terça-feira, 30 de julho de 2013

A ENTREVISTA PRESIDENTA.

BY JBF
Jorge Oliveira
Já se foi a época em que uma entrevista de presidente da república agitava o país, criava certa expectativa em seus súditos ávidos para saber o que pensava o seu líder sobre os problemas do seu povo, principalmente quando esse povo está à deriva. Quem leu a entrevista de Dilma Roussef na Folha deste domingo ficou com a sensação de vazio. De que está sendo governado por uma pessoa que não enxerga a realidade em que vive, que desconsidera o momento por que passa o país com a economia em frangalhos, os partidos da base desarticulados, a infraestrutura desmantelada e os programas sociais que não saem do papel, mas que permanecem vivos nos gastos milionários com publicidade no horário nobre das TVs.
A entrevista da Dilma à colunista Mônica Bergamo deveria ir para a cesta. No jargão jornalístico: cesta do lixo. Irônica e o todo tempo tentando subestimar o questionamento da repórter, tratando-a sempre de “minha querida”, Dilma não respondeu nada do que o brasileiro espera de seu presidente nesse momento de convulsão social, de rebeliões e manifestações generalizadas que geram tensão e instabilidade às instituições brasileiras. O fim da entrevista então é hilariante: “Gente, preciso ir. Estou tontinha da silva”, diz para encerrar a conversa e fugir da saraivada de perguntas da jornalista. Dilma mostrava-se cansada, isolada, enfadada – deselegante, inclusive – como se o mandato estivesse acabando ali, naquele momento.
É assim que o petê melancolicamente começa a botar a viola no saco a um ano e poucos meses das eleições. Uma presidente dizendo que não fará reformas, que manterá o Mantega, que não reduzirá o número de ministérios, que nega a estagnação da economia, a alta da inflação, a crise dentro do seu próprio partido. Como tudo isso não bastasse, a presidente adotou o cacoete de que o Brasil foi descoberto nos últimos dez anos. A exemplo do Lula “nunca antes na história deste país..”, agora, a presidente instigada por assessores medíocres tentou convencer o Papa de que o país não existia há 10 anos atrás, antes do PT.
De toda a conversa com a presidente, louve-se as perguntas de Mônica Bergamo. O jornalista, que sempre foi o intermediário (coadjuvante) do interlocutor numa entrevista, dessa vez assumiu o papel de protagonista com as perguntas precisas e articuladas. Veja algumas delas: “A crítica é que a senhora relaxou no controle da inflação para manter o crescimento”; a senhora teria características que não contribuem para que projetos deslanchem. Seria centralizadora, autoritária”; a senhora já fez ministros chorarem com suas broncas?”; o que acha de o ministro Paulo Bernardes, das Comunicações, ser chamado por críticos de “ministro do Plim-Plim?”; a senhora sabe falar o nome dos 39 ministros?”; “o ministro Mantega está garantido no cargo?”; o modelo de crescimento pelo consumo não se esgotou?”; os empresários reclamam que a senhora não tem diálogo”; “o fato de usarem o Lula para criticá-la não a incomoda?
Foram essas perguntas diretas e certeiras que deixaram a presidente “tontinha da silva”.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

MÉDICO NÃO É MÁGICO,


Déborah Pimentel (*)
 
