sábado, 29 de junho de 2013

O GOLPE DO PT.


Merval Pereira, O Globo

Quando os manifestantes nas ruas dizem que não se sentem representados pelos partidos políticos, e criticam a defasagem entre representante e representado, estão falando principalmente da reforma política

Mas há apenas uma razão para que o tema tenha se tornado o centro dos debates: uma manobra diversionista do governo para tentar assumir o comando da situação, transferindo para o Congresso a maior parte da culpa pela situação que as manifestações criticam.

O governo prefere apresentar o plebiscito sobre a reforma política como a solução para todos os males do país e insistir em que as eventuais novas regras passem já a valer na eleição de 2014, mesmo sabendo que dificilmente haverá condições de ser realizado a tempo, se não pela dificuldade de se chegar a um consenso sobre sua montagem, no mínimo por questões de logística.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, convocou para terça-feira uma reunião com todos os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para começar a organizar a logística para um possível plebiscito.

Ao mesmo tempo, a diretoria de Tecnologia do TSE já começou a estudar qual a maneira mais rápida de montar uma consulta popular nas urnas eletrônicas.

Só depois dessas reuniões, o TSE terá condições de estimar o tempo previsto para implementar o plebiscito, e até mesmo sua viabilidade, já que o sistema binário (de sim ou não) pode não ser suficiente para a definição de temas tão complexos quanto o sistema eleitoral e partidário.

Mas já há movimentos dentro do governo no sentido de que o prazo mínimo de um ano para mudanças nas regras eleitorais, definido pela Constituição, seja reduzido se assim o povo decidir no plebiscito.

Ora, isso é uma tentativa de golpe antidemocrático que pode abrir caminho para outras decisões através de consultas populares, transformando-nos em um arremedo de república bolivariana. A questão certamente acabará no Supremo, por inconstitucional. A insistência na pressa tem boas razões.

O sonho de consumo do PT seria mudar as regras do jogo com a aprovação das candidaturas em listas fechadas, em que o eleitor vota apenas na legenda, enquanto a direção partidária indica os candidatos eleitos.Como o partido com maior apelo de legenda, o PT teoricamente seria o de maior votação.

Mas, se as mudanças não acontecerem dentro do cronograma estabelecido pelo Palácio do Planalto, será fácil culpar o Congresso pela inviabilização da reforma política, ou o TSE.

Já no 3º Congresso do PT, em 2007, o documento final — que Reinaldo Azevedo, da “Veja”, desencavou — defende exatamente os pontos anunciados pela presidente Dilma em seu discurso diante dos governadores e prefeitos. Ela própria admitiu que gostaria que do plebiscito saíssem o voto em lista e o financiamento público de campanha. Até mesmo a Constituinte exclusiva, que acabou sendo abortada, está entre as reivindicações do PT desde 2007.

“Para que isso seja possível, a reforma política deve assumir um estatuto de movimento e luta social, ganhando as ruas com um sentido de conquista e ampliação de direitos políticos e democráticos”, diz o documento do PT.Para os petistas, “a reforma política não pode ser um debate restrito ao Congresso Nacional, que já demonstrou ser incapaz de aprovar medidas que prejudiquem os interesses estabelecidos dos seus integrantes”.

A ideia de levar a reforma para uma Constituinte exclusiva tem como objetivo impedir que “setores conservadores” do Congresso introduzam medidas como o voto distrital e o voto facultativo, “de sentido claramente conservador”, segundo o PT.

De acordo com o mesmo documento, “a implantação, no Brasil, do financiamento público exclusivo de campanhas, combinado com o voto em listas preordenadas, permitirá contemplar a representação de gênero, raça e etnia”.

Portanto, a presidente Dilma está fazendo nada menos que o jogo do seu partido político, com o agravante de ser candidata à Presidência da República na eleição cujas regras pretende alterar.

Não caiu a ficha.

 

Por Cristovam Buarque As surpreendentes mobilizações dos últimos dias podem ser explicadas em dez letras: “caiu a ficha”. Não se sabe exatamente o que levou a ficha a cair neste exato momento, mas todos os ingredientes já estavam dados. A maior surpresa foi a surpresa.

Caiu a ficha de que o Brasil ficou rico sem caminhar para a justiça: chegou a sexta potência econômica, mas continua um dos últimos na ordem da educação mundial. Também caiu a ficha de que sem educação não há futuro, e de que por isso, 13 anos depois de criada, a Bolsa Família continua necessária, sem abolir sua necessidade.

