segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reflexão sobre o que se desja aos outros.


Quando nos deparamos diante de uma situação difícil para alguém, torna-se quase automático desejar aos outros que se conforme com a dificuldade, pois “Deus está no controle”, “Vai dar tudo certo”, “Tenho certeza de que vai sair dessa” e assim por diante.

Para o crente em Deus é claro que temos a certeza de que Ele está no controle pois o Criador de Tudo e de Todos, sempre está no controle. Mas ao declararmos isso, quase que automaticamente estamos sendo sinceros conosco mesmo ou estamos simplesmente nos liberando de uma atitude mais profunda, nos desvencilhando de uma situação constrangedora.

Será que dessa forma não estamos fugindo de alguma forma?   

Ao blindar com a expressão “Saúde!!!” não deveríamos estar desejando:

1.      observe os alimentos que ingere;

2.      verifique os pensamentos que cria;

3.      mantenha se em equilíbrio com a natureza.

Ao desejar Feliz Natal não deveríamos estar desejando:

Pai Nosso que estais no céu,
santificado seja o vosso nome,
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como em todos os mundos.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje e sempre que merecermos.
Perdoai as  nossa dividas e ensina-nos a perdoar os nossos devedores.

Não nos deixeis cair em tentação,
e livrai-nos do mal que criamos com nossa invigilância.
Que assim seja...

 Pense nisso! E feliz Natal com Jesus.

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

REFLEXÃO SOBRE O NATAL.


Tomando como referência o dia 25 de dezembro, considerado pelo mundo ocidental como o dia do nascimento de Jesus, fica a interrogação: o que presentear ao aniversariante?

As escrituras sagradas relatam que em seu nascimento o Menino Jesus recebeu dos Magos do Oriente os seguintes presentes: ouro, incenso e mirra. Seria esse o presente que deveríamos ofertar nesse dia de comemoração?
 Ou deveríamos atentar para a parábola relatada no Capítulo 25 do Evangelho de Mateus: ... “em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes...”
Ou ainda conforme nos alerta Emmanuel de que: um sorriso realiza milagres. Um gesto amigo ampara a multidão.

“Com algumas palavras, o Cristo articulou o roteiro regenerativo do mundo e, com a bênção da própria renúncia, retificou os caminhos da Humanidade”.

“Renovam-se, no Natal, as vibrações da Estrela do Amor, que exaltou, com Jesus, a glorificação a Deus e ao reino da boa vontade, entre os homens. Jamais ensurdeçamos, ante o apelo celestial que se repete. Ampliemos a comunhão fraterna e louvemos a cooperação, porque, anualmente, o Cristo nos requisita à verdadeira solidariedade, a fim de que, em nos tornando mais irmãos uns dos outros, possa Ele nascer, em espírito, na manjedoura do nosso coração, transformando em incessante e divino Natal todo os dias da nossa vida”.

Diante disso não nos esqueçamos: Papai Noel não é o aniversariante. O verdadeiro homenageado deve ser Jesus que contrariando o mercantilismo, não nos conclama para esse consumismo material que aí está e sim para uma verdadeira mudança de vida de forma a nos candidatar a entrar no seu Reino que não é deste mundo mas sim a Casa do Pai, onde existe inúmeras moradas.

Feliz Natal, com Jesus.

 

 

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO.

Congresso reage à tentativa de golpe cartorial que Dias Toffoli quis dar no financiamento de campanha