Dizem que na crise, encontram-se oportunidades. O marqueteiro da presidente Dilma, João Santana, que tem status de ministro, no meio do caos das manifestações populares, e depois de alguns insucessos (constituinte, plebiscito), conseguiu jogar toda a sua pesada artilharia em um alvo específico, a categoria dos médicos, em atitude eleitoreira, populista mas com possibilidades de agradar à grande massa (ainda que só por algum tempo até que descubra o engodo), uma vez que esta depende dos serviços públicos de saúde: o programa Mais Médicos.
A população reivindica melhores serviços e mais investimentos do Estado em saúde e os tradutores de plantão das vozes das ruas, os ministros pré-candidatos do PT ao governo paulista em 2014, Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), traduziram para a presidente que o caos da saúde pública é de responsabilidade única dos médicos, que não querem se interiorizar.
Assim, o ideal é importar estes profissionais.
O que ninguém diz, mas todos sabem, é que se trata de uma forma oportuna de cumprir uma antiga promessa que Lula e o PT haviam feito aos brasileiros que fugiram dos vestibulares de Medicina no Brasil e foram fazer o curso nas terras de Fidel e Evo Morales, entre outros lugares.
Eles não estavam conseguindo trabalhar aqui, em razão da dificuldade de revalidação dos seus diplomas adquiridos nos cursos duvidosos que fizeram, onde se ensina mais ideologia política do que habilidades médicas.
Desnecessário lembrar ao leitor mais sagaz que para fazer Medicina em Cuba o único pré-requisito é ser filiado ao PT.
Outro ganho secundário do Programa Mais Médicos seria continuar enviando recursos financeiros para a ilha dos irmãos Castro, importando outros médicos, além dos brasileiros que vivem lá. Este tiro saiu pela culatra diante das exigências do governo cubano, uma vez que os médicos, aqui no Brasil, precisariam ser monitorados para não fugir e os pagamentos seriam feitos diretamente ao ditador.
Ou seja, a presidente estava importando escravos e não iria pegar bem no cenário internacional.
O alvo agora são os portugueses e espanhóis que, com a crise europeia, estão desempregados. A Ordem dos Médicos de Portugal, curiosamente, já se manifestou, afirmando que o Brasil desprestigia de forma desrespeitosa os médicos portugueses oferecendo apenas uma licença temporária e com uma limitação geográfica.
Estão insatisfeitos. Querem mais. Eles e a nossa presidente, todos de memória curta, já esqueceram que dentistas brasileiros não conseguiram revalidar seus diplomas em terras de Cabral nesta mesma Ordem que considerou a formação em Odontologia no Brasil insuficiente. Dentistas ficaram sem trabalhar e foram expulsos daquele país.
Outra brilhante ideia dos senhores grilos da dona presidente é escravizar mão-de-obra nacional: amplia-se o curso de Medicina em mais dois anos e manda-se a meninada para os lugares mais distantes e carentes do país, a título de estágio supervisionado no SUS e com o nobre objetivo de melhorar a qualidade da formação da garotada.
Muito bom.
Golpe de mestre.
População aplaude e enganada, agradece. Finalmente mais médicos!
Ora, como assim? Não continuam estudantes?
Se são estudantes, eles não têm registro no Conselho de Medicina e não podem exercer a Medicina.
Se são estudantes, eles não podem ficar sozinhos sem supervisão.
E quem fará a supervisão? A presidente diz que são as escolas.
Ora, e as escolas têm professores suficientes e disponíveis para serem deslocados para estes lugares para cuidar dos seus alunos?
Ela, a presidente, combinou com quem sobre estas mudanças curriculares que são privilégios constitucionais das universidades (artigo 207)?
Não se muda um currículo por medida provisória. Será que ninguém desconfia que esta senhora e seus fantásticos assessores, equivocadamente, pensam que vivem em uma espécie de Venezuela?
Claro que as universidades e as entidades médicas – Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – que nunca foram consultadas, reagem e condenam veementemente o programa Mais Médicos e a mudança abusiva da grade curricular.
Médico não é mágico. Podem ser os melhores médicos brasileiros, cubanos, portugueses ou vindos de Harvard que não conseguirão fazer milagres nesses campos de miséria, pois o médico que se submete a trabalhar nesses lugares às vezes sequer dispõe de pia para lavar as mãos e não lhe são fornecidos medicamentos básicos, sequer analgésicos. Falta estrutura mínima e gestão eficiente dos parcos recursos existentes.
Se os médicos brasileiros não vão para estes lugares, é porque não lhes dão condições e estruturas adequadas de suporte mínimo. Falta financiamento e o governo sabe disso.
Por que não se oferece ao médico um plano de carreira como é oferecido no Judiciário?
Os médicos desejam que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que cria a carreira médica nos serviços públicos de saúde federal, estadual e municipal, seja aprovada.
Esta seria uma forma digna de levar o médico para o interior com remuneração justa, uma estrutura de qualidade e disponibilidade de tratamento.
A presidente é instruída a fingir não compreender que saúde não é feita apenas por médicos e conseguiu colocar a população contra os médicos que se tornaram, já há algum tempo, os grandes vilões da saúde como se fossem aqueles que respondem pela falta, quer de leitos, quer de medicamentos e exames complementares.
Ela resolveu transferir toda a responsabilidade sobre os ombros de uma classe, que os dirigentes petistas dizem ser preguiçosa, irresponsável e mal preparada.
As entidades médicas não são contra a abertura de mais faculdades ou mais 12.000 vagas (número mágico, apresentado aleatoriamente pela presidente), desde que se prove que são bons cursos; não são contra a vinda de médicos cubanos, espanhóis ou portugueses, desde que se prove que têm conhecimentos mínimos para atuar, submetendo-se à prova de revalidação de diplomas e do conhecimento da língua (não é um desafio fácil).
Cabem questionamentos jurídicos sobre estas medidas e até mesmo uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) – que, não se enganem os senhores, virão.
Para fechar o pacote, a nossa presidente aplicou nos médicos mais um golpe, provavelmente por retaliação frente à repercussão negativa nas entidades médicas que fizeram duras manifestações de repúdio às manipulações da massa com fins eleitoreiros: a Lei do Ato médico foi sancionada com nove vetos, e entre eles o que definia como privativo do médico o diagnóstico das doenças (nosológico) e a prescrição de medicamentos, que agora poderão ser feitos pelos enfermeiros e farmacêuticos.
Os médicos, portanto, só serão úteis para assinar atestados de óbito. E se os médicos são dispensáveis, por que mais médicos?
Larga do meu pé, Dilma!
(*) Médica, psicanalista, professora de Ética Médica na Universidade Federal de Sergipe e de Habilidades de Comunicação no Curso de Medicina da Universidade Tiradentes (UNIT) de Sergipe