Caiu a ficha de que em 20 anos de governos socialdemocratas e dez anos do PT no poder ampliamos o consumo privado, mas mantivemos a mesma tragédia nos serviços sociais, nos hospitais públicos e nas escolas públicas. Caiu a ficha de que o aumento no número de automóveis em nada melhora o transporte, ao contrário, piora o tempo de deslocamento e endividamento das famílias. Caiu a ficha de que o PIB não está crescendo e se crescesse não melhoraria o bem estar e a qualidade de vida. Caiu a ficha de que no lugar de metrópoles que nos orgulhem temos “monstrópoles” que nos assustem.

Caiu a ficha do repetido sentimento de que a corrupção não apenas é endêmica, ela é aceita; e os corruptos, quando identificados, não são julgados; e se julgados não são presos; e se presos não devolvem o roubo. E de que os políticos no poder desprezam as repetidas manifestações de vontade popular.

Caiu a ficha de que o povo paga a construção de estádios, mas não pode assistir aos jogos. E de que a Copa não vai trazer benefícios na infraestrutura urbana das cidades-sede como foi prometido. Aos que viajam ao exterior, caiu a ficha da péssima qualidade de nossas estradas, aeroportos e transporte público.

Caiu a ficha de que somos um país em guerra civil, onde 100 mil morrem por ano por assassinato direto ou indireto no trânsito.

Caiu a ficha também de que as mobilizações não precisam mais de partidos que organizem, de jornais que anunciem, de carros de som que conduzam, porque o povo tem o poder de se autoconvocar por meio das mídias sociais. A praça hoje é do tamanho da rede de internet, e é possível sair das ruas sem parar as manifestações e voltar a marchar a qualquer momento. Na prática, caiu a ficha de que é fácil fazer guerrilha-cibernética: cada pessoa é capaz de mobilizar milhares de outras de um dia para o outro em qualquer cidade do país.

Mas, entre os dirigentes nacionais ainda não caiu a ficha de que mais de dois milhões de pessoas nas ruas não se contentam com menos do que uma revolução. Mais de dois milhões não param por apenas 20 centavos nas passagens de ônibus. Eles já ouvem às ruas, mas ainda não entendem o idioma da indignação. Nem caiu a ficha de que só manifestações não bastam. É preciso fazer uma revolução na estrutura, nos métodos e nas organizações da política no Brasil: definir como eleger os políticos, como eles agirão, como fiscalizá-los e puni-los.



Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

E o transporte fluvial no Pará vai continuar na mesma???

Apesar de sermos beneficiados pela natureza que nos presenteou com rios navegáveis, o transporte fluvial na bacia amazônica é o pior exemplo de transporte público no país.
Não há termo de comparação com nenhum outro transporte público no país e nem comparação com o transporte fluvial realizado em qualquer parte do mundo.
Existe uma Agência de Regulação para controlar o serviço, existe uma Capitania para fiscalizar as embarcações mas nem por isso existe a menor razoabilidade no transporte fluvial.
O serviço prestado é precário, as tarifas são altas, as embarcações são refugos de outras regiões, os funcionários são despreparados e os concessionários são tubarões!!!  
 
Em 05.01.2013, as empresas que fazem a rota Belém-Camará-Belém, de onde os usuários tomam rumo para Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari aumentaram a tarifa, que já era cara, em cerca de trinta por cento.
Os surpresos passageiros reclamaram, mas ouviram das empresas que o aumento foi autorizado pela Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Pará (Arcon).
Na terça-feira (25/06), na onda do “Levante de Junho”, moradores do município de Salvaterra interditaram a PA-154, que liga Cachoeira do Arari a Soure reivindicando a revogação dos aumentos, que não pararam em janeiro: desde dezembro de 2012 até junho de 2013 a passagem aumentou de R$ 15,50 para R$ 21,75, o que significa uma majoração de 40%.
Será que esse aumento vai ser o único no Brasil a ficar como está? Com a palavra a ARCON. 
 
As empresas que fazem a travessia fluvial de veículos no trecho Belém-Arapari-Belém também reajustaram suas tarifas nos mesmos patamares da travessia Belém-Camará-Belém.

E o serviço continua precário.
 
