segunda-feira, 23 de março de 2015

Capitulo extraido do Livro: “Qual é a tua obra?” de Mario Sérgio Cortella



Hoje, em física quântica, não se fala mais em um universo, mas em multiverso. A suposição de que exista um único universo não tem mais lugar na Física. A ciência fala em multiverso e que estamos em um dos universos possíveis. Este tem provavelmente o formato cilíndrico, em função da curvatura do espaço, portanto, ele é finito e tem porta de saída, que são os buracos negros, por onde ele vai minando e se esvaziando. Até 2002, era quase certo que o nosso universo fosse cilíndrico, hoje já há alguma suspeita de que talvez não. Mas a teoria ainda não foi derrubada em sua totalidade. Supõe-se que este universo possível em que estamos apareceu há 15 bilhões de anos. Alguns falam em 13 bilhões de anos, outros em 18, mas a hipótese menos implausível no momento é que estamos num universo que apareceu há 15 bilhões de anos, resultante de uma grande explosão, que o cientista inglês Fred Hoyle apelidou de gozação de big-bang, e esse nome pegou.
Qual é a lógica? Há 15 bilhões de anos, é como se se pegasse uma mola e fosse apertanto, apertando, apertando até o limite, e se amarrasse com uma cordinha. Imagine o que tem ali de matéria concentrada e energia retida! Supostamente, nesse período, todo o nosso universo estava num único ponto adensado, como uma mola apertada e, então, alguém alguma força – Deus, não sei, aqui a discussão é de outra natureza – cortou a cordinha. E aí, essa mola, o nosso universo, está em expansão até hoje. E haverá um momento em que ele chegará ao máximo da elasticidade e irá encolher outra vez. A ciência já calculou que o encolhimento acontecerá em 12 bilhões de anos. Fique tranquilo, até lá você já estará aposentado pelas novas regras.
Você pode cogitar algo que a Física tem como teoria: ele vai encolher e se expandir outra vez. Talvez haja uma lei do universo em que o movimento da vida é expansão e encolhimento. Como é o nosso pulmão, como bate o nosso coração, com sístole diástole. Como é movimento do nosso sexo, que expande e encolhe, seja o masculino seja o feminino. Parece que existe uma lógica nisso, que os orientais, especialmente os chineses e os indianos, capturaram em suas religiões, aquela coisa do inspirar e expirar. Parece haver uma lógica nisso, a ciência tem isso como hipótese.
Assim, há 15 bilhões de anos, houve uma grande explosão atômica, que gerou uma aceleração inacreditável de matéria e liberação de energia. Essa matéria se agregou formando o que nós, humanos, chamamos de estrelas e elas se juntaram, formando o que chamamos de galáxias. A ciência calcula que existam um nosso universo aproximadamente 200 bilhões de galáxias. Uma delas é a nossa, a Via Láctea. Aliás, nem é uma galáxia tão grande; calcula-se que ela tenha cerca de 100 bilhões de estrelas. Portanto, estamos em uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões de galáxias, num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
Nessa nossa galáxia, repleta de estrelas, uma delas é o que agora chamam de estrela-anã, o Sol. Em volta dessa estrelinha giram algumas massas planetárias sem luz própria, nove ao todo, talvez oito. A terceira delas, a partir do Sol, é a Terra. O que é a Terra?
A Terra é um planetinha que gira em trono de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer. Veja como nós somos importantes…
Aliás, veja como nós temos razão de nos termos considerados na história o centro do universo. Tem gente que é tão humilde que acha que Deus fez tudo isso só para nós existirmos aqui. Isso é que é um Deus que entenda da relação custo-benefício. Tem indivíduo que acha coisa pior, que Deus fez tudo isso só para esta pessoa existir. Com o dinheiro que carrega, com a cor de pelé que tem, com a escola que frequentou, com o sotaque que usa, com a religião que pratica.
Nesse lugarzinho tem uma coisa chamada vida. A ciência calcula que em nosso planeta haja mais de trinta milhões de espécies de vida, mas até agora só classificou por volta de três milhões de espécies. Uma delas é a nossa: homo sapiens. Que é uma entre três milhões de espécies já classificadas, que vive num planetinha que gira em trono de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer?
Essa espécie tem, em 2007, aproximadamente 6,4 bilhões de indivíduos. Um deles é você.
Você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras 3 milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em trono de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
É por isso que todas às vezes na vida que alguém me pergunta: “Você sabe com quem está falando”, eu respondo: “Você tem tempo?”
(*) Capítulo extraído do Livro: “Qual é a tua obra?” de Mario Sérgio Cortella