golpezinho cartorial que o ministro Dias Toffoli tentou dar durante a votação de uma mera resolução no TSE. O ministro quis usar o expediente para, simplesmente, excluir uma batelada de empresas da lista de possíveis doadoras de campanha. E a sua proposta inicial era ainda mais abrangente.
Toffoli tentou, em suma, resolver pela via cartorial o que é, obviamente, assunto do Congresso. Pior ainda: a questão do financiamento de campanha está sendo votada no STF. Ele não quis esperar. Essa agenda tem nome: financiamento público de campanha. E essa tese tem paternidade. PT! Pois bem, conforme informam Laryssa Borges e Marcella Mattos na VEJA.com, o Congresso reagiu. Leiam texto.
Os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se manifestaram contrários à intervenção do STF (Dida Sampaio/AE e Beto Barata). Após o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, levar para o plenário da Corte a discussão sobre restrições para empresas financiarem campanhas eleitorais e partidos políticos, a cúpula do Congresso Nacional reagiu nesta quarta-feira e reclamou de “intromissão” do Judiciário em temas do Legislativo.
“Quem recebeu a delegação do povo para legislar foi o Congresso Nacional, não o STF e não o TSE. Só o Congresso pode fazer as leis. É importante que o Supremo saiba disso e que o TSE também”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “É uma coisa invasiva com a qual o Congresso não vai e não pode concordar”, completou.
“A questão de reforma política e eleitoral na sua integralidade é de competência do Poder Legislativo. Acho que os Poderes têm de se respeitar reciprocamente. O Judiciário é importante no seu papel de interpretação das leis, mas quem tem legitimidade de fazer a lei, atribuição constitucional, são todos aqui eleitos pelo voto popular”, afirmou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Reação
Em retaliação, os parlamentares também articulam a votação de projetos que afetam as atribuições e o dia a dia do STF, como os que tratam de limitação do mandato dos ministros ou que mudam a forma de escolha dos magistrados – hoje, o presidente da República indica o ministro, que é sabatinado no Senado.
No início do ano, outro projeto contra o STF avançou no Congresso: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou uma emenda constitucional que submete parte das decisões do Supremo ao crivo do Legislativo. Pelo texto, ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) teriam de ser analisadas pelo Legislativo, e as súmulas vinculantes (mecanismo editado pelo STF que deve ser seguido por todas as instâncias do Judiciário) também seriam submetidas ao Parlamento antes de entrar em vigor.
Na última semana o Supremo começou a julgar se é constitucional ou não que empresas doem para partidos políticos e para candidatos. Os debates foram interrompidos por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki. Até agora, quatro ministros – Luiz Fux, Joaquim Barbosa, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli – declararam ser favoráveis a restrições de doações por empresas. No TSE, uma proposta de resolução apresentada por Toffoli buscava proibir doações de empresas que, de algum modo, têm capital estrangeiro. A ideia original do magistrado, aliás, incluía vetar doações de companhias com capital em Bolsa e das que tomaram empréstimos de bancos públicos. Um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes parou o julgamento no TSE.
 
Por Reinaldo Azevedo - Veja.com

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O BICHO PEGOU MESMO.

by Augusto Nunes - VEJA.com


Gilberto Carvalho acertou a previsão que fez há exatamente um ano: o bicho que iria pegar em 2013 pegou até o caixa preta do PT






“2013 vem aí e vem muito bravo”, avisou Gilberto Carvalho no meio da mensagem de Natal endereçada aos devotos da seita lulopetista divulgada há exatamente um ano. Depois de desejar “muita paz” aos companheiros, e recomendar-lhes que homenageassem  parentes e amigos com demonstrações de afeto, o seminarista que virou coroinha de missa negra prostrou-se aos pés do chefe supremo, canonizou os sacerdotes ameaçados pelo Supremo Tribunal Federal, condenou à danação eterna os hereges que se recusavam a engavetar o caso Rose e encerrou o vídeo divulgado em 15 de dezembro de 2012 com a exortação beligerante: “Vamos descansar bem agora, por que em 2013 o bicho vai pegar”.
Pegou mesmo, e os estragos não pouparam ninguém, informa o balanço do ano que vai terminando. Mas pegou com especial severidade o PT, o governo e o próprio Gilberto Carvalho. Em 2013, com a prisão dos mensaleiros, o partido descobriu que há vagas na cadeia também para delinquentes da primeira classe. Com as manifestações de rua que explodiram em junho, a presidente Dilma Rousseff descobriu a nação dos descontentes que existe fora do Brasil Maravilha registrado em cartório. Seus habitantes exigem um Brasil padrão Fifa e gostam de desmoralizar institutos de pesquisas que inventam campeões de popularidade.
No começo de dezembro, o bicho assumiu o formato de livro e pegou de jeito Gilberto Carvalho. As revelações do delegado Romeu Tuma Junior tornaram ainda mais cabeludas as histórias muito mal contadas que infestam seu prontuário. Embora apareça invariavelmente como coadjuvante, ele se destaca pela aplicação com que interpreta papéis repulsivos. Quando VEJA antecipou o capítulo reservado ao assassinato do prefeito Celso Daniel, o acusado prometeu processar o acusador. O livro já está na segunda edição. A ameaça de revidar na Justiça não foi reeditada, nem será. Quem tem culpa no cartório quer distância de tribunais.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

DÁLCIO – CORREIO POPULAR

AUTO_dalcio

STF julga ADI sobre financiamento de campanha eleitoral.

 

       Os ministros do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso votaram nesta quinta-feira (12) a favor da Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona trechos da lei eleitoral que permitem o financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas. A ADI foi proposta pela OAB em 2011. Na quarta-feira, o relator do julgamento, Luiz Fux, e Joaquim Barbosa também votaram a favor. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Teori Zavascki.

