A função da dor.
"Deus é a inteligência suprema, causa primaria de todas as coisas."
Livro dos Espíritos - Allan Kardec, pergunta 01.
Sendo a causa primária de todas as coisas uma inteligência suprema, não se pode cogitar da existência de algo que não provenha dessa matriz e que não tenha sentido inteligente. Seguindo esse raciocínio não se pode admitir coisa alguma criada por Deus que não tenha uma função no todo da criação e que também não venha com as marcas do princípio inteligente.
Assim sendo se faz necessário buscar a exata função de todos os elementos da criação, pois nada deve ficar sem uma explicação, sem que seja entendido.
Entre esses elementos existe algo no seio da criação que invariavelmente nos perguntamos: qual a razão da existência da dor? O que representa o sofrer? Qual a função da dor?
Na busca dessas respostas vamos identificar as formas de apresentação da dor, que pode ser tipificada de duas formas:
1. A dor impulso que gera a prova;
2. A dor doída que gera a expiação.
Aí estão os dois tipos de dor; qualquer outra expressão de dor é uma variável desses dois tipos. E assim tem sido desde o início dos tempos, desde a individualização do princípio universal inteligente em forma espirítica.
Todo espírito criado possui uma característica única dentre os seres vivos que é a de possuir o elemento “vontade” e dela dispor ao seu “livre arbítrio” e isso o diferencia de todos os outros seres da criação.
Essa diferença, esse livre arbítrio mesmo ainda em estágio embrionário vai lhe caracterizar as suas tendências, as suas ações e as suas omissões e nessas atitudes estão impressos também os caracteres do criador. Daí afirmativa que Deus fez o homem á sua imagem e semelhança.
O ser em amadurecimento irá cultivar e desenvolver caractere que se tornará em tendência que influenciará o seu comportamento e o acompanhará por toda a sua evolução, rumo a eternidade.
Em seu relacionamento com a vida essa tendência irá promover uma interação ou uma reação com os caracteres do criador impresso em sua consciência.
Se, neste relacionamento prevalecer uma relação adversa haverá em conseqüência uma reação a ser gravada em seu psiquismo. A essa reação chamaremos de dor-impulso. É uma espécie de reação ao desenvolvimento do espírito, donde se faz necessário a dor que o impulsiona a refazer suas atitudes e a retomar o caminho para o seu crescimento.
Se ao contrário neste relacionamento prevalecer uma relação positiva de interação com o caractere divino a conseqüência é a evolução espiritual sem maiores problemas, sem nenhum trauma.
Como ilustração (não se trata de caso geral), poderíamos citar o caso do espírito que atua de maneira instintivamente (ele ainda não tem uma personalidade bem formada), seguindo os impulsos do egoísmo ele exarceba-se no orgulho e com isso advém todas as conseqüências funestas largamente conhecidas. Essas atitudes entrariam em confronto com os caracteres divinos. Surge á partir daí uma reação e um confronto e o próprio espírito dentro do processo reencarnatório, em momento de lucidez requer a prova da miséria. Encarnado, o espírito em estado de esquecimento rejeita a dor-prova que é a total ausência dos bens materiais e com isso advém a incompreensão do porque do sofrimento. A superação dessa dor-impulso, ou dor-prova, conduz o espírito a uma valorização real dos bens materiais, a ponto do espírito superar o orgulho e o egoísmo.
Por outro lado, a não superação dessa prova, conduz o espírito a uma nova experiência, se desta feita ainda, o espírito não a superar, pode acarretar uma reação ainda maior, levando-o a revolta, ao desespero, a exacerbação do orgulho, se aprofundando no egoísmo que o conduziria ao concurso da dor-doída, a dor-expiação, ainda como meio de resgatar os danos produzidos.
"Bem aventurados os que sofrem" (Jesus). Sem a noção de vida futura, do caminho da reencarnação, não entenderíamos tais afirmativas do Mestre.
Donde se conclui que a dor quando presente é inevitável,já o sofrimento pode ser uma opção.
A função da dor só é entendida se buscarmos respostas no processo evolutivo.
Aprofundar o conhecimento do processo reencarnatório é tarefa necessária para nossa evolução e pode ter início na leitura e no estudo das obras básicas da codificação do espiritismo. Acesse www.federacaoespiritabrasileira.org.br e busque um caminho.
Att.
Marcello Benjamin
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