O usuário não tem a menor segurança na travessia; não se tem respeito pelo cumprimento de horário; os funcionários tratam os usuários sem nenhuma cordialidade; as balsas são antigas e, barulhentas; você faz a travessia ao lado de veículos de carga perigosa e muitos usuários não respeitam a ordem de desligar e descer do carro.
 
Pensem nisso. 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Qual a reforma politica que se quer????



Existe tempo suficiente para uma reforma politica que altera alguma coisa antes da próxima eleição?
Qualquer alteração no quadro eleitoral precisa estar promulgada um ano antes das eleições.
Por uma série de razões o governo só se interessa pela reforma política se for para enfrentar as eleições em situação mais confortável nas do próximo ano.
A proposta de fazer a reforma por meio de uma Assembleia Constituinte exclusiva que a Dona Dilma queria durou menos de 24 horas. Mas não se apagará tão cedo da memória dos críticos de uma "presidenta" amadora. Ou “despresidenta”.
Fala-se em plebiscito e em referendo. Fala-se em consulta posterior. Fala-se em tanta coisa...mas haverá tempo hábil?
O Congresso, que tem horror à reforma, esboçaria reforma - completa ou uma mini. Uma reforma com medo de Dilma e das ruas. Em seguida, o distinto eleitorado votaria para dizer se concorda com ela.
Só se tem até o dia 2 de outubro para promulgar a reforma caso se queira que o capítulo dedicado às eleições possa valer para as eleições de 3 de outubro de 2014.
Isso significa mais ou menos o seguinte: discute-se em julho as perguntas do plebiscito ou a reforma a ser referendada.
Em agosto, usa-se a televisão para explicar ao povo cada ponto da reforma.
O que é voto distrital. O que é voto distrital simples ou misto. Voto em lista. Financiamento de campanha com ou sem dinheiro público. E um monte de outras coisas.
Em outro capítulo: a reeleição para cargos majoritários deve ser mantida ou extinta? Deputados e senadores continuarão podendo se reeleger quantas vezes queiram? E as mordomias deles? Corta-se ou não?
Sim e a imunidade parlamentar, o direito a fórum privilegiado... Permanecerão intocados?
Os suplentes de Senador? Continuam?
Os subsídios dos parlamentares não pode deixar de entrar na reforma. E a composição dos tribunais, fica como está?
E o regime presidencialista? Mantêm-se em cartaz ou cede lugar ao parlamentarismo?
Os partidos maiores concordam? E os partidos em formação como estão vendo tudo isso?
Os políticos concordam em ver seus privilégios serem diminuídos? Como as brigas serão equacionadas? Prevalecerá uma explicação apenas para cada item? Haverá mais de uma?
Um mês apenas bastará para que tudo se resolva ou vai ficar para depois?
O povo entenderá ou vai fazer novas passeatas para gritar que não concorda?
E quando Setembro vier, a primavera se fará com certeza, a reforma talvez.

Pense nisso.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

JÁ DEU. CHEGA DE FECHAR AS RODOVIAS.


Ontem enfrentei duas interrupções em rodovias. Foram dez horas de paralização. Na semana passada foram três no mesmo dia, mais de vinte e quatro horas de paralização. Na próxima semana serão quatro. Inúmeras horas de paralização.
Antes de viajar consulte a agenda dos manifestantes. São eles que estão mandando no país. O governo se esconde. Os líderes da oposição querem pegar carona. Ninguém toma providência. A Presidente propõem na terça feira, na quarta recua. O presidente do STF diz que não quer ser presidente. O Renam quer.  
Uffa!!!! Chega.

Já deu!!!!

Se a escola está caindo: fecha a rodovia.

Se a professora não dá aula: fecha a rodovia.

Se os índios estão precisando de atendimento: fecha a rodovia.

Se o médico não comparece ao consultório: fecha a rodovia.

Se você nunca protestou: fecha a rodovia.

Se o Felipão não convocou o Ronaldinho: fecha a rodovia.

Se a Dilma não consegue controlar a inflação: fecha a rodovia.

Se ....: fecha a rodovia.

Chega! Vou fechar a rodovia.

NÃO ADIANTA IMPORTAR MÉDICOS.

 
O que está faltando no país não são médicos, principalmente médicos cubanos, o que falta é política pública para a saúde.

Também não faltam recursos para a saúde, o que falta é gestão eficiente dos recursos públicos.

Não adianta importar médico cubano. Essa estratégica é jogada política do MST. Eles estão treinando os estudantes que vão para Cuba para depois infiltra-los no interior do país. O estudo de medicina naquele país é comparado a um técnico de primeiros socorros num país desenvolvido. O youtube está cheio de vídeos nesse sentido.

O que está faltando no Brasil é vergonha na cara. É falta de governo sério. Esse que aí está não sabe o que é gestão administrativa séria.

O que falta não é médico. Médico não é saúde. O que falta é saúde básica.

O que falta é conhecer a realidade do país.

O VI Congresso Nacional de Saúde realizado em 1988 já apontava o caminho - Saúde Básica.

Está faltando estrutura em nossos hospitais, estamos errando na gestão de saúde.
São inúmeros e conhecidos os problemas da saúde:

1. Médico não é administrador de hospital; médico não deveria ser secretário de saúde;
2. Uma parte da superlotação hospitalar é oriunda de imprudências humanas e a falta de cumprimento das leis de trânsito. Depois que os irresponsáveis vão para as festas, consomem álcool em excesso e vão dirigir irresponsavelmente. Eles ocupam os prontos-socorros e lotam as unidades de trauma. Os hospitais estão cheios de motociclistas quebrados;

3. Outra grande parte dos usuários do sistema de saúde é composta por mulheres sem nenhuma condição de amparar a prole, sem preparo para tomar iniciativas em relação à defesa e à saúde destes. O governo incentiva a que as mulheres tenham mais filhos pois assim continuam a receber o dinheiro do bolsa família. Não existe planejamento familiar, se  houvesse  não haveria superlotação nas maternidades;

4. Se você assiste a um jogo na televisão, você está sendo incentivado a beber a “Boa”, a “Melhor”, a “Primeira”, a “Numero Um” e por aí vai. Depois nos encontramos no trânsito, no hospital superlotado ou no cemitério;

5. A agressão física e sexual também deveria ser rigorosamente punida, evitando em parte a proliferação de jovens problemáticos para o resto da vida;

6. Não existem políticas públicas voltadas para higiene pessoal e nutrição. Essas são outras formas de proliferação de demandas nos postos de saúde.

 7. Muita gente ocupa postos de saúde e até hospitais por achar que está doente. Pessoas não querem ficar curadas de doenças porque assim perderiam algum benefício; elas querem “tirar Raio X” elas querem "falar com o doutor". Depois vão embora pois não tem dinheiro para comprar o remédio receitado; outras provocam doenças; outras provocam aborto; outras interpretam como doença o que é uma característica da idade.
Com uma gestão pública mais eficiente e menos desburocratizada, com mais informação e menos propaganda enganosa, muitos desses problemas seriam resolvidos.

Pensem nisso.

 

 

domingo, 23 de junho de 2013

Aécio Neves analisa o pronunciamento de Dilma Rousseff.


O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff contém erros e acertos.

A Presidente acertou ao convocar, mesmo que com atraso, a rede nacional de rádio e TV - a primeira realmente necessária em sua administração - para apresentar à população e ao mundo a palavra do governo brasileiro sobre os últimos acontecimentos.

Errou, no entanto, no conteúdo. Reproduziu exatamente o tipo de ação política que está sendo rechaçada nas ruas de todo o país. Fez um discurso dissociado da verdade, reforçando a política como território distante de valores e da própria realidade.

A presidente perdeu uma oportunidade única de se conectar com a população. Para isso, precisaria ter reconhecido erros e responsabilidades para, em seguida, ter a legitimidade de transformar essa extraordinária manifestação por desejo de mudanças em combustível para uma verdadeira transformação no e do país.

No entanto, escolheu fazer um discurso que reproduz o tradicional jeitinho de fazer política no Brasil: empurrando os problemas para debaixo do tapete, fingindo que não tem nada a ver com o que está acontecendo, que é tudo responsabilidade dos outros, que só não fez melhor porque não foi permitido.

Fez, assim, um discurso como se a população brasileira fosse formada por alienados e desinformados. Ela está nas ruas justamente mostrando que não é.

A presidente falou no seu compromisso com a transparência e com a luta contra a corrupção. Enquanto isso, no Brasil real, a mesma presidente proíbe a divulgação dos gastos das suas viagens ao exterior e, pensando nas eleições, abriga novamente no governo a influência de pessoas que ela mesma havia afastado sob suspeita de desvios.

Como forma de tentar demonstrar compromisso com a saúde, a presidente disse que os investimentos federais nesta área vêm aumentando, quando todo o país sabe que a participação do governo federal nos gastos nacionais do setor vem caindo de forma acentuada há 10 anos, desde que o PT assumiu o governo. Quando todo o país sabe que o governo se empenhou especialmente para impedir que a regulamentação da Emenda 29 fixasse patamar mínimo de 10% de investimento no setor para a esfera federal.

Com o foco das manifestações no transporte coletivo, a presidente diz agora que enfim discutirá o assunto. Nenhuma palavra para o fato do seu governo agir exatamente no sentido oposto: faz desonerações isoladas para atender lógicas e interesses específicos, estimulando a aquisição de veículos individuais e defendendo projetos mirabolantes, como o trem bala, em detrimento de investimento em metrôs das grandes cidades.

Depois de gastar milhões em publicidade para colocar o governo federal à frente das obras dos estádios, agora, candidamente, a presidente diz que nada tem a ver com isso, resumindo os recursos empregados a financiamentos a serem pagos por estados e empresas.  Nenhuma palavra sobre os recursos de Tesouro Nacional que estão abastecendo os cofres do BNDES. Nenhuma observação sobre a óbvia constatação de que os recursos que estão financiando estádios poderiam estar financiando metrôs, estradas e hospitais.

Mas há, nessa afirmação da presidente, um aspecto positivo.

É a primeira vez que o governo reconhece que obras realizadas por meio de financiamentos não devem ser consideradas obras federais, já que são recursos que serão pagos pelos tomadores. Registra-se, assim, uma nova e mais justa leitura sobre programas como o Luz Para Todos e o PAC, nos quais as obras realizadas com os financiamentos -  que serão integralmente pagos por empresas, estados  e municípios - têm sido apresentadas - sem nenhuma cerimônia, como obras da União.

Ao invés de dizer ao país que o governo não investiu na Copa - como se alguém pudesse acreditar nisso - não seria mais honesto mostrar as razões que levaram o governo  a lutar pela oportunidade de realizá-la e depois investir nela?

Não seria mais respeitoso com os milhões de brasileiros que estão nas ruas reconhecer a parcela de responsabilidade do seu governo - que, registre-se, não é só dele - com os problemas enfrentados hoje pela população?

Ao invés de oferecer aos brasileiros mais uma vaga carta de intenções, não teria feito melhor a presidente se tivesse se comprometido com medidas concretas? Se tivesse dito que orientaria o seu partido no Congresso a desistir de retirar poderes  do Ministério Publico e de impedir a criação de novos partidos? Ou, como bem disse o Senador Agripino Maia, se dissesse que procuraria o presidente do STF para manifestar apoio à conclusão do processo do mensalão?

Quem ouviu o pronunciamento da Presidente da República ficou com a impressão  de que se tratava de um governo começando agora e não de uma gestão que responde pelo que foi – e não foi – feito no país nos últimos 10 anos.

Através da voz da presidente, a velha política falou ao novo Brasil que está nas ruas. Pena.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

CRISE DE REPRESENTAÇÃO.

LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI
(By JBF)     
Onde está um Mario Covas? Onde se encontra um Ulysses Guimarães? 
O Brasil tem uma democracia representativa. O que significa isso?
Significa que o eleitor elege seus representantes para representar os interesses do povo. Esses representantes têm cumprido a tarefa de defender os interesses dos representados?
Quando o povo vai pra rua é porque há crise de representação. Isto é, os representantes não têm exercido com fidelidade os interesses dos eleitores.
Repetir o senador Renan na presidência do Senado é infidelidade. Eleger o deputado Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos é infidelidade. Pretender obstar investigação inibindo a ação do Ministério Público é infidelidade. Alimentar a impunidade evitando processar parlamentares sob o véu da imunidade é infidelidade.
Está criado o vazio de representação política. A rua passa a ocupar o vazio político com a presença cívica.
O vazio político reflete um deserto de lideranças. Por que, nesta hora bela e grave da República, nenhum líder apareceu para falar?   A rua e a inflação
Por que o estopim do protesto da rua foi o preço das passagens ? Porque a inflação está corroendo os salários. Este é o ponto.
A inflação anda teoricamente ao redor dos 6,5% (limite superior da meta). Porque, na prática, em relação a preços não contratuais, está acima disso. E o bolso não aguenta.
O que a presidente Dilma tem feito a esse respeito ? Desmontou a política fiscal que segurava a inflação no patamar dos 4%. Primeiro, revogando a meta de 3,5% do superávit fiscal. Autorizando maquiagem de números, alteração de contabilidade pública envolvendo operação do BNDES. Segundo, subtraindo receita por meio de continuadas e aleatórias isenções fiscais para incentivar o consumo de veículos e produtos da linha branca.   Por outro lado, assumiu, com aparente autosuficiência, o comando da política monetária. Falando sobre política de juros, uma questão técnica, afeta legalmente ao Banco Central. E gerando descredibilidade ao gestor do Banco Central.
Além do mais, por causa de estilo peculiar de administrar, não tem contribuído para criar ambiente propício aos negócios. Não se fortalece o clima de confiança nos investimentos. Porque o governo não apresenta visão de longo prazo, estratégica. Na verdade, sua atuação tem sido tática, atendendo a manobras de curto prazo.
Se a presidente entendeu o recado da rua, é hora de desatrelar a ação do governo do calendário de 2014. E ajustar o foco para o tripé que garantiu, por uma década, o controle da inflação: 1 cumprimento das metas de inflação (o centro da meta é 4,5%); 2 superávit fiscal de 3,5% (e não 2% como prevê o governo para 2013); e 3 autonomia para a política monetária dirigida pelo Banco Central.