“A discussão não é sobre financiamento de campanha, mas sobre quem financia a democracia: o povo ou o poder econômico”, afirmou Dias Toffoli na abertura de ser voto. “A soberania reside no povo, que se autogoverna ao escolher seus representantes. Isso está no voto individual e secreto de cada um”, disse. “A hora do voto é um dos raros momentos de perfeita consumação da igualdade, quando todos são formal e materialmente iguais.”

Segundo o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, que acompanhou a sessão no STF, é importante que a discussão sobre financiamento privado de campanhas eleitorais esteja na pauta do país, porque diz respeito a todos os cidadãos.“Se o STF declarar a lei inconstitucional, dirá que o investimento empresarial em campanhas desiguala as pessoas, faz com que ricos e pobres não tenham a mesma participação igualitária no processo eleitoral.”

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O PAÍS DO ESTAMOS PROVIDENCIANDO.



Carlos Brickmann - By JBF
 
As autoridades prometem que, daqui pra frente, tudo vai ser diferente, o torcedor briguento de futebol vai aprender a ser gente. O pior é que não somos só nós que sabemos que é tudo conversa mole: as autoridades também sabem.
1 – O mesmo torcedor é preso em Oruro, na Bolívia, e pouco depois em Salvador, na Bahia. Já esteve em Tóquio, no Japão. De onde tira tanto dinheiro?
2 – Um torcedor foi fotografado, na briga das torcidas organizadas do Atlético Paranaense e do Vasco da Gama, com um porrete quase do tamanho dele, com pregos na ponta. Por mais ingênuo que seja o policial, ou o porteiro, ou o segurança, que é que imaginou que ele pretendia fazer no estádio com o porrete? OK, temos de admitir que há possibilidades diversas, mas com pregos na ponta?
3 – Um ex-vereador de Curitiba, Juliano Borghetti, do PP, membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, membro da Comissão Especial para Assuntos da Copa 2014, superintendente da Ecoparaná, aliado do governador tucano Beto Richa, foi fotografado no meio da briga de atleticanos e vascaínos. Enfim, uma autoridade ativa! Pena que sua atividade seja participar de guerra de torcidas.
A solução para pacificar os estádios é simples: a mesma da Inglaterra, e não há falta de câmeras por aqui. É identificar e punir os baderneiros – ou com proibição de ir ao jogo, supervisionada pela Polícia, ou com prisão. E aqui? Por cerca de um ano, funcionou no Ministério da Justiça a Comissão Técnica de Combate à Intolerância Esportiva. Neste ano não houve brigas em estádios. Ao assumir, o ministro José Eduardo Cardozo acabou com ela.
Por que? Perguntem a ele, oras!
 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quatro opções para quem não acerta nem a testa.

Blog do Augusto Nunes - By Veja

Por que Dilma inventou um salto do PIB que só aconteceu na página do jornal espanhol? Confira as quatro explicações possíveis
No meio da entrevista concedida por Dilma Rousseff à edição brasileira do diário espanhol El País, o jornalista fez uma escala no terreno sempre movediço da economia: a presidente estava preocupada com o raquitismo dos índices de crescimento?, quis saber o jornalista.
Caprichando na pose de quem governa a segunda superpotência do planeta, a entrevistada disse o seguinte:
“Esta semana resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado o PIB. Isso acontece com outros países também. Os Estados Unidos sempre revisam seu PIB. Agora nós neste ano vamos crescer bem mais do que 1,5% – resta saber quanto acima”.
Uma semana depois do palavrório publicado em 26 de novembro, o IBGE revelou o resultado da revisão: em 2012, o crescimento não foi de 0,9%, conforme o cálculo original, mas de 1% ─ exatamente 0,1% acima do índice que levara a presidente a desconfiar, em dilmês arcaico, que “estava subestimado o PIB”.
Que fim levou o salto de 1,5% que só deu as caras na entrevista? Onde a presidente foi buscar a maluquice reproduzida por El Pais? Há quatro explicações possíveis:
1. Dilma mentiu. Nessa hipótese, precisa pedir desculpas ao jornal e aos leitores, prometer regenerar-se e tentar criar juízo.
2. Dilma foi enganada. Se foi assim, precisa pedir desculpas ao jornal e aos leitores, demitir imediatamente o responsável pela tapeação e prometer que, de hoje em diante, vai conferir contas e números apresentados por vigaristas incuráveis.
3. Dilma ouviu o índice certo mas a memória falhou nesse trecho da entrevista. Nesse caso, precisa pedir desculpas aos jornais e aos leitores, prometer que vai anotar num papel cifras especialmente importantes e convocar algum assessor vacinado contra surtos de amnésia para vigiar o que diz em entrevistas mais longas.
4. Dilma decidiu provar que músico e escritor Lobão não exagerou ao afirmar, na entrevista ao Roda Viva, que o Brasil é presidido por alguém “incapaz de tomar sorvete pela testa porque não vai conseguir nem mirar a própria testa”. Se a quarta opção for a correta, oremos.