Salvem Dilma!

Por Ricardo Noblat.

Dilma disse à Folha de S. Paulo: "Lula não vai voltar porque não saiu".
Foi em resposta à pergunta se ele voltaria a ser candidato à presidência da República em 2014 quando, a principio, Dilma tentará se reeleger.

O que Dilma quis dizer com essa história de "não voltar porque não saiu?"

Objetivamente, nada. Apenas fugiu de uma resposta direta, frontal à pergunta.






Razoável. Se nem ela sabe o que vai acontecer...

De resto agrada Lula.

Uma coisa é termos uma presidência compartilhada como temos hoje. Dilma não se sente segura para governar sozinha. Pede conselho a Lula sempre que a infelicidade bate à sua porta.

Se não pede, ele oferece por telefone. Ou por meio de ministros e assessores que devem o emprego a ele e não a Dilma.

Bem, outra coisa é proceder como Lula quando Dilma substituiu José Dirceu na chefia da Casa Civil.

Para enganar os tolos, Lula passou os dois últimos anos do seu segundo mandato repetindo que Dilma governava tanto quanto ele. E que era melhor gestora do que ele.

Ora, Dilma fazia o que Lula mandava. Muitas das sugestões que deu foram acatadas por Lula, outras não.

Esperto, Lula entregou a gerência do governo a ela para governar à vontade. Não se governa sem fazer política. Muito menos se governa centralizando tudo.

Lula teve melhor equipe do que Dilma tem. Embora soubesse lidar com políticos, cercou-se de gente que também sabia.Os bons ventos sopraram a economia enquanto governou.

Por hábil e carismático, levou no gogó a maioria dos brasileiros sempre que se viu em aperto.

Depois de consultar amigos, viu que não valeria a pena batalhar pelo terceiro mandato consecutivo. Deu um tempo. Chamou Dilma. Espera reciprocidade.

Há condições para que a reciprocidade se consuma. Mas Dilma está obrigada antes a reagir. Sua popularidade não poderá continuar caindo. Falta mais de um ano para a próxima eleição.

Se Dilma chegar feito um trapo em março, não parecerá natural que anunciem para deleite certo do distinto público: "Senhoras e senhores, o candidato do PT e de nove entre 10 partidos à presidência da República será... Luiz Inácio Lula da Silva".

Que brincadeira é essa?

A melhor gestora do governo Lula teria fracassado ao se tornar gestora do seu próprio governo?

Ou simplesmente Lula mentiu ao imputar-lhe a falsa condição de melhor gestora?

Lula pensa que é assim? Que o povo é bobo e jogará a culpa na Rede Globo?

Que o país engolirá a desculpa de que o mau desempenho de Dilma surpreendeu até ele mesmo? Mas que uma vez de volta ele haverá de correr atrás do tempo perdido?

O eventual retorno de Lula passará pela reabilitação de Dilma. A permanência do PT no poder passará pela reabilitação de Dilma.

Se candidata outra vez ela talvez não se reeleja. Mas se for alijada da disputa presidencial para evitar uma derrota é quase seguro que o PT acabará alijado do Palácio do Planalto.

Sem arrogância alguma, aceita-se apostas. Cartas à redação. Ou: e-mails. Como preferirem.

sábado, 27 de julho de 2013

A MÁQUINA PETISTA



Perfil Político dos Ocupantes de cargos DAS 5 e 6 no Governo Federal

 

FHC
1146 NOMEAÇÕES
18% FILIADOS
49% PSDB  /  32%BASE/18% FORA BASE
27,5% SINDICATOS
LULA
1º GOVERNO
1150 NOMEAÇÕES
25% FILIADOS
70%  PT /18% BASE/ 5%  FORA BASE
56,1% SINDICATOS
LULA
2º GOVERNO
1198 NOMEAÇÕES
25% FILIADOS
70%     PT /18% BASE/5% FORA BASE
46,9% SINDICATOS
DILMA
1233 NOMEAÇÕES
23% FILIADOS
81,8% PT /18% BASE/0% FORA BASE
28,5% SINDICATOS

 

Fonte: O trabalho “Elites burocráticas, dirigentes públicos e política no Poder Executivo do Brasil, 1995-2012”, da cientista política Maria Celina Soares D’Araujo, da PUC-Rio, compara o perfil dos altos dirigentes públicos no Brasil de 1995 a 2012, num total de 18 anos de gestão pública federal.

 

 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

SEM NOÇÃO.


Como diria meus contemporâneos: “tem gente que não toma semancol”.

Os jovens de hoje afirmam que: “esse cara é sem noção”.

Tanto no meu tempo como no tempo atual continua a existir uma turma que não sabe se posicionar em determinadas oportunidades.

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a respeito do uso dos aviões da FAB, assim se referiu: “Uma semana depois das manifestações, os políticos continuaram com práticas que não acham nada de mais. O mundo mudou e nossos políticos parecem que não viram o tempo passar, vivem ainda no século XX, quando existiam os currais eleitorais”.

Outra sem noção é a Presidente Dilma ao recepcionar o Papa Francisco. A fala da presidente foi espinhosamente desconfortável para recepcionar uma autoridade religiosa do vulto do chefe da Igreja Católica, que muito provavelmente não estava preparado para ouvir uma arenga pré-eleitoral que deve ter soado aos seus ouvidos como uma indelicadeza e uma impropriedade sem precedentes em eventos dessa natureza.

 

 

 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A queda do apoio a Dilma.

Ricardo Noblat.

 
O troféu "Político mais grosseiro do ano" de 2013 foi ganho pelo ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula e ex-deputado federal Ciro Gomes.  Não importa que o ano ainda esteja pelo meio.

Em entrevista a uma emissora de rádio de Fortaleza, Ciro disse a respeito de Dilma, a quem apoia, o que nenhum político da oposição jamais teve a coragem de dizer. Ou a indelicadeza de dizer. Comecemos pelo que ele afirmou de mais ameno:

- Incrível a Dilma convocar uma rede de televisão [logo após as primeiras manifestações de rua de junho último] e falar quase 10 minutos para não dizer absolutamente nada. Inventar uma lambança de uma Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política. Nenhum cartaz na rua pedia reforma política. (...) Depois trocou os pés pelas mãos nesse negócio dos médicos [programa Mais Médicos]




Foto: Jorge William



A estupidez:

- A Dilma não é uma má pessoa. É uma pessoa decente, trabalhadora. Ela é meio arrogante e muito inexperiente. Muito, muito, muito inexperiente. Ou seja: isso já estava dito. Eu cansei de falar muitas vezes... E cercada de gente de quinta categoria. Esse é o grande problema. Pilotando uma aliança que é assentada na base da "putaria".

O principal aliado do governo é o PMDB, a quem Ciro já chamou de "ajuntamento de assaltantes".

Ciro foi filiado ao PDS, sucessor da Arena, o partido da ditadura militar de 64; ao PMDB; ao PSDB e ao PPS, pelo qual concorreu duas vezes à presidência da República. Está no PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e aspirante à vaga de Dilma.

Há pouco mais de dois  meses, elogiou Dilma e garantiu-lhe seu voto contra Eduardo. Depois do virulento ataque à Dilma, ninguém se arrisca a dizer com quem ele estará na eleição do próximo ano. Nem mesmo Cid Gomes, seu irmão e governador do Ceará, se arrisca. Ciro é mais ele e suas circunstâncias. Sempre foi assim.

Nem por isso é um  maluco, capaz de rasgar dinheiro.

Sem os termos chulos que tanto atraem Ciro, o que ele disse sobre Dilma, devidamente matizado, é o que gorda parcela dos políticos de todos os partidos também diz - mediante a condição de não ter seus nomes revelados. Lula é menos crítico em relação a Dilma. Compreensível. Foi ele que a escolheu.