Zé Dirceu quebrou a confiança dos Petistas


MIGUEL – JORNAL DO COMMERCIO
BY JBF
migueljc

sexta-feira, 6 de março de 2015

TUDO MUDA.


O átomo (indivisível em grego) foi definido como uma unidade indivisível até o final do século XIX, quando foi proposto o primeiro modelo atômico que provava a existência de partículas subatômicas.

Com o passar dos anos, novos estudos experimentais foram realizados e novos modelos atômicos surgiram.

Baseado no modelo atômico Rutherford-Bohr, o átomo é formado por uma região central positiva denominada núcleo, cercado por elétrons em órbitas circulares. Até então a ciência admitia que os átomos fossem formados basicamente por três partículas, são elas: prótons, nêutrons e elétrons.

Até o fim do século XX a ciência passou a admitir que existam 12 partículas com massa formadoras dos átomos, quais sejam:

  1. Seis tipos de lépton (leve em grego), que são partículas leves ou com pouca massa: lépido elétron, múon, tau e três tipos de neutrinos;
  2. Seis tipos de quark (som do canto da gaivota) partículas com mais massa. Os quark combinam-se entre si para formar os hádrons (robusto em grego). O próton e o neutro são hádrons que compõem o núcleo de todos os átomos, com exceção dos átomos do hidrogênio.   

Além das partículas que possuem massa existem também as partículas que não possuem massa – fótons, que são as partículas de energia pura que preenchem as órbitas dos átomos. Os fótons possuem propriedade de criar campos de força eletromagnéticos, eles associados aos glúon e dois tipos de bóson (W e Z) compõem a família conhecida hoje como as 16 partículas fundamentais da matéria.

A ciência humana conhecida encerra provisoriamente com essa composição uma teoria de 2500 anos iniciada por Demócrito, um filósofo grego, o qual afirmava existir uma partícula fundamental formadora de tudo o que existe na natureza.

É a palavra final? ... Então ficamos assim: tudo que existe é composto de quarks, lépton, partículas de energia pura e bósons.

Claro que não. Já se admite que sejam 17 as partículas formadoras do universo, não de tudo, mas de 18% de tudo o que se conhece e que existem 82% de matéria na “forma escura” totalmente diferente da identificada como formadora das estrelas, dos astros e dos átomos que formam o nosso corpo.

A ciência irá com certeza evoluir e identificará novas concepções, novos arranjos, combinações variadas de partículas de energia e por aí vamos.

Tudo muda. Nós mudaremos constantemente.

Pensemos.

 

