sábado, 1 de novembro de 2014

O FACISMO DO CORONEL APEDEUTA


 

O Fascismo e seu coronel

By “O LIBERAL” – 01/11/2014 - MARIO RIBEIRO

Neste espaço privilegiado de O LIBERAL, venho alertando para o fato de que, desde 2005 até hoje,

a agenda eleitoral tem gerado uma série de erros na conduta da política econômica do Governo Federal.

Tem prevalecido a tese do “depois da eleição a gente ajeita”. Bom, deu no que deu. Aliás, que me perdoem os áulicos, mas bem pior do que o estrago da economia é o desmonte da democracia.

O comando da economia política do fascismo que quer governar o Brasil mostrou a cara nas eleições

para Presidente da República neste ano infeliz de 2014, prestes a acabar com qualquer esperança. O que esperar de uma presidente que cultiva a mentira como dádiva pessoal?

Para onde quer que se olhe, fica claro que o desempenho econômico do Brasil nos últimos quatro anos

tem piorado consistentemente, deterioração que dá sinais de ter se agravado a partir do ano passado.

O crescimento médio do país de 2011 a 2014, por exemplo, deve ficar ao redor de 1,6% ao ano, mas cadente, reduzido para quase zero neste ano. Já a inflação média superará 6%, acelerando para 6,5% em 2014, o pior resultado desde 2011.

O déficit externo provavelmente atingirá o equivalente a 3,0% do PIB no período, e também crescente, devendo chegar a 3,7% do PIB no final deste ano.

A dívida bruta do governo, que havia sido reduzida para pouco mais de 50% do PIB em 2010, já se

encontra em 60% do PIB, refletindo o descaso com as contas públicas. O superávit primário (livre da contabilidade criativa), que ficara em 2% do PIB entre 2007 e 2010, caiu para menos 1% do PIB ao longo deste mandato presidencial e deve registrar em 2014 o primeiro resultado negativo desde 1997.

Por fim, mesmo quando se trata do emprego, cantado em prosa e verso como o grande mérito do

atual governo, a degradação é visível: a criação de vagas formais na economia caiu de 130 mil/mês no

mandato anterior para 86 mil/mês no atual.

Da mesma forma, a Pesquisa Mensal do Emprego, que captura também o emprego informal,

aponta crescimento médio da ocupação de 0,8% ao ano entre dezembro de 2010 e setembro de 2014

(e ao redor de zero este ano) ante mais de 2,5% ao ano nos quatro anos anteriores.

A deterioração moral dos líderes do petismo (Nota: faço uma clara diferença entre o PT, seus eleitores

e a sua degeneração doentia que chamo de “petismo”. Nem todos os simpatizantes do Partido dos Trabalhadores sofrem da patologia do “petismo”. (Por enquanto esse “pathos” pertence ao Coronel Luis Inácio e a sua protégée, a cidadã Dilma) deteriorou as finanças públicas, que, “como nunca antes na história deste país” (citando o Coronel) foi tratado como “cosa nostra”. Pois bem, o setor público não financeiro registrou, em setembro, déficit de R$ 25,491bilhões em suas contas primárias, o pior resultado deste 1994. Em agosto, o déficit foi de R$ 14,460 bilhões.

Com isso, o setor público tem déficit pelo quinto mês seguido, algo inédito na série do BC.

Fica desses números a imagem de quatro anos tristes, culminando com um desempenho lamentável

em 2014. Ainda assim não há a menor indicação de que o governo pretenda alterar os rumos da política

econômica. Pelo contrário, o petismo pretende dobrar a aposta.

Com a mesma cara dura com que, pela televisão, invadia as nossas casas, a cidadã Dilma fala em

“ajustes pontuais”, como se o problema fosse localizado e pudesse ser resolvido por mais uma rodada

de bom gerenciamento. Não existe economista que possa ocupar cargo de Ministro da Fazenda e consiga

por em ordem a nossa economia. A razão? Simples, o petismo jamais permitiria.

 

 

Mário Ramos Ribeiro é doutor em Economia pela USP, docente da UFPA, presidente da Fundação

Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa - Fapespa.

E-mail: mramosribeiro@uol.com.br

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