Mas de tanto ouvir políticos se queixarem dela, adotou como mantra, segundo Raymundo Costa, colunista do jornal Valor:

- Ruim com ela. Pior sem ela.

O jornal Valor publicou dados levantados pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento sobre o apoio a Dilma na Câmara dos Deputados. Nenhum presidente foi eleito com uma coligação do tamanho da que apoia Dilma - 10 partidos. Pois bem: o apoio que ela tem hoje é o menor desde que o PT chegou ao poder.

Em 2005, ano do escândalo do mensalão, Lula contou com a base de apoio do governo em  80,81% das votações na Câmara. Este ano, até aqui, a base apoiou o governo Dilma em 72% das votações. O apoio só fez cair em seis dos 10 partidos - inclusive no PT. Caiu e se recuperou um pouco em quatro - PDT, PR, PTB e PV.

O governo do PT bateu seu recorde de apoio em 2003, o primeiro ano da administração Lula - 93,71. Foi ao fundo do poço em 2005 - 80,81%. Atingiu 92,47% em 2008, o segundo ano do segundo mandato de Lula. Recuou para 80,10% em 2010, ano da eleição de Dilma. Para alcançar 90,08% no primeiro ano do governo dela e perder desde então 18 pontos percentuais.

Lula ficará rouco de tanto repetir que não será candidato à sucessão de Dilma. Ele poderá seguir negando até meados do próximo ano quando, por lei, acaba o prazo para que os partidos indiquem seus candidatos às eleições de outubro. Se a situação de Dilma melhorar até lá, ele honrará sua palavra. Do contrário...

Do contrário você imagina que o PT irá com Dilma para o tudo ou nada podendo dispor de Lula?

Só vendo.

A propósito: na mais recente pesquisa do Ibope, a ser divulgada hoje, diminui a aprovação do governo Dilma.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

TÁBUA DA MARÉ PARA SALINÓPOLIS/PA



 
DIA
PREA MAR
 BAIXA MAR
PREA MAR
 BAIXA MAR
19/07/2013- SEXTA
04h05min
10h55min
16h55min
23h20min
20/07/2013 – SÁBADO
05h10min
12h00min
17h50min
00h20min
21/07/2013 – DOMINGO
00h20min
06h10min
12h55min
18h45min
22/07/2013 –SEGUNDA
01h15min
07h00min
13h45min
19h35min
23/07/2013
TERÇA
02h05min
07h50min
14h35min
20h20min

Quando a maré está em seu ápice chama-se maré alta, maré cheia ou preamar; quando está no seu menor nível chama-se maré baixa ou baixa-mar. Em média, as marés oscilam em um período de 12 horas e 24 minutos. Doze horas devido à rotação da Terra e 24 minutos devido à órbita lunar.
Aproveite. Se beber não dirija! Chame um táxi.

 FONTE:http://www.tabuademares.com/br/para/salinopolis
 

Estratégia ou estrategia?

NEWTON SILVA – CHARGE ONLINE

newtonsilva

terça-feira, 16 de julho de 2013

"Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender:



1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem c...ompartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria “reuniões”.
8. Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental”.
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!"

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O preço dos erros.

Míriam Leitão, O Globo


Como foi mesmo que o Brasil chegou nesta situação? A inflação está alta; o crescimento, baixo; os empresários estão suspendendo emissões e captações; os juros, subindo; a expectativa, piorando; o real, perdendo valor.

Na economia, há um preço a pagar pelos erros, e o governo errou demais. Não é o fim do mundo, não há uma crise iminente, mas as escolhas equivocadas não ficaram impunes.

Há incertezas no mundo, mas o pior passou e não é a crise externa que explica o quadro que os economistas já começam a definir como de estagflação, essa palavra feia e pesada que na vida real é o que estamos vendo: o país cresce pouco, e a inflação permanece alta.

Os Estados Unidos discutem o ritmo da recuperação econômica já em curso, e a projeção para a Europa é de crescer, ainda que pouco, no ano que vem.

As agências de risco colocaram o Brasil em perspectiva negativa, o que significa um risco de, no médio prazo, o país ser rebaixado. A balança comercial deteriorou-se rapidamente e teve déficit na primeira metade do ano.

O saldo comercial será positivo, mas pequeno. O déficit em transações correntes se aprofundou.

O governo reagiu à crise de 2008 plantando os problemas que o país está colhendo agora. A crise chegou aqui como uma onda forte, derrubando o crescimento e ameaçando inúmeras empresas com operações de derivativos cambiais. O primeiro movimento foi para salvar essas empresas, induzindo fusões das maiores que atuavam no mesmo setor.