Carta de renuncia de Genoino: equívoco ou trapaça hstórica?

Eis o ponto. Genoíno em sua carta renuncia fala dos seus 25 anos de vida parlamentar. Até o advento do mensalão, era, sim, considerado um dos príncipes do Congresso. Aliás, era mais fácil encontrar pessoas que o admiravam fora do PT do que  no petismo — onde era tachado, imaginem vocês, de “a direita do PT”.
Ocorre que Genoíno diz ter dedicado 45 anos à luta democrática. Aí é preciso discordar, não? A menos que ele me prove que o PCdoB queria democracia e que a guerrilha do Araguaia era seu instrumento.
E este é não o equívoco, mas a trapaça histórica, conceitual e moral da narrativa inventada por Genoíno e pelos petistas: democracia não é ditadura; assinar um empréstimo fraudulento não é como pegar no trabuco. São crimes diferentes. Nem aquele serviu para construir a ordem democrática — que foi obra da resistência pacífica — nem este outro serviu para consolidar o “poder do povo”. Guerrilha e fraude bancária eram só escolhas erradas de partidos que supõem, em tempos distintos e com equívocos distintos, que detêm a condução da história.
Por Reinaldo Azevedo - Blog do Reinaldo - Revista Veja.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Temporada de Tragédias.

Todos os anos, nesse mesmo período, nesse mesmo país têm início a Temporada de Tragédias. São eventos anunciados durante o ano todo e sempre se repetem. Parece a programação da TV Globo, sai ano entra ano e a programação é linear e repetitiva. Este ano não vai ser diferente, aliás já começou.
Em Macaé, a minha santa terrinha deu a largada inicial. Dois dias de chuvas, na faixa de 150 mml e os deslizamentos começaram, mortes se verificaram, canais foram entupidos, áreas foram alagadas, caos no trânsito, cancelamento das aulas, prejuízos etc.
Em Petrópolis e Santa Maria Madalena as mesmas cenas, as mesmas tragédias. Em Nova Friburgo ainda existem entulhos a serem retirados dos desastres de dois anos atrás, em Niterói as casas prometidas até hoje não foram concluídas. E pior, as causas dos desastres ainda continuam a serem produzidas.
Os efeitos das chuvas estão sendo filmados, divulgados, anotados mas a tomada de providências para cessar com as causas não!
As ocupações das encostas continuam e se multiplicam, a fiscalização das prefeituras não!
Os loteamentos clandestinos proliferam em área impróprias, a obediência aos licenciamentos ambientais não!
A legislação restritiva que regulamenta os lixões exigindo medidas corretivas existem, mas a sua obediência não!
A multa por jogar ponta de cigarro e papel de bala está sendo aplicada no centro da cidade maravilhosa, mas a fiscalização por jogar saco de lixo no bueiro não!
Até quando?
Até quando vamos continuar a conviver com a ineficiência das administrações, com a deseducação da população, com a incapacidade de reagir?
Todos nós somos culpados!!!
Alguns podem até achar que fazendo mutirão para coleta de doações vai resolver o problema ou aplacar nossas culpas, mas não vai.
Escrever esse texto também não vai dar em nada.
O que resta?
    

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

SINAIS ALARMANTES.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - O Estado de São Paulo

Finalmente se fez justiça no caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em outras épocas lutou com desprendimento. Eles estão presos ao lado de outros que se dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público. Mais melancólico ainda é ver pessoas que outrora se jogavam por ideais - mesmo que controversos - erguerem os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante em que juram fidelidade à Constituição. Onde está a revolução? Gesticulam como se fossem Lenines que receberam dinheiro sujo, mas o usaram para construir a "nova sociedade". Nada disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da mercantilização da política e do uso do Estado para se perpetuar no poder. De pouco serve a encenação farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar seus seguidores mais crédulos.

