quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Elefante branco. Parte I

Em meados do ano de 2010, em plena campanha eleitoral, o governo federal inaugurou com pompas e circunstâncias as decantadas Eclusas do Rio Tocantins junto a barragem da Hidrelétrica de Tucuruí. A obra aguardada por mais de vinte anos custou aos cofres da nação certa de R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e meio de reais).
Na época a presidente Dilma Rousserf, em busca de votos para sua campanha, afirmou:
- “Hoje é um momento em que vemos uma grande obra ser finalizada. Todos ficaram impressionados quando a porta da eclusa abriu e fechou. É uma obra de engenharia impressionante, mas por trás dela há a perspectiva de oportunidade para as pessoas. As eclusas serão sinônimas de geração de emprego e renda, e crescimento econômico não apenas para o Pará, mas para toda região Norte e Nordeste”.
Disse o ministro dos Transportes:
- “As eclusas de Tucuruí estão entre as maiores do mundo, com a capacidade de 19 mil toneladas por comboio. Serão cerca de 40 milhões de toneladas por ano. Além disso, estamos preparando a derrocagem do Pedral do Lourenço e vamos construir as eclusas de Estreito (MA) e Lajeado (TO), que vão garantir a efetivação da hidrovia Araguaia-Tocantins. Assim, estamos buscando uma matriz de transporte mais equilibrada, pois é mais eficiente em termos energéticos, ambientais e econômicos”.
O presidente Lula, fechou os comentários;
“As eclusas que inauguramos hoje só terão sentido se significar a melhoria da qualidade de vida do povo do estado. Se for favorecer apenas aos grandes grupos econômicos não têm sentido”.
E não tem mesmo. Sem a derrocada do Pedral do Lourenço no Rio Tocantins, sem a conclusão das eclusas de Estreito (MA) e Lajeado (TO), fica sem sentido o gasto de mais 1,5 bilhão de real do contribuinte pois não estará garantida a efetivação da hidrovia Araguaia-Tocantins.
E de se perguntar, como se justifica terminar uma das obras mais caras do governo federal, para utilidade nenhuma. Isso mesmo liga nada a lugar algum, é simplesmente mais um elefante branco de concreto.

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