Decifra-me, ou te devoro !!!




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segunda-feira, 17 de junho de 2013

RIQUEZA PARA O CÉU.


“Ajuntai tesouros no céu.” – Jesus. (Mateus, 6:20.)

Quem se aflige indebitamente, ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas, no fundo dá mostras de inveja, revolta, ambição e desesperança. É preciso que assim não seja!

Afinal, quem pode dizer que retém as vantagens da Terra, com o devido merecimento?

Se observamos homens e mulheres, despojados de qualquer escrúpulo moral, detendo valores transitórios do mundo, tenhamos, ao revés, pena deles.

A palavra do Cristo é clara e insofismável.

– “Ajuntai tesouros no céu” – disse-nos o Senhor. Isso quer dizer “acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!”

Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal.

Beleza física, poder temporário, propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana, que o tempo transforma, infatigável.

Amealhemos bondade e cultura, compreensão e simpatia.

Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus, porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior.

Cresçamos na virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria, porque amanhã serás visitado pela mão niveladora da morte e possuirás tão-somente as qualidades nobres ou aviltantes que houveres instalado em ti mesmo.

(Cap. 177, livro "Fonte Viva", psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O TEMPO E O VENTO.

UM TEXTO DE LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI - TOM JOBIM (7) / O TEMPO E O VENTO     
(BY JBF)
O sétimo volume da coleção da Folha de S.Paulo, dedicada a Tom Jobim (texto de Lauro Lisboa Garcia), começa com a seguinte introdução de Tom:
“Quem canta refresca a alma/cantar adoça o sofrer/quem canta zomba da morte/cantar ajuda a viver/quem canta seu mal espanta/eu canto pra não morrer”.
O álbum traz a trilha sonora da adaptação para o cinema do celebrado romance de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento. Foi ao ar pela rede Globo entre 22 de abril e 31 de maio de 1985. Trabalho da Banda Nova, recém-formada por Tom, com arranjos de Jaques Morelebaum, Paulo Jobim e Dori Caymmi. O tema principal foi Passarim, que inspirou disco lançado em 1987.
Essa obra reaproximou Tom das raízes gaúchas de seu pai, diplomata, jornalista e poeta Jorge de Oliveira Jobim (1889/1935), nascido em São Gabriel e amigo de Veríssimo. E acentuou uma característica musical anotada por sua viúva, Ana Jobim:
“Tom procurava fugir do lugar comum dos vocais. Pegava as vozes femininas e colocava nas regiões mais graves. Essas vozes dobradas, com cello e flauta, que são instrumentos que se assemelham a voz humana, resultavam num timbre bonito e agradável”.
Nela predominam as cordas. Destacadas nas três versões de Passarim. Numa delas, há sutil citação de Sabiá (parceria com Chico Buarque, ganhadora de prêmio de festival). Além de seis temas autorais, o álbum inclui o cancioneiro gaúcho, com participação do gaiteiro Renato Borghetti.
Nesse trabalho fica transparente o estilo pós bossa nova de Tom: a forma intimista de expressar  sua música, a ligação fluente entre o erudito e o popular, certificando as influências de Villa-Lobos e Debussy.
Paisagista do Brasil, segundo o compositor Paulo César Pinheiro, Jobim disse: “Ando pensando muito em bicho porque estou achando o homem uma bobagem, uma chatice”.

A VERDADE DÓI MUITO!!!

SINOVALDO – JORNAL NH

sinovaldo

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Existe correspondência entre o macro e o micro.

O Princípio de Correspondência, é também um princípio quântico, que atende a necessidade de se colocar as realidades em paralelo, pois existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da existência, bem como o princípio Hermético que diz que, “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”, entendendo-se que o Macrocosmo (Universo) e o Microcosmo (Homem) se correspondem entre sí.

Nós somos o Micro e o Universo é o Macro, portanto fica claro que o Universo é uma grande Mente e nossa Mente é um grande Universo. 

Dentro de um ser vivo, a ação de uma parte sobre a outra não depende de sua maior ou menor proximidade, mas sim de sua similaridade. Todas as partes semelhantes energeticamente, por mais longe que estejam entre si, respondem naturalmente a uma mesma influência, que se propaga de uma à outra.

Nenhum ser é só, tendo em visa que é uma parte do universo, não termina em si mesmo, senão no todo.
O Cosmos é submetido às mesmas leis de organização e funcionamento de maneira análoga. Neste conjunto de leis universais, a energia que anima os corpos celestes é da mesma natureza da que anima os homens. Esse princípio hermético comprova as analogias entre o mundo infinitamente pequeno do átomo e o infinitamente grande dos astros, pois, se você ainda não sabe, é cientificamente provado que o átomo é uma miniatura exata do sistema planetário.

Nele, os elétrons, prótons e nêutrons, formam sistemas atômicos e os átomos formam moléculas. A célula viva, unidade básica do homem, contém todos os corpos simples do universo e está animada de todas as formas de energia existentes na natureza: cinética, térmica, elétrica, magnética, radiotiva.

Você tem o poder interior de realizar o que você quiser e da forma como você quiser, portanto, seja responsável por seus atos, seus pensamentos, intenções e sentimentos, pois o reflexo disso é gerado tanto no Micro quanto no Macro.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A FARSA DO SALMÃO.

 Lia Sergia 


 O salmão considerado um dos peixes mais benéficos à saúde, sendo aclamado por aí por nutricionistas e médicos que simplesmente parecem ignorar ou desconhecer sua verdadeira origem. Entre os argumentos para o seu consumo, declaram que o salmão carrega uma grande quantidade de ômega 3, vitaminas A, D, E e do complexo B, magnésio e ferro. OK. Seria bom, se não fosse por um enorme porém: o salmão encontramos nas prateleiras do supermercado não é tão benéfico assim. Encontramos aqui o salmão criado em cativeiro, vindo do Chile, que é diferente do salmão selvagem encontrado na América do Norte.
Damos como certo de que a carne do peixe é rosa-alaranjada – ou ‘salmão’. Porém, esta a regra se aplica somente ao peixe de alto-mar, que passa a vida em liberdade no oceano para subir os rios na época da reprodução e morrer em seguida. Esse peixe é raro, caro, delicioso e belamente colorido por conta de sua dieta à base de camarão e krill. No total, ele representa míseros CINCO POR CENTO do salmão vendido nos Estados Unidos, e praticamente não chega ao Brasil.
A maioria esmagadora do peixe encontrado nos mercados de todo o mundo é criado em fazendas subaquáticas, e tem uma cor que vai do cinza ao bege-claro, passando no máximo por um rosa-pálido. Para ficar com o mesmo tom do salmão selvagem ele recebe uma ração com aditivos sintéticos, derivados de petróleo. Além disso, estudos apontam que consumir mais de 200 gramas desse pescado, numa média mensal, apresenta riscos cancerígenos inaceitáveis.
A verdade é que este peixe, que recebeu a fama de super alimento, repleto de Omega 3, que combate o colesterol ruim, é antiinflamatório e traz inúmeros benefícios para o consumidor, não passa de um produto fake. Para piorar a situação, muitas vezes os peixes são criados em ambientes anti-higiênicos, recebem antibióticos, tem o dobro de gordura – em sua maioria de gordura saturada (péssima) e quase nada de Omega 3 (boa). Por conta disto, os peixes recebem altas doses de antibióticos e fungicidas. Ou seja: mais contaminação na sua carne.
E vocês sabiam que quase todo o salmão vendido no Brasil vem do Chile?!
Quer dizer… você começa a consumir com frequência o salmão, querendo fazer bem a sua saúde, e sem saber vai acabar desenvolvendo problemas de saúde que você não tinha.
Eu passo muito, muito longe de salmão e de qualquer peixe criado em cativeiro. Peixe bom, rico e saudável MESMO, é o peixe de pesca.

