insolência; arrojo.
- Imprudência,s.f. Inconveniência, loucura.
- Precipitação, s.f. Ato ou efeito de precipitar ou de se precipitar; pressa irrefletida; irreflexão.

Já por outro :
- Valoroso, adj. Que tem valor; ativo; forte; enérgico; destemido.
- Valente, adj. 2 gên. Que tem valentia; valor; força; intrépido; enérgico; rijo; resistente; s.m. homem esforçado ou corajoso; paladino; campeão.
E sem esquecer as confusões mais primárias e infelizmente muito freqüentes entre: mais (quantidade) e mas (porém); sob (em baixo de) e sobre (em cima de); e a mais recente absorver (captar) e absolver (perdoar).

Cá entre nós , vamos aceitar que: as pessoas (individualmente) podem ser inteligentes e generosas, mas a massa (o aglomerado indistinto de pessoas) tende a ser irracional e cruel. Portanto caros “blogueiros” e demais “escrevinhadores” neófitos e não vacinados: nada de precipitação, nem imprudências! E atrevimentos só em doses ínfimas e pouco freqüentes!

Aos Blogueiros – e afins – de nível avançado e que já passaram da fase do dicionário comum e da enciclopédia é recomendado um Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (ou de outra qualquer que lhes seja familiar). Trata-se de remédio eficaz contra as mutações do vírus além de amenizar os efeitos sintomáticos da SVC adquirida.

sábado, 5 de janeiro de 2013

OS CAVALOS DA INTERNET QUE RELINCHAM E DÃO COICES.



Nelson Motta - Publicado no JBF
 
A maneira mais estúpida, autoritária e desonesta de responder a alguma crítica é tentar desqualificar quem critica, porque revela a incapacidade de rebatê-la com argumentos e fatos, ideias e inteligência.
A prática dos coices e relinchos verbais serve para esconder sentimentos de inferioridade e mascarar erros e intenções, mas é uma das mais populares e nefastas na atual discussão política no Brasil.
A outra é responder acusando o adversário de já ter feito o mesmo, ou pior, e ter ficado impune. São formas primitivas e grosseiras de expressão na luta pelo poder, nivelando pela baixaria, e vai perder tempo quem tentar impor alguma racionalidade e educação ao debate digital.
Nem nos mais passionais bate-bocas sobre futebol alguém apela para a desqualificação pessoal, por inutilidade. Ser conservador ou liberal, gay ou hetero, honesto ou ladrão, preto ou branco, petista ou tucano, não vai fazer o gol não ser em impedimento, ser ou não ser pênalti.
Numa metáfora de sabor lulístico, a política é que está virando um Fla x Flu movido pelos instintos mais primitivos.
Na semana passada, Ferreira Gullar, considerado quase unanimemente o maior poeta vivo do Brasil, publicou na “Folha de S.Paulo” uma crônica criticando o mito Lula com dureza e argumentos, mas sem ofensas nem mentiras.
Reproduzida em um “site progressista”, com o habitual patrocínio estatal, a crônica foi escoiceada pela militância digital.
Ler os cento e poucos comentários, a maioria das mesmas pessoas, escondidas sob nomes diferentes, exigiria uma máscara contra gases e adicional de insalubridade, mas uma pequena parte basta para revelar o todo.
Acusavam Gullar, ex-comunista, de ter se vendido, porque alguém só pode mudar de ideia se levar dinheiro, relinchavam sobre a sua idade, sua saúde, sua virilidade, sua aparência, sua inteligência, e até a sua poesia. E ninguém respondia a um só de seus argumentos.
Mas quem os lê? Só eles mesmos e seus companheiros de seita. E eu, em missão de pesquisa antropológica.
Coitados, esses pobres diabos vão morrer sem ter lido um só verso de Gullar, sem saber o que perderam.

CHARGE REPUBLICADA.

AMARILDO – A GAZETA

O saldo encolheu.