O Banco Central aumentou muito a oferta de liquidez para evitar que aquele evento se transformasse numa crise de crédito.

Bancos foram resgatados através do Fundo Garantidor de Crédito em operações muito controversas. Tudo foi justificado como a forma de contornar os efeitos aqui da eclosão da pior crise da história recente.

Mas a reação seguinte foi pior. Era natural que o governo incentivasse a economia, que entrou em recessão em 2009. Mas o problema foi a escolha e a permanência dos instrumentos de estímulo que foram equivocados e continuam em uso.

O governo adotou uma coleção interminável de pacotes setoriais que ampliaram os gastos e criaram subsídios para estimular o consumo.

Uma das formas de injetar incentivos à economia foi através dos bancos públicos. Foi recriado o pior do chamado “desenvolvimentismo” e da expansão monetária através da relação incestuosa entre bancos públicos e Tesouro. Tudo isso esteve em voga no governo militar e produziu a crise que a democracia debelou.

A partir de 2008, aumentou-se a estatização da economia, retomou-se o deletério processo de escolha de campeãs nacionais, foi reinstalado o balcão de favores para distribuir desonerações aos setores escolhidos.

A inflação passou a ser escamoteada por truques e subsídios como o que zerou a Cide e manteve o preço da gasolina congelado por vários anos.

A indústria automobilística foi a grande beneficiária dos incentivos fiscais. O uso de estatais para controlar a inflação está descapitalizando as empresas, principalmente a Petrobras. Isso apequena os investimentos e pode afugentar o investidor privado das concessões.

Num primeiro momento, o estímulo ao consumo funcionou, produzindo a bolha de crescimento de 2010 que elegeu a presidente Dilma Rousseff. Desde então, a inflação mudou de patamar, ficando mais perto do teto da meta. Os pacotes foram perdendo a capacidade de gerar crescimento. Os ciclos de recuperação ficaram mais fracos e mais curtos.

Para esconder o estrago, feito nas bases da política fiscal, o governo escolheu o pior caminho: usar truques contábeis para adulterar os indicadores das contas públicas. Todos juntos produziram o seguinte estrago: ninguém mais acredita em alguns dos números fiscais brasileiros, como superávit primário e dívida pública líquida.

Intervenções excessivas na regulação e a ocupação política das agências reguladoras aumentaram a insegurança jurídica, dificultando os investimentos. O crescimento baseado apenas no consumo alimentou a inflação e endividou as famílias.

Não será impossível corrigir essas distorções, mas exigirá do país um esforço que deveria estar sendo dedicado a superar outros obstáculos. Os erros que estão cobrando seu preço são erros velhos. A história ensina que deveriam ter sido evitados.

domingo, 14 de julho de 2013

O MÉDICO BRASILEIRO É DE QUALIDADE.

A Dra. Juliana da Fonseca Cardoso, cirurgiã do Hospital Estadual Azevedo Lima, no Rio de Janeiro, declarou pela Internet e a revista Veja reproduziu em sua Edição nº 2329, de 5/07/2013 o seguinte desabafo: "A Presidenta Dilma disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil...Melhorar a qualidade dos médicos...Eu sou médica de qualidade, o médico brasileiro é de qualidade. Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade... Dilma, não cuspa na minha cara. Não pise no meu diploma. Não me culpe de sua incompetência."
O desabafo da doutora Juliana resume uma verdade cristalina: não adianta importar médico do exterior, não adianta mandar médico recém formado para periferia das grandes cidades, não adianta pagar um excelente salário para atrair médico para as pequenas cidades perdidas neste BRAZILSÃO de meu deus, se não ofertar as condições de trabalho para esse profissional. Um médico só não faz verão. De nada adianta ter um médico se o mesmo não tiver o apoio de uma estrutura para exame e diagnóstico, de apoio de enfermagem, de auxiliares e de medicamentos.
Interessante observar que o Governo sabe disso, o Ministro da Saúde sabe disso muito bem, ele viveu isso na Amazônia, ele escreveu sobre isso em trabalhos acadêmicos e se promoveu a custo dessa realidade brasileira. 
O que está faltando? Recurso financeiro? Há dez anos atrás era o famigerado "imposto sobre o cheque", reclamavam que sem a "contribuição sobre a movimentação financeira - CPMF  a saúde iria falir. Nunca faltou dinheiro, mas gestão...
Como disse a doutora Juliana: "...não me culpe de sua incompetência."
Pense nisso.

