sábado, 9 de maio de 2015

SOLVENTE UNIVERSAL !


            A primeira vez que ouvi falar da expressão “solvente universal” foi durante o curso ginasial, em uma aula de química proferida pelo instigante e memorável “Professor Tonito”. Afirmava ele que a água, uma simples composição de duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio participava em milhões de misturas, homogêneas ou não. Ele exaltava as propriedades da água e por aí seguia a sua maravilhosa aula sobre a capacidade do solvente universal nos deixando com água na boca até hoje de saudade do mestre também duble de escritor.   

            Hoje sabemos que a água é a parte fundamental de uma tecnologia incrível que é o sistema auto limpante do planeta. Dois terços do planeta são compostos de água e o Brasil é a maior potencia global em agua doce – uma em cada oito gotas produzidas no planeta caem aqui. Nós exportamos 112 trilhões de litros de água doce embutidos na carne, na soja, no alumínio, no café, nas frutas e agora na mais nova pauta de exportação: estamos enviando água para o exterior para fazer lastro nos navios que retornam sem carga para os países de origem.

            Antes do Professor Tonito a água já estava presente em minha vida desde o inicio, da placenta da minha mãe ao local de nascimento,  no distrito de Cachoeiras de Macaé que assim é denominado por que é o local onde o Rio Macaé passa a ser navegável. Meu pai que era Balseiro pilotava a balsa que fazia o trajeto Figueira Branca – Porto do Limão transportando a produção de café da região serrana e retornando com produtos industrializados.

            Na minha infância, pois o meu quintal era a Praia de Imbetiba. Antes de sermos servidos pela água proveniente da Severina, tratada na estação de água do Morro de Santana buscávamos água nas oficinas da Leopoldina onde a água era abundante para abastecer as maquinas do trem “Maria Fumaça”. Enquanto eram completados os depósitos de água ajudávamos aos filhos de seu Mimiro que levavam os cavalos para banhar na praia dos “cavalos” entre os dois paredões do porto de Imbetiba. O sistema de transporte de água naquela época era realizado através do “rolo” que consistia numa barrica de madeira onde eram colocadas duas peças de borracha e que serviam de pneus para diminuir o atrito ao ser rolado.  A criançada puxava e disputávamos corrida de rolos entre a Imbetiba e os Cajueiros.

            Hoje a situação é bem diferente. O Porto do Limão já não é mais um porto; a produção da serra macaense não é transportada por balsas, os manguezais estão acabando, não se nada no rio Macaé, nem se lava cavalos na Praia dos Cavalos.

            Sem pieguice e fora o saudosismo, a situação da água em Macaé me preocupa. As matas ciliares na Serra Macaense, origem do manancial hídrico para toda a região está sendo dizimada. O Rio Macaé está assoreado a partir do encontro com o Rio São Pedro na Barra do Sana. Da foz do Córrego João Francisco em diante as suas águas começam a receber efluentes de merda. Os pântanos estão sendo secado, o rio foi retificado á partir do Aterro das Neves e com isso os depósitos de tufas praticamente desapareceram para dar passagem a BR 101. Os manguezais que são sistemas naturais de limpeza da água já não mais estão produzindo suas funções e nadar no rio, entre a Severina e o Pontal da Barra, uma das atividades naturais dos ribeirinhos, desapareceu como os Bagres que agora só estão presentes no Brasão das Armas do Município.

            Como citei acima faço esse comentário deixando a pieguice e o saudosismo de fora. Assim o procedo para tentar chamar a atenção para a importância do tema. Ademais não é a crise hídrica do Estado de São Paulo que me move, apesar de entender que todos precisamos nos preocupar também com aquela situação. Afirmam os estudiosos que o desmatamento da Amazônia influencia a chuva do sudeste  brasileiro. O fato é que precisamos cuidar urgentemente de nossas águas.

            Em países que não possuem o potencial hídrico que possuímos e que não possuem as inúmeras diversidades de biomas como o Pantanal e a Amazônia, o cuidado que eles estão tendo com a natureza é digna de se vê. Não se abre estrada destruindo o meio ambiente; não se amplia sistema de tratamento de água sem ampliar a proteção da área de captação de água; não se intervém no ambiente físico natural sem as devidas compensações ambientais. A consciência ecológica está bastante ampliada, não se trata apenas de “coisa de eco chatos”.

          Da minha parte entendo estar, na prática, fazendo algo positivo que pode ser constatado pelo Cadastro Ambiental Rural – CAR, nas seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 22º23'44'' S Longitude: 42º9'7'' O.
           A propriedade  me foi legada por meus pais, assim como o interesse em colaborar com a sua manutenção ambiental.

       


 

         O Serro Frio é lindo, os mananciais que estão sob a minhas posses estão mantidos e ampliados sem muito esforço.

         Tentemos todos fazer alguma coisa. Informar-se é um grande passo para a tomada de consciência.  

 

PENSE NISSO!

 

 

 

           

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