(By Miriam Leitão - O GLOBO.)
Uma das notícias de destaque da semana foi a queda de 35% do saldo comercial: US$ 10 bilhões a menos do que no ano anterior. No passado seria preocupante, porque os dólares fariam falta nas nossas reservas. Agora, o relevante é que falhou todo o arsenal no qual o governo acredita: desvalorização do real, benefício a setores, elevação de alíquota de importação.
O governo estava convencido de que bastaria o dólar chegar a R$ 2 que tudo se resolveria. Não resolveu. Tem apostado em política setorial. Não tem funcionado nem para o crescimento, nem para o comércio exterior. Tentou o protecionismo. De uma tacada foram elevadas as barreiras de 100 produtos ao nível máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio.
O trio favorito — câmbio desvalorizado-benefícios setoriais-protecionismo — não evitou a queda das exportações e do volume de comércio brasileiro. Provavelmente teremos mais do mesmo em 2013. O governo tentará mudar o quadro usando o mesmo remédio.
A diminuição do saldo reduziu a entrada de dólares no Brasil no ano passado ao menor nível desde 2008, mas isso também não é o preocupante. Há outros canais de entrada de dólares, como os investimentos diretos, e o Brasil tem hoje uma situação folgada de reservas cambiais. O saldo de cada ano ou a entrada de capital não precisa mais ser olhado com os temores do passado.
O que realmente preocupa é o governo não ter um bom diagnóstico do comércio exterior e insistir nos equívocos. A decisão de elevar as barreiras ao comércio foi mais do que apenas um episódio. Representou um retrocesso no movimento iniciado em 1990 de tornar a economia brasileira mais aberta. Ela ainda é muito fechada, e o governo, ao distribuir elevações de alíquota, deu o sinal de que aceitaria outros pedidos setoriais de proteção. Foi um grande passo na direção errada.
O dólar muito baixo estava criando distorções na economia, mas o governo mostrou que acredita que a desvalorização do real seria uma panaceia. Mas a moeda do câmbio tem dois lados. A desvalorização produziu efeitos colaterais, no custo das empresas e na inflação. E não houve o resultado que se esperava no comércio exterior.
Recentemente, o vice-presidente do BNDES, em uma entrevista, disse que o banco não está trabalhando para criar “campeões nacionais”, mas sim para criar “campeões internacionais”. Este governo realmente acredita que se ele aspergir benefícios sobre um específico grupo, ou setor, ele fará uma economia forte. Para apostar nisso é preciso ignorar as lições da história recente do Brasil.
O mais eficiente seria investir em políticas que beneficiem a economia como um todo, permitindo aumento da competitividade. Um país exportador de commodities precisa de melhores estradas e portos mais eficientes do que temos. Isso é infinitamente mais importante do que a ação em favor dos supostos fazedores de campeões.
A previsão da AEB, entidade que reúne exportadores brasileiros, é de que o saldo cairá de novo em 2013. A queda para R$ 19,4 bilhões em 2012 só não foi maior porque se descobriu que a Petrobras teve permissão para jogar alguns números de 2012 para este ano. Mais um truquezinho contábil.
Quase 70% do que o Brasil exporta são commodities e para alguns poucos mercados. Isso deixa o país vulnerável a qualquer oscilação de preços, como a queda do minério de ferro que aconteceu em 2012 e pode se repetir este ano, ou de conjuntura. Uma política comercial que tivesse visão estratégica estaria olhando todos esses fatores que estão drenando a competitividade do Brasil. Isso faz mais falta do que US$ 10 bilhões a menos no saldo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

MINHA BANÂNIA QUIRIDA !!!

