Eis o ponto. Genoíno em sua carta renuncia fala dos seus 25 anos de vida parlamentar. Até o advento do mensalão, era, sim, considerado um dos príncipes do Congresso. Aliás, era mais fácil encontrar pessoas que o admiravam fora do PT do que no petismo — onde era tachado, imaginem vocês, de “a direita do PT”.
Ocorre que Genoíno diz ter dedicado 45 anos à luta democrática. Aí é preciso discordar, não? A menos que ele me prove que o PCdoB queria democracia e que a guerrilha do Araguaia era seu instrumento.
E este é não o equívoco, mas a trapaça histórica, conceitual e moral da narrativa inventada por Genoíno e pelos petistas: democracia não é ditadura; assinar um empréstimo fraudulento não é como pegar no trabuco. São crimes diferentes. Nem aquele serviu para construir a ordem democrática — que foi obra da resistência pacífica — nem este outro serviu para consolidar o “poder do povo”. Guerrilha e fraude bancária eram só escolhas erradas de partidos que supõem, em tempos distintos e com equívocos distintos, que detêm a condução da história.
Por Reinaldo Azevedo - Blog do Reinaldo - Revista Veja.
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