   

domingo, 7 de julho de 2013

Dora Avante nada será diferente.

Outra carta da Dorinha, por Luis Fernando Veríssimo


Recebo outra carta da ravissante Dora Avante. Dorinha, como se sabe, participou de todos os movimentos cívicos da nação, mas nega que tenha estado presente na Proclamação da República.

Ela marchou com a família contra a ameaça anarco-sindicalista em 64 e deu ouro para o bem do Brasil, depois se desiludiu com o regime militar, pediu seus anéis de volta, mas teve que se contentar com um vale.

No grande comício pelas diretas já, Dorinha estava no palanque, mais especificamente embaixo do palanque dando uma aula de democracia participativa a um jovem ativista.

Ela apoiou a eleição do Collor, mas foi dela a iniciativa das caras-pintadas contra o Collor, embora sua ideia original fosse pintar todo o corpo nu, não só a cara.

Não surpreende, portanto, que ela e seu grupo de pressão, as Socialaites Socialistas, que querem implantar no Brasil o socialismo no seu estágio mais avançado, que é o seu fim, tenham aderido às manifestações de rua dos últimos dias.

O único problema é que... Mas deixemos que a própria Dorinha nos conte. Sua carta veio escrita com tinta lilás em papel turquesa, cheirando a “Mange moi”, um perfume proibido em vários países.

“Caríssimo!

Beijos disseminados, você escolhe onde. As Socialaites Socialistas estão mobilizadas! Vamos para a rua, participar dos protestos contra o preço dos ônibus, a corrupção, os políticos, os gastos com a Copa e o resto depois a gente vê, como todo mundo.

Antes de descer para a rua, no entanto, fizemos uma reunião preparatória do grupo no meu apartamento para responder a algumas dúvidas (a Suzana “Su” Ruru, por exemplo, queria saber o que é ônibus). E logo descobrimos que algumas de nós teriam problemas de consciência. Era o meu caso.

Meu atual marido, cujo nome me escapa no momento, é um corrupto conhecido. Eu iria desfilar contra o meu próprio marido? Contra a minha própria mesada, minha própria qualidade de vida? Contra o meu dinheiro para lifting, botox e compras em New York?

Problema mais grave seria o da Tatiana “Tati” Bitati, cujo marido acumula: é corrupto E político. Ela não desfilaria com naturalidade. Finalmente resolvemos: vamos todas desfilar com máscaras — e com a consciência tranquila. De qualquer maneira, não poderíamos perder esse programa!

Da sua agitadíssima Dorinha.”

sábado, 6 de julho de 2013

Sobre a deficiência na era da inclusão.


Por Romeu Kazumi Sassaki*
A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências. Com o objetivo de subsidiar o trabalho de jornalistas e profissionais de educação que necessitam falar ou escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia a dia, a seguir são apresentadas 20 termos, palavras ou expressões incorretas acompanhadas de comentários e dos equivalentes termos corretos. Ouvimos e/ou lemos frequentemente esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.
1. adolescente normal

Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na ideia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.
2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido

Estes termos eram utilizados com frequência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, frequentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje.
3.“apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”

Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno’. FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um ótimo aluno”.
4.“aquela criança não é inteligente”

Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de oito tipos de inteligência (lógico-matemática, verbal linguística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal cenestésica e visual espacial). FRASE CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico matemática”.
5. cadeira de rodas elétrica
Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.

6. ceguinho
O diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual.

7. classe normal
TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.

8. criança excepcional
TERMO CORRETO: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais na área de altas habilidades ou talentos extraordinários nas décadas de 80 e 90, o termo excepcionais passou a referir-se a pessoas com inteligência lógica-matemática abaixo da média (pessoas com deficiência mental) e a pessoas com inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios).

9. defeituoso físico
Defeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com frequência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.

10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência)
TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais não-pertencentes ao campo da reabilitação acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.

11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência)
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver comentário do item 10.

12. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda
TERMO CORRETO: deficiência mental (sem especificar nível de comprometimento). A nova classificação da deficiência mental, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.

13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)
TERMOS CORRETOS: pessoa com doença mental, pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.

14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)
TERMOS CORRETOS: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas.

15. “ela é cega mas mora sozinha”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz de morar sozinho’. FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha”.

16. “ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FRASE CORRETA: “ela tem deficiência mental e se destaca como atleta”.

17. “ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental”
A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem retardo mental’. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. FRASE CORRETA: “ela é surda [ou cega] e não tem deficiência mental”.