E você? O que coloca no seu prato?
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http://www.pesca.sp.gov.br/noticia.php?id_not=371
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10878.shtml
 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

FUNDAMENTOS.


Fundamentos da moderna democracia liberal:

“Sem a livre iniciativa, não há concorrência; sem concorrência, não há publicidade; sem publicidade, não há imprensa independente; sem imprensa independente, não há democracia.”

Fundamentos da administração pública:

Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência = LIMPE.
 

PERDÃO A MÃE AFRICA!!!

A MÃE DOS CLEPTOCRATAS
(BY JBF)
Elio Gaspari
 
Com a prodigalidade de uma imperatriz, a presidente Dilma anunciou em Adis Abeba que perdoou as dívidas de doze países africanos com o Brasil. Coisa de US$ 900 milhões. O Congo-Brazzaville ficará livre de um espeto de US$ 352 milhões.
Quem lê a palavra “perdão” associada a um país africano pode pensar num gesto altruísta, em proveito de crianças como Denis, que nasceu na pobre província de Oyo, num país assolado por conflitos durante os quais quatro presidentes foram depostos e um assassinado, cuja taxa de matrículas de crianças declinou de 79% em 1991 para 44% em 2005. No Congo Brazzaville 70% da população vive com menos de US$ 1 por dia.
Lenda. Denis Sassou Nguesso nasceu na pobre província de Oyo, mas se deu bem na vida. Foi militar, socialista e estatizante. Esteve no poder de 1979 a 1992, voltou em 1997 e lá permanece, como um autocrata bilionário privatista. Tem 16 imóveis em Paris, filhos riquíssimos e seu país está entre os mais corruptos do mundo.
Em tese, o perdão da doutora destina-se a alavancar interesses empresariais brasileiros. Todas as dívidas caloteadas envolveram créditos de bancos oficiais concedidos exatamente com esse argumento. As relações promíscuas do Planalto com a banca pública, exportadores e empreiteiras têm uma história de fracassos. O namoro com Saddam Hussein custou as pernas à Mendes Junior e o campo de Majnoon à Petrobras. Em 2010 o soba da Guiné Equatorial, visitado por Lula durante seu mandarinato, negociava a compra de um triplex de dois mil metros quadrados na Avenida Vieira Souto. Coisa de US$ 10 milhões. Do tamanho de Alagoas, essa Guiné tem a maior renda per capita da África e um dos piores índices de desenvolvimento do mundo.
O repórter José Casado chamou a atenção para uma coincidência: em 2007, quando a doutora Dilma era chefe da Casa Civil, o governo anunciou o perdão de uma dívida de US$ 932 milhões. Se o anúncio de Adis Abeba foi verdadeiro, em cinco anos a Viúva morreu em US$ 1,8 bilhão. Se foi marquetagem, bobo é quem acredita nele.
O Brasil tornou-se um grande fornecedor de bens e serviços para países africanos e a Petrobras tem bons negócios na região. As empreiteiras nacionais têm obras em Angola e na Líbia. Lá, tiveram uma dor de cabeça quando uma revolta derrubou e matou Muamar Kadafi, um “amigo, irmão e líder”, segundo Lula. Acolitado por empresários, seu filho expôs em São Paulo uma dezena de quadros medonhos. Em Luanda os negócios vão bem, obrigado e a filha do presidente José Eduardo Santos é hoje a mulher mais rica da África, com um cofrinho de US$ 2 bilhões. Ela tem 39 anos e ele está no poder há 33.
Se o Brasil não fizer negócios com os sobas, os chineses farão, assim como os americanos e europeus os fizeram. A caixinha de Kadafi para universidades inglesas e americanas, assim como para a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy, está aí para provar isso. Contudo, aos poucos a comunidade internacional (noves fora a China) procura estabelecer um padrão de moralidade nos negócios com regimes ditatoriais corruptos.
A doutora diz que “o engajamento com a África tem um sentido estratégico”. Antes tivesse. O que há é oportunismo, do mesmo tipo que ligava o Brasil ao colonialismo português.