Basta de tanto engodo. A condenação pelos crimes do mensalão deu-se em plena vigência do Estado de Direito, num momento em que o Executivo é exercido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cujo governo indicou a maioria dos ministros do Supremo. Não houve desrespeito às garantias legais dos réus e ao devido processo legal. Então, por que a encenação? O significado é claro: eleições à vista. É preciso mentir, autoenganar-se e repetir o mantra. Não por acaso, a direção do PT amplifica a encenação e Lula diz que a melhor resposta à condenação dos mensaleiros é reeleger Dilma Rousseff... Tem sido sempre assim, desde a apropriação das políticas de proteção social até a ideia esdrúxula de que a estabilização da economia se deveu ao governo do PT. Esqueceram as palavras iradas que disseram contra o que hoje gabam e as múltiplas ações que moveram no Supremo para derrubar as medidas saneadoras. O que conta é a manutenção do poder.
Em toada semelhante, o mago do ilusionismo fez coro. Aliás, neste caso, quem sabe, um lapso verbal expressou sinceridade. "Estamos juntos", disse Lula. Assumiu meio de raspão sua fatia de responsabilidade, ao menos em relação a companheiros a quem deve muito. E ao País, o que dizer?
Reitero, escrevo tudo isso com melancolia, não só porque não me apraz ver gente na cadeia, embora reconheça a legalidade e a necessidade da decisão, mas principalmente porque tanto as ações que levaram a tão infeliz desfecho como a cortina de mentiras que alimenta a aura de heroicidade fazem parte de amplo processo de alienação que envolve a sociedade brasileira. São muitos os responsáveis por ela, não só os petistas. Poucos têm tido a compreensão do alcance destruidor dos procedimentos que permitem reproduzir o bloco de poder hegemônico; são menos numerosos ainda os que têm tido a coragem de gritar contra essas práticas. É enorme o arco de alianças políticas no Congresso cujos membros se beneficiam por pertencerem à "base aliada" de apoio ao governo. Calam-se diante do mensalão e das demais transgressões, como se o "hegemonismo petista" que os mantém fosse compatível com a democracia. Que dizer, então, da parte da elite empresarial que se ceva dos empréstimos públicos e emudece diante dos malfeitos do petismo e de seus acólitos? Ou da outrora combativa liderança sindical, hoje acomodada nas benesses do poder?
Nada há de novo no que escrevo. Muitos sabem que o rei está nu e poucos bradam. Daí a descrença sobre a elite política reinante na opinião pública mais esclarecida. Quando alguém dá o nome aos bois, como, no caso, o ministro Joaquim Barbosa, que estruturou o processo e desnudou a corrupção, teme-se que, ao deixar a presidência do STF, a onda moralizante dê marcha à ré. É evidente, pois, a descrença nas instituições. A tal ponto que se crê mais nas pessoas, sem perceber que por esse caminho voltaremos aos salvadores da Pátria. São sinais alarmantes.
Os seguidores do lulopetismo, por serem crédulos, talvez sejam menos responsáveis pela situação a que chegamos do que os cínicos, os medrosos, os oportunistas, as elites interesseiras que fingem não ver o que está à vista de todos. Que dizer, então, das práticas políticas? Não dá mais! Estamos a ver as manobras preparatórias para mais uma campanha eleitoral sob o signo do embuste. A candidata oficial, pela posição que ocupa, tem cada ato multiplicado pelos meios de comunicação. Como o exercício do poder se confundiu, na prática, com a campanha eleitoral, entramos já em período de disputa. Disputa desigual, na qual só um lado fala e as oposições, mesmo que berrem, não encontram eco. E sejamos francos: estamos berrando pouco.
É preciso dizer com coragem, simplicidade e de modo direto, como fizeram alguns ministros do Supremo, que a democracia não se compagina com a corrupção nem com as distorções que levam ao favorecimento dos amigos. Não estamos diante de um quadro eleitoral normal. A hegemonia de um partido que não consegue deslindar-se de crenças salvacionistas e autoritárias, o acovardamento de outros e a impotência das oposições estão permitindo a montagem de um sistema de poder que, se duradouro, acarretará riscos de regressão irreversível. Escudado nos cofres públicos, o governo do PT abusa do crédito fácil que agrada não só aos consumidores, mas, em volume muito maior, aos audaciosos que montam suas estratégias empresariais nas facilidades dadas aos amigos do rei. A infiltração dos órgãos de Estado pela militância ávida e por oportunistas que querem beneficiar-se do Estado distorce as práticas republicanas.
Tudo isso é arquissabido. Falta dar um basta aos desmandos, processo que, numa democracia, só tem um caminho: as urnas. É preciso desfazer na consciência popular, com sinceridade e clareza, o manto de ilusões com que o lulopetismo vendeu seu peixe. Com a palavra as oposições e quem mais tenha consciência dos perigos que corremos.
* SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA