Afoxé é um instrumento musical
composto de uma cabaça pequena redonda, recoberta com uma rede de bolinhas de
plástico parecido com o Xequerê.
Afoxé é um ritmo do Candomblé. O Afoxé como ritmo tornou-se popular, principalmente pela atuação do grupo baiano Filhos de Gandi.
Afoxé também é chamado de Candomblé de rua - é um cortejo de rua que sai durante o carnaval.
O afoxé é bloco carnavalesco em BH e Rio de Janeiro, de comportamento específico.
Tudo isso é afoxé.
Afoxé é um ritmo do Candomblé. O Afoxé como ritmo tornou-se popular, principalmente pela atuação do grupo baiano Filhos de Gandi.
Afoxé também é chamado de Candomblé de rua - é um cortejo de rua que sai durante o carnaval.
O afoxé é bloco carnavalesco em BH e Rio de Janeiro, de comportamento específico.
Tudo isso é afoxé.
Contudo, quando eu falo em afoxé escolho
a melhor conceituação: “Afoxé é tudo aquilo de bom que o vento traz”.
Final de inverno em Macaé, Praia
dos Cavalheiros, mês de setembro do ano de 1973.
Eu e Rogério, dois ex-soldados sem
muitas perspectivas de vida, mas pensando no futuro mais próximo se perguntam:
o que vamos fazer no próximo verão? A praia deserta, final de tarde, vento sudoeste
soprando...
E o vento nos trouxe a ideia:
vamos construir um bar aqui na praia; vamos vender agua de coco para as
crianças pela manhã, picolé e sorvete a tarde, lanche e comida a noite e vamos
dançar na boate pela madrugada. Uffa!!! Que tal?
Inicio de noite, sessão do Cine
Taboada com filme repetido.
Vamos ao Silvic fazer um lanche e
lá discutimos o assunto com alguns sábios macaenses.
O primeiro afirmou entre um copo
e outro: “isso não vai dar certo, ninguém vai naquela praia; é muito longe, ela é deserta. É
melhor fazer na Imbetiba!”
Outro sábio, o “Juju” pilheriou:
“boate perto de puteiro é difícil ganhar da concorrência!”
O maior dos sábios o “Flouber”
filosofou: “quem não se arrisca não petisca.”
Outro sábio, Dôdozinho - “Chef de cozinha
recém-saído da prisão e desempregado” decretou: “eu tô dentro! E levo o
papa-capim do Mijolão.”
Estava concretizada a ideia. Só
faltava... o dinheiro. Quem financiaria tal empreitada?
Nesta época em Macaé não havia a
Petrobrás, o petróleo ainda estava para ser identificado. O que mantinha a
cidade eram duas usinas de açúcar, três pequenas indústrias, o incipiente comércio,
os bancos, a cooperativa de laticínios e o mercado de peixe era o
que puxava o “progresso” da cidade. Sem falar na Leopoldina que até então era a oficina
das “marias- fumaças” e mantinham os empregos dos ferroviários.
Despontavam na época, quatro
grandes empreendedores na cidade: Ary Jacour, Haroldo, Luis Osório e Perinho.
O primeiro permitiu o uso do
terreno, o segundo incentivou o projeto pensando no turismo, o terceiro emprestou seu filho para
contabilizar o empreendimento e o ultimo se fez um grande cliente.
Claudio Santos embarcou na ideia
e rabiscou os primeiros traços do projeto: um ponto de apoio central. Um ponto
de captação do vento. Tudo em madeira e sobra de construção.
As equipes do Seu Nilo