Nos últimos dias de dezembro, o governo federal usou um artifício inédito para aumentar sua economia para pagar juros da dívida (o superavit fiscal) de 2012. Pela primeira vez, será usado recurso do Fundo Soberano do Brasil (FSB), poupança criada em 2008 para investir em projetos de interesse estratégico e socorrer o país em momentos de turbulência.
Uma manobra contábil da equipe econômica, oficializada por meio de portarias publicadas separadamente e sem anúncio no “Diário Oficial da União“, permite ao governo dispor de cerca de R$ 19 bilhões. As últimas portarias só foram divulgadas na edição de ontem do jornal oficial, com data retroativa a dezembro.
Do total, virão do Fundo Soberano R$ 12 bilhões, correspondentes a 80% dos recursos dessa reserva.
* * *
Agora, me respondam bem ligeirinho:
Lula tinha ou não tinha razão quando cunhou a antológica expressão “nunca antes neztepaiz“???
Um detalhe: como a medida foi publicada no Diário Oficial da União, muito em breve o neurônio solitário das zisquerdas banânicas vai classificar o jornalão do Planalto como sendo da “mídia golpista e reacionária”. E vão pedir censura prévia na publicação oficial…
(By JBF - Luis Berto)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

DOIS EXEMPLARES DO PT

O Partido dos Trabalhadores acaba de colaborar com dois grandes exemplos de políticos sem escrúpulos, sem limites, sem vergonha na cara que se utilizam da imoralidade e da falta de ética para se dar bem a todo custo.
O petralha Zé Genoino condenado no julgamento do mensalão a seis anos e 11 meses de prisão, assumiu nesta quinta-feira o mandato de deputado federal e disse estar com "a consciência serena dos inocentes".  
Já petralha Ana Maria Branco, vereadora do PT de Curitiba se auto sequestrou, forjou seu próprio sequestro e desta forma vai se preparando para assumir altos cargos na hierarquia petista.
Os dois possivelmente se encontrarão no próximo congresso do PT de preferência em algum presídio de segurança máxima.

LEGAL E IMORAL

      
By Ricardo Noblat
 
O PT sente-se em dívida com seu ex-presidente José Genoino – aquele que estava à frente do partido quando Roberto Jefferson deflagrou o escândalo do mensalão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Genoino a seis anos e 11 meses de cadeia em regime semiaberto.
Durante parte da pena ele ficará preso em colônia penal agrícola. Ou industrial. Ou em estabelecimento similar.
Há consenso dentro do PT: Genoino foi um inocente. Assinou sem ler ou sem medir as consequências papéis que Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, pediu que assinasse.
Eram papéis relativos a falsos empréstimos bancários arranjados por Delúbio e o publicitário mineiro Marcos Valério – os dois condenados a muitos anos atrás das grades.
Abriu-se uma vaga de deputado federal do PT com a saída do seu titular para assumir o cargo de prefeito. Na condição de primeiro suplente, Genoino ocupará a vaga a partir de hoje.
É a homenagem que o PT lhe prestará. Quer dizer: homenagem por ter sido um bobão – na versão edulcorada do PT.
A condenação dos réus do mensalão ainda não transitou em julgado – o que só deverá ocorrer em meados deste ano.
Nada impede, portanto, que Genoino atravesse os próximos meses na condição de deputado. Nada impede, mas…
Em país onde a política é levada a sério um fato como esse seria considerado impensável.
Onde já se viu um condenado pela Justiça exercer função de representação popular? E o pudor? E o respeito à sacralidade do mandato eletivo? E a deferência ao eleitor?
Por meio do seu advogado, Genoino explicou que assumirá o mandato justamente em deferência aos mais de 90 mil paulistanos que votaram nele.
Quantos votaram em Genoino na eleição de 2002? O mensalão data de 2005.
Por que ele faltou com o respeito aos eleitores daquela época se metendo com o que não devia se meter?
Tem mais: Genoíno tomará posse durante o recesso da Câmara dos Deputados. Assim embolsará salário, verba de representação e outros benefícios referentes a 30 dias de férias.
É legal proceder assim? É. É moralmente defensável? Não, não é.
Até meados do primeiro semestre do ano passado, o PT imaginou que a maioria dos réus do processo do mensalão acabaria inocentada pelo STF.
Pouco antes do julgamento começar em agosto, contava com sua condenação – mas sem cadeia.
Quando a cadeia pareceu certa, facções do PT, quase todas influenciadas pelo ex-ministro José Dirceu, passaram a defender a tese de que o partido estava obrigado a reagir ao que viesse.
Dirceu pregou a ida para as ruas dos chamados movimentos sociais em protesto contra a previsível condenação dos mensaleiros. Uma vez condenado, bradou:
- Precisamos julgar o julgamento.
O Diretório Nacional do PT recusou a proposta de Dirceu. Menos por prudência, mais por realismo político.
Não viu ninguém disposto a ir para as ruas. De resto, concluiu que nada teria a ganhar desafiando o STF.
Rui Falcão, presidente do PT, insistiu ontem, em São Paulo, em dizer que o erro mais grave cometido pelo PT foi ter cedido à práticas de outros partidos apelando para o Caixa 2 como meio de financiar campanhas.
Negou o mensalão, pois.
Mas o que Rui poderia ter dito sem correr o risco de colidir com a maioria do PT? Jamais o partido admitirá que o mensalão existiu.
Mensalão teve a ver com desvio de dinheiro público. Caixa 2, com dinheiro privado escondido da Justiça.
Lula chamou o mensalão de farsa nos últimos sete anos. À luz da decisão do STF, mentiu.
Era só o que faltava o PT dar de barato que Lula, de fato, mentiu.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

