Ruy Fabiano
Lula, há dias, garantiu que o povo não está nem aí para o mensalão. Estaria mais preocupado com a situação do Palmeiras no campeonato nacional. O mais grave, porém, não é o escárnio com que o ex-presidente avalia o povo, uma entidade que julga dominar. O mais grave é que parece ter razão.
Na maior e mais politizada cidade brasileira, São Paulo, o candidato do PT, Fernando Haddad, tendo como cabo eleitoral confesso um dos réus condenados, José Dirceu, considerado pelo STF o “chefe da quadrilha”, estaria eleito para a prefeitura.
A menos que as pesquisas estejam equivocadas – o que não seria nenhuma novidade -, Haddad deve vencer as eleições. O que se pergunta é como isso é possível.
Além de ter sido um mau ministro da Educação, em cuja administração registraram-se sucessivos fracassos do Enem – evento que mobiliza os sonhos de parcela da juventude -, Haddad carrega consigo outro estigma: o de ter sido o mentor do kit gay, uma iniciativa antipedagógica, criticada pela própria presidente Dilma Roussef, que a proibiu e cancelou, não obstante o MEC ter gasto cerca de R$ 800 mil com sua elaboração.
Ao mesmo tempo, quando indagado a respeito, o povo condena o mensalão e aplaude o STF pela sentença aos réus.
O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, é aplaudido nas ruas e aparece nas redes sociais como herói da Pátria, que estaria dando demonstração de coragem e senso de justiça.
Em contrapartida, o revisor do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Dias Toffoli, que o acompanha em todos os votos, passaram a temer por sua impopularidade.
Mais uma frustração?
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