quarta-feira, 4 de março de 2015

MADEL A PRESIDENTE DOS AGREGADOS

Belém, 04/03/2015

Atualmente tem sido prazeroso exercitar a escrita. Inspirando-me em fatos, em acontecimentos, no cotidiano, na conjuntura, na política, em minhas viagens, enfim, tenho escrito com leveza e prazer e, quando isso acontece publico em meu blog, que pode ser classificado como um blog sazonal, onde também replico o que considero interessante.
Viajando de retorno a Belém e ouvindo uma palestra tendo como base um texto de Humberto de Campos sobre Maria Madalena lembrei-me do aniversário da Madel que, coincidentemente ocorre na semana que antecede ao dia Internacional da Mulher, que por sinal tem muito a nos dizer.
E viajando, nos dos sentidos, decidi escrever. Inicialmente me fixei na origem do seu nome que imaginava fosse uma derivação de Maria de Madalena, em homenagem a grande apóstola do cristianismo. Depois fui informado que a origem de teu nome está na composição dos nomes de teus pais. Nesse momento ocorreu a dúvida: continuo escrevendo fazendo o paralelo entre as duas personalidades ou para por aí?
Ocorre que a essa altura o texto já se desenvolvia e tudo levava a uma composição com Madalena. Não que a relação entre as duas personalidades tenha se perdido, não que tenha havido alguma mudança no que penso a teu respeito. Mas o texto perdeu um pouco do sentido inicial.
Contudo, eu queria escrever um texto a Madel, que entre outros apetrechamentos é a Presidente dos “Agregados” dos Moraes. 
Tentei alterar o texto inicial, mas tudo nele contido me conduzia a Maria, a de Magdala. Se pensava em falar das tuas características, lá eu ia encontrar a Mulher “que muito jovem e formosa, emancipara-se dos preconceitos férreos de sua raça” e quebrou todos os tabus de sua época.
Se imaginava Madel a filha, única mulher crescendo entre três filhos homens, vinha a mente a Madalena que após se consagrar ao trabalho de divulgação do Evangelho não era aceita pelos companheiros que temiam-lhe o pretérito, não confiavam em seu coração de mulher.
Se no texto fazia referência a Madel trabalhadora, relacionava-a com Madalena que, após ter aceitado o convite da “Boa Nova” abandonou a vida de luxuria e “sem recursos para viver, trabalhou pela própria manutenção, em Magdala e Dalmanuta. Foi forte nas horas mais ásperas, alegre nos sofrimentos mais escabrosos, fiel a Deus nos instantes escuros e pungentes.”
Se o no texto inicial referia-me a Madel, mãe de Manu e de Ricardo relacionava-a com a mulher que acolheu como filhas as irmãs de sofrimento. Enfim, para qualquer lado que a observava ali aparecia a figura brilhante de Maria de Madalena.
Então para não correr o risco de me perder num novo texto sem sentido e desfocado do input inicial decidi resumir o texto a seguinte citação do Mestre Jesus:
“- Madalena, na tua condição de mulher, já pensaste no que seria o mundo sem as mães exterminadas no silêncio e no sacrifício? Não são elas as cultivadoras do jardim da vida, onde os homens travam a batalha?!... Muitas vezes, o campo enflorescido se cobre de lama e sangue; entretanto, na sua tarefa silenciosa, os corações maternais não desesperam e reedificam o jardim da vida, imitando a Providência Divina, que espalha sobre um cemitério os lírios perfumados de seu amor!...”
E termino estas mal traçadas linhas repetindo:
- “Maria, já passaste a porta estreita!... Amaste muito! Vencestes a ti mesma. Vá! ELE te espera!”
Manoel + Delfina, feliz aniversário.
Curtas do teu jeito, o vizinho e agregado te deseja muita Paz!
Marcello

terça-feira, 3 de março de 2015

O BRASIL NÃO TEM MEDO.