DIFICULTE A VIDA DOS BANDIDOS.

Como identificar sites golpostas:
Os preços são altamente competitivos;
Exigem depósito antecipado;
Pede de 15 a 20 dias para entregar a mercadoria.
Tempo suficiente para aplicar o golpe e lesar milhares de pessoas.
A maior quadrilha age na região de Araçatuba, SP .
Por isso, quando fizer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 4 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site e

evite, sempre que possível fornecer o número do seu cartão de crédito.
Peça para pagar em boleto bancário.
Depois do http aparece a letra s que significa security(segurança). Se não aparecer a letra s é sinal que algo está errado.
Comece a desconfiar.

Aparecendo o HTTPS você já está 99% seguro quanto ao site.  - Minimize a página: se o teclado virtual for minimizado também, está correto. No entanto, se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata! Não tecle nada. 
Sempre que entrar no site do banco, digite sua senha ERRADA na primeira vez . Se aparecer uma mensagem de erro, significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada. Mas se digitar a senha errada e não acusar erro, é mau sinal. Sites piratas não têm como conferir a informação. O objetivo é apenas capturar senhas. 
Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página parece o ícone de um cadeado. Clique 2 vezes sobre esse ícone e uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer. Em alguns sites piratas, o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem, e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.

Os 4 pequenos procedimentos acima são simples. Não garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual. Mas vamos dificultar o trabalho desses bandidos!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

COM APAGÃO E PRIVATIZAÇÃO .

By João Bosco Rabello
O desfecho do julgamento do mensalão, junto com o ano útil, foi mais forte que a capacidade do governo da presidente Dilma Rousseff de resistir à pressão para que o tema não invadisse o Palácio do Planalto.
Está sentado acima do gabinete presidencial incorporado na figura do secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho.
Voz do ex-presidente Lula no governo, Carvalho entregou-se à militância no cargo, explicitando o que a presidente disse estar proibido no governo: a manifestação sobre a decisão do STF.
O que torna a recusa de Dilma em abordar o assunto, no café com jornalistas na última quinta-feira, um recorrente jogo de cena.
Ao investir contra o ministro Luiz Fux, acusando-o de trair a promessa de absolvição para obter a nomeação, Carvalho confessa aos olhos da Nação o critério fisiológico e partidário que orienta as escolhas do governo para a Suprema Corte.
Ao mensalão juntam-se duas outras expressões com as quais o PT demonizou o governo de Fernando Henrique Cardoso e que, agora, incorporam-se à agenda de Dilma de forma politicamente constrangedora: o apagão e a privatização.
O ano termina com o governo rendido a ambos, atribuindo o primeiro à má gestão do setor elétrico e, a segunda, à necessidade de atrair investimentos.
A perda de capital político do PT, somada ao esgotamento do modelo de crescimento pelo consumo, impõe a Dilma seu maior desafio até aqui: o enfrentamento das dificuldades impostas pelo partido ao desempenho do governo, instado a apresentar resultados porque, acacianamente, antes de 2014 vem 2013.

