sábado, 24 de abril de 2010

Na Luz do Amor

Meus queridos irmãos e distintas irmãs de nosso ideal com Jesus,
supliquemos juntos ao Senhor as dádivas do entendimento e da paz, da
fé e do amor fraternal ante a infinita misericórdia de nosso Pai,
manifesta entre nós em luzes e bondade inexcedível. Temos a considerar
por gratidão e reconhecimento a amizade sincera que nos devemos uns
aos outros, o esforço pela adoção da mensagem de Amor do Evangelho e o
trabalho que nos enobrece os dias, a vida interior, sempre louvando a
Deus.

Vemos as manifestações dos generosos corações que em nós, pequenino
candidato à luz cristã, enxergam o que compete e esplende em Jesus,
nosso Senhor. É a nossa gratidão profunda, pelo cunho de bondade e
ternura, verdadeiro estímulo ao nosso coração ainda imperfeito, a nos
propor o prosseguimento da grande luta pela renovação de nós próprios
à Luz do Evangelho. Não utilizamos aqui, nessas notas de
reconhecimento e gratidão o efeito convencional do pensamento humano,
divorciado do amor a Deus; não! Salientamos a verdade que se estampa
na vida que passamos entre sacrifícios e lágrimas, fé e serviço a
descobrir em sublime usufruto: todos os nossos desentendimentos na
Terra são ainda nódoas de nossas tendências inferiores, quais sombras
transitórias entre claridades inapagáveis do Amor Divino.

Na Jornada Espírita Cristã os desafios sempre correm por conta de
nossas imperfeições. Digo-lhes isso com a sinceridade depreendida das
experiências que nos assinalaram os anos de abençoado aprendizado e
labor entre o mundo físico e o espiritual. O Chico que todos vocês
identificam com a inalterável bondade de suas almas tão queridas, não
é mais que a projeção dos potenciais que brotam, belos e imorredouros
de seu sentimento já convertido à Nosso Senhor Jesus Cristo. O nosso
encargo no Espiritismo alcança níveis de responsabilidade muito altas,
porque todas as aberturas da sociedade humana à sublime revelação que
nos chegou com Allan Kardec nos requisitam o esquecimento de tudo
aquilo que em nós se assemelha a impedimento, a adulteração dos
excelsos propósitos Evangélicos, então redivivos pelos ensinos dos
espíritos.

A mais expressiva manifestação do Amor é a Fé, que nos corrige os
vícios, que nos soergue nos dramas e provações de toda ordem, que nos
aponta o Senhor no cume do monte, que se alteia cada vez mais pelo
mecanismo da evolução e do progresso. A ventura dos que efetivamente
compreendem a Doutrina dos Espíritos está em servir, porque servindo
sem exigências, sem elitismo, sem a sombra dolorosa das vaidades e do
orgulho, exercitamos o Dom do Amor. Não há outro meio, meus irmãos, de
ver e sentir Deus por dentro do próprio ser.

O Cisco que lhes fala neste instante, ainda e por muito tempo
necessita das preces amorosas e amigas de todos vocês. Uma encarnação
iluminada pela Doutrina e buscando a própria educação nas disciplinas
libertadoras é um passo expressivo, mas não a santidade, consoante
muitos pensam. Respeito a todos é o princípio elementar da subida, não
reconhecemos autoridade em quem não ama, excluído dos propósitos
divinos. Mas quando o silêncio nos freia os impulsos primários e a
paciência nos versa sobre a sabedoria de Deus, o verdadeiro
entendimento do que o Espiritismo nos revela nos torna melhores e nos
capacita à secundar os bons espíritos nesta escalada que segue para o
infinito da criação, revelando-nos Deus.

Amemo-nos uns aos outros, meus irmãos, sem competições, sem vaidades,
sem presunção, sem desprezo ao que nos ensinou Jesus, em sua missão
redentora, de nossos velhos e perigosos hábitos humanos. Sobre o nosso
Brasil paira a benção da mais grave responsabilidade: a da vivência do
Evangelho puro e simples, em que a fé e a caridade dando-se as mãos,
ilustre, para todos os nossos irmãos em sofrimento e negação, a
presença de Deus.

Nós agradecemos com a alma e o coração, empenhados no compromisso de
servir e amar, porque a mais alta distinção de um filho de Deus
Altíssimo é fazer Sua vontade Augusta em todos os lances e ocorrências
do caminho. Suplico ao nosso anjo maternal, nossa Mãe Santíssima, que
a todos abençoe em nome D ’Ele, o Senhor e Mestre, nosso Governador
planetário, que nossos benfeitores de sempre, a serviço de Ismael no
Brasil, e em favor de todo o Mundo nos inspirem, hoje e em todos os
dias que virão, a compaixão e a amizade; a confiança e a abnegação.

Obrigado meus amigos tão queridos, a homenagem dos corações segue para
Jesus, como todas as nascentes fornecem a água que repousará nos
oceanos. Sirvamos sem desalento e sem exigências, porque o Amor é o
nosso prêmio supremo, falando de Deus ao nosso ser. Do menor servidor
e amigo de todos,

Chico Xavier (psicografia de Wagner Paixão – 3º Congresso Espírita
Brasileiro – 18/04/2010)

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