By JBF


Marco Antonio Villa

Em 2015, em meio a muita tensão política, a Constituição de 1988 terá sua prova de fogo. Não há qualquer paralelo com o episódio do impeachment de Fernando Collor. Este já tinha percorrido mais de dois anos de mandato quando foi apeado do poder. E o momento mais agônico da crise foi resolvido em quatro meses – entre julho e outubro de 1992. Também deve ser recordado que o então presidente tinha um arremedo de partido político, sua conexão com a sociedade civil era frágil – e quase nula com os setores organizados, a relação com o Congresso Nacional era ruim, e com medidas heterodoxas descontentou amplos setores, do empresariado ao funcionalismo público. Sem contar que, em 1990, o país passou por uma severa recessão (-4,3%) e tudo indicava – como efetivamente ocorreu – que, em 1992, teria uma nova recessão.
O quadro atual é distinto – e causa muito mais preocupação. O governo tem um sólido partido de sustentação – que está em crise, é verdade, mas que consegue agir coletivamente e tem presença dominante em governos estaduais e dezenas de prefeituras. A base congressual é volátil mas, aparentemente, ainda responde ao Palácio do Planalto. As divergências com o sócio principal do condomínio petista, o PMDB, são crescentes mas estão longe do rompimento. Em 12 anos, o governo construiu – usando e abusando dos recursos públicos – uma estrutura de apoio social. E, diferentemente de Collor, Lula estabeleceu uma sólida relação com frações do grande capital – a “burguesia petista” – que é hoje dependente do governo.
O país está vivendo um impasse. O governo perdeu legitimidade logo ao nascer. Dilma não tem condições de governar, não tem respeitabilidade, não tem a confiança dos investidores, dos empresários e da elite política. E, principalmente, não tem mais apoio dos brasileiros horrorizados com as denúncias de corrupção e a inépcia governamental em enfrentá-las, além do agravamento dos problemas econômicos, em especial da inflação.
Deve ser reconhecido que Fernando Collor aceitou o cerco político que sofreu sem utilizar da máquina de Estado para coagir os adversários. E foi apeado legalmente da Presidência sem nenhum gesto fora dos limites da Constituição. Mas o mesmo não ocorrerá com Dilma. Na verdade, não com Dilma. Ela é um nada, é uma simples criatura, é um acidente da História. O embate vai ser travado com Lula, o seu criador, mentor e quem, neste momento, assumiu as rédeas da coordenação política do governo.
Foi Lula que venceu a eleição presidencial de 2014. E agora espera repetir a dose. Mas a conjuntura é distinta. As denúncias do petrolão e a piora na situação econômica não permitem mais meros jogos de cena. O momento do marketing eleitoral já passou. E Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas. O discurso que fez no Rio de Janeiro no dia 24 de fevereiro é apenas o início. Ele – um ex-presidente da República – incitou à desordem, ameaçou opositores e conclamou o MST a agir como um exército, ou seja, partir para o enfrentamento armado contra os adversários do projeto criminoso de poder, tão bem definido pelo ministro Celso de Mello, do STF.

Lula está desesperado. Sabe que a aristocracia petista vive o seu pior momento. E não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não. Como um excelente leitor de conjuntura – e ele o é – sabe que os velhos truques utilizados na crise do mensalão já não dão resultado. E pouco resta para fazer – dentro da sua perspectiva. Notou que, apesar de dezenas de partidos e entidades terem convocado o ato público do dia 24, o comparecimento foi pífio, inexpressivo. O clima no auditório da ABI estava mais para velório do que para um comício nos moldes tradicionais do petismo. Nos contatos mantidos em Brasília, sentiu que a recomposição do bloco político-empresarial que montou no início de 2006 – e que foi decisivo para a sua reeleição – é impossível.
A estratégia lulista para se manter a todo custo no poder é de buscar o confronto, de dividir o país, jogar classe contra classe, região contra região, partido contra partido, brasileiro contra brasileiro. Mesmo que isso custe cadáveres. Para Lula, pouco importa que a crise política intensifique ainda mais a crise econômica e seus perversos efeitos sociais. A possibilidade de ele liderar um processo de radicalização política com conflitos de rua, greves, choques, ataques ao patrimônio público e privado, ameaças e agressões a opositores é muito grande. Especialmente porque não encontra no governo e no partido lideranças com capacidade de exercer este papel.
O Brasil caminha para uma grave crise institucional, sem qualquer paralelo na nossa história. Dilma é uma presidente zumbi, Por incrível que pareça, apesar dos 54 milhões de votos recebidos a pouco mais de quatro meses, é uma espectadora de tudo o que está ocorrendo. Na área econômica tenta consertar estragos que produziu no seu primeiro mandato, sem que tenha resultados a apresentar no curto prazo. A corrupção escorre por todas as áreas do governo. Politicamente, é um fantoche. Serve a Lula fielmente, pois sequer tem condições de traí-lo. Nada faria sozinha.
Assistiremos à lenta agonia do petismo. O custo será alto. É agora que efetivamente testaremos se funciona o Estado Democrático de Direito. É agora que veremos se existe uma oposição parlamentar. É agora que devemos ocupar as ruas. É agora que teremos de enfrentar definitivamente o dilema: ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil.

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By MJRB
PS.:
O Brasil não tem medo, mas eu temo pelo que pode vir a acontecer.
Oremos.
Marcello Benjamin