O BICHO VAI PEGAR.

By RICARDO NOBLAT.
Conselho que vale no mínimo para os primeiros meses do novo ano: preste atenção quando Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, disser alguma coisa.

Lula alugou a boca de Gilberto ao se ver acuado pelo julgamento do mensalão, pela descoberta da quadrilha da qual fazia parte Rosemary Noronha, sua ex-secretária, e pela delação à procura de um prêmio feita por Marcos Valério.

Gilberto foi posto na antessala da presidente Dilma para funcionar como principal olheiro de Lula, prestando também ao exigente chefe todo tipo de serviço.

Um deles: falar quando Lula não puder ou não achar conveniente. Transmitir suas orientações públicas para dentro ou fora do PT. Com especial afinco, Gilberto ocupou-se disso nas últimas atribuladas semanas.

Em entrevistas vapt-vupt, em pelo menos uma, extensa, concedida ao jornal Correio Braziliense, e em vídeo divulgado no site do PT, ele disse o que Lula lhe soprou.

O PT está obrigado a ser solidário com os mensaleiros que tombaram lutando, imagina Lula. Mais do que isso: está obrigado a defendê-los diante dos evidentes "exageros" produzidos durante os quatro meses de julgamento.

"Não é porque um companheiro seu cometeu um erro ou foi vítima de exageros que você irá abandoná-lo", ensina Lula. Ou melhor: Gilberto. "Por outro lado, não há dúvida de que o PT precisa se renovar e se refazer do ponto de vista da ética, da coisa pública, e fazer isso não apenas olhando para os próprios erros, mas para as questões estruturais da política que induzem a essa cultura".

No segundo semestre de 2005, Lula foi à televisão e pediu desculpas aos brasileiros. Uma vez reeleito no ano seguinte, voltou a se referir ao mensalão como "uma farsa".

Quem quiser espere deitado o dia em que Lula admitirá o que o Supremo Tribunal Federal concluiu enfático: foi mensalão. E com dinheiro público. Não foi Caixa 2, o que também configuraria crime.

"O erro do PT foi um erro de Caixa 2", insiste Gilberto. Digo: Lula. "Não reconheço nada do que foi colocado em termos de pagamentos mensais".

Compreensível. Lula não pode admitir que mentiu durante todos esses anos. De resto, os presídios estão superlotados de inocentes condenados sem motivo... Acolher mais alguns não fará para eles a menor diferença.

A esperteza de Lula é maior do que a de Gilberto. Lula teria sido mais cuidadoso ao responder sobre a reforma política, que poderia introduzir o financiamento público de campanhas.

Gilberto revelou sua descrença na aprovação da ideia de financiamento público - até aí nada demais. Mas derrapou ao afirmar: "os outros partidos não são menos corrompidos do que o PT". Êpa!

Lula não diria que o PT é um partido corrompido - o que é isso, meu irmão? Golpismo mediático? Sai pra lá!

Lula diria que o PT apenas se valeu das mesmas armas empregadas pelos demais partidos. Não deixaria brecha para que se pense que seus companheiros, mártires do mensalão, possam ter embolsado algum.

Se desviaram dinheiro foi para o bem do povo brasileiro. Quem duvida?