18. “ela foi vítima de paralisia infantil”.
A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ‘ela teve pólio’). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem sequela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASE CORRETA: “ela teve [flexão no passado] paralisia infantil” e/ou “ela tem [flexão no presente] sequela de paralisia infantil”.

19. “ela teve paralisia cerebral” (referindo-se a uma pessoa no presente)
A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: ela tem paralisia cerebral.

20. “ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência”.

Romeu Kazumi Sassaki In: VIVARTA, Veet (coord.). Mídia e deficiência. Brasília: Andi/Fundação Banco do Brasil, 2003, p. 160-165.
* Consultor de inclusão social. Autor do livro Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos (3.ed., Rio de Janeiro: Editora WVA ,1999) e do livro Inclusão no Lazer e Turismo: Em Busca da Qualidade de Vida (São Paulo: Áurea, 2003). Co-autor do livro Trabalho e Deficiência Mental: Perspectivas Atuais (Brasília: Apae-DF, 2003) e do livro Inclusão dá Trabalho (Belo Horizonte: Armazém de Ideias, 2000)

 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

OS GRITANTES, OS SURDOS E OS MUDOS.


O povo brasileiro não se distribui mais em classes econômicas como era antes: os ricos, os médios e os pobres. Também não importa a raça, a cor, o gênero, o homo ou o hetero.
A divisão atual é a seguinte: os gritantes, os surdos e os mudos.

As ruas estão lotadas de gritantes. São milhões e se sentem satisfeitos por extravasar. E os seus gritos na maioria das vezes são protestos. Protestam por tudo. Protestam por melhorias pessoais, melhorias comunitárias, melhorias corporativas, melhorias gerais.
Alguns não gritam por protestos, gritam e ameaçam. Gritam e apedrejam, gritam e quebram, gritam e saqueiam. Não são muitos, são centenas apenas, mas existem. Também são gritantes.

Do outro lado estão os surdos, não estão nas ruas, não estão expostos, mas estão atentos estão encolhidos em seus guetos, em suas masmorras, em seus castelos e em seus casulos. Estão na espreita para depois decidirem por aonde ir. São milhões, talvez centena de milhões. Sentem-se protegidos, por ora continuam a não querer ouvir a voz rouca que ecoa das ruas. São mutantes são oportunistas. São surdos.
Nas ruas também não se encontram os mudos. Esses são poucos. Nunca antes nesse país foram tão poucos. Já falaram demais. Agora cobram para falar, no exterior. Aqui não abrem a boca. Diz-se que tentaram um golpe para depois falar, porém não deu certo e continuam quietos. Vão falar depois: “eu bem que avisei...”   

Pensem nisso.

 

Eles estão surdos e são muitos.

- O Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, viajou no dia 2 de junho à custa de recursos da Corte para assistir ao amistoso entre Brasil e Inglaterra, no Maracanã direto do Camarote do apresentador de televisão Luciano Huck.
- E tem mais, muito mais!
Pensem nisso!!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

As ruas estão gritando. Mas eles estão surdos!!!

O Povo nas ruas está gritando há mais de 15 dias. Alguns estão roucos, outros continuam a gritar.
Depois de algumas manifestações o Governo se moveu e parecia dar ouvido aos gritos. Convocou reuniões com os govenadores e prefeitos das capitais e anunciou cinco pactos. Dos pactos propostos sobrou um - reforma política.
Ouviu alguns setores da sociedade, escolheu alguns que gritavam nas ruas para ouvir. Ouviu o que quis e não ouviu o que não quis.
Ouviu o Judiciário e o Congresso; anunciou medidas, desanunciou outras medidas; convocou constituinte; despois desconvocou; anunciou plebiscito, ouviu que não dá tempo para 2014.
O Vice presidente anunciou que não dá tempo. Em seguida desdisse. O Ministro da Justiça disse que não há tempo. Depois chamado disse que não disse.
O Presidente da Câmara usou o avião da FAB para dar carona a parentes que assistiram o jogo da Seleção brasileira. Interrogado sobre o assunto afirmou que devolveria o valor da carona.
O Presidente do Senado usou o avião da FAB para ir a casamento no final de semana. Interrogado sobre o assunto afirmou que não vai devolver o valor da carona.
As ruas continuam a gritar.
Mas eles estão surdos!!!
Até quando?

Pensem nisso.    

Brasileiro é bonzinho.

Arnaldo Jabor

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma his...tória de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
...Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.

- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.

Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.


- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático.. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense !

O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro.
Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar.

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:


O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, biodiesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!
 Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?