Por fim, em 2013 o "bicho vai pegar", alertou Lula via Gilberto.

Para ele, os ataques sofridos por Lula têm um só objetivo: "destruir o nosso PT, o nosso governo".

Lula receia ser processado pelo que Marcos Valério anda dizendo e convoca o PT para a luta.

Ao mesmo tempo, sabe que ser processado seria sua melhor chance para voltar como candidato a presidente em 2014.

"O povo é quem me julgará".

Que tal?

(Vai que é tua, João Santana, o marqueteiro de nove entre 10 candidatos vencedores!).

Feliz Ano Novo!
(publicado no BLOG DO RICARDO NOBLAT)
 

GOVERNO SEM AGENDA ECONÔMICA .

 

Jorge dos Santos Avila, O Globo
É este o cenário do país depois de dois anos do governo Dilma. É perceptível que o Brasil não tem uma agenda econômica para o quadriênio de governo que chega à sua metade.
Analisando os dados econômicos temos o seguinte quadro: investimentos caindo pelo quinto trimestre seguido; crescimento pífio do PIB brasileiro, previsto para ser mais ridículo que os 2,7% de 2011 e inflação alta (prevista em 5,7%) para um PIB tão baixo.
Um governo perdido em si mesmo, com a nítida intenção de minimizar toda essa incompetência econômica, sugeriu que no segundo semestre deste ano iria diminuir o valor da energia elétrica para a população.
Quando todos pensavam que seria um “pacote de bondades”, eis que o autoritarismo sugere que a conta seja paga pelos estados. Acertadamente Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo colocaram-se contra esse rombo.
Se o governo federal propôs, que subsidie a “bondade”. Qualquer leigo sabe que, em se tratando de receita tributária, a maior fatia é arrecadada pela União. Os estados têm todo um planejamento orçamentário que precisa ser cumprido. Como entes da Federação, eles têm essa prerrogativa.
O que se espera para a outra metade desse governo desgovernado é que a economia seja tratada como tem de ser. Todos esperam isso de uma presidente que é economista.
O modelo deixado de herança pelo seu antecessor, baseado no consumismo, tem se mostrado falho. O cidadão que adquiriu a sua casa do Minha Casa, Minha Vida, mobiliou com a redução do IPI da linha branca, foi dessa vez tentado a consumir comprando automóveis zero, o que mais uma vez contou com a fórmula do IPI reduzido.
Essas medidas expansionistas não são de todo erradas, quando acompanhadas de outras ações que não vieram para evitar o risco inflacionário.
Imaginem a situação do cidadão que comprou a casa, comprou a linha branca para essa casa e tem um carro na garagem. Este cidadão tem toda essa fatura para pagar de um lado, e de outro lado tem a inflação corroendo perto de 6% do que resta.
O que sobra para esse cidadão poupar? O que sobra para esse cidadão investir? É aí que se esvazia a política pensada e executada única e exclusivamente no consumo.
Lembremo-nos que, economicamente falando, a poupança privada faz parte da poupança nacional, e que investimentos são oriundos dessa poupança nacional.
A receita para esta metade final de mandato é simples, e a maioria dos cidadãos brasileiros conhece: o governo precisa cortar gastos e fazer desse corte de gastos investimentos tangíveis no aspecto econômico.
Atrelado a isso, se continuar com a aposta de consumo local, precisa de medidas que reduzam de fato a inflação.
A redução do IPI dos automóveis e a postergação do aumento dos combustíveis ajudaram a fazer com que a inflação não ultrapassasse a casa dos 6%. Mas é preciso fazer mais que isso.
Antes de tudo, é preciso tratar os estados não como inimigos, mas como parceiros.

DOIS ANOS DE FIASCO ECONÔMICO.

A presidente Dilma Rousseff completa meio mandato com um balanço econômico assustador - dois anos de produção estagnada, investimento em queda, inflação longe da meta, exportação emperrada e contas públicas em deterioração. Desemprego baixo e um consumo ainda vigoroso são os dados positivos, mas insuficientes para garantir a reativação de uma indústria sem músculos para disputar espaço nos mercados. Sobram palavras: um discurso triunfal sobre um "novo modelo macroeconômico", baseado em juros mais baixos e câmbio menos valorizado, promessas de grandes obras de infraestrutura e de reformas de amplo alcance. De concreto, houve a redução dos juros, o que certamente contribuiu para o aumento da popularidade de Dilma. Um balanço provisório basta para mostrar o alto custo dos erros cometidos em dois anos pelos condutores da política econômica, liderados, é bom lembrar, por uma presidente voluntariosa.



O crescimento econômico deste ano está estimado em torno de um por cento por economistas do Banco Central (BC), do mercado financeiro e das consultorias mais importantes. Esse resultado seria ruim em qualquer circunstância, mas no caso brasileiro há uma circunstância especial. No ano anterior o Produto Interno Bruto (PIB) havia aumentado apenas 2,7%. O País perdeu o passo entre os emergentes de todo o mundo. Este detalhe é importante, porque desqualifica as tentativas de atribuir o mau desempenho brasileiro à crise global, ao tsunami monetário criado pelos bancos centrais do mundo rico e à má vontade dos deuses.

Os problemas são internos, todos fabricados no Brasil por uma política há muito tempo defeituosa e piorada pela teimosia do atual governo. Segundo o Tesouro, os investimentos do governo central foram de janeiro a novembro 22,8% maiores que os de um ano antes e atingiram R$ 54,9 bilhões. Mas isso equivale a pouco mais de 50% do total previsto no Orçamento. Além disso, o valor inclui os financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida e boa parte dos desembolsos foi de restos a pagar. Se depender da eficiência federal, continuarão faltando investimentos tanto para reativar a economia em 2013 quanto para garantir um crescimento mais vigoroso nos anos seguintes.

Tudo somado, o valor investido pelo setor privado, pela administração pública direta e pelas estatais deve ter ficado em torno de 18% do PIB. Em outros países latino-americanos a proporção ultrapassa 25% e nos emergentes da Ásia supera 35%. Além disso, é preciso levar em conta a qualidade dos projetos e a eficiência da execução. Não basta investir. Os alvos podem ser mal escolhidos e o dinheiro, desperdiçado. O histórico dos projetos federais, tanto da administração direta quanto das estatais, tem sido muito ruim há vários anos. Aparelhamento, loteamento de cargos, incompetência e corrupção têm custado muito caro.

A inflação alta contrasta com o baixo ritmo de atividade. Em outros países, tolera-se alguma alta de preços para garantir algum impulso à economia, e sempre por um tempo muito limitado. No Brasil, o governo vem mantendo há vários anos a meta de 4,5%, muito alta quando comparada com os padrões internacionais. Neste ano, o BC cortou juros e renunciou a combater o aumento de preços, em troca de um crescimento econômico humilhante para um Brics.

Os preços ao consumidor medidos pela Fundação Getúlio Vargas e incluídos no IGPM subiram 5,79% neste ano. De novembro para dezembro houve aceleração de aumentos em seis dos oito componentes do indicador. O IPCA, calculado pelo IBGE e usado como referência para a política oficial, aumentou 5,53% nos 12 meses terminados em novembro. A alta internacional dos preços agrícolas foi obviamente apenas uma parte dessa história.

A balança comercial refletiu a fraqueza da indústria diante dos competidores, o erro de uma política de estímulos voltada para o consumo e, naturalmente, a dependência excessiva das vendas de matérias-primas à China. Até novembro, o valor exportado foi 4,9% menor que o de um ano antes, pela média dos dias úteis, e o saldo comercial, 31,1% inferior ao de igual período de 2011. Os números finais do ano devem sair na quarta-feira e confirmarão, com certeza, o alto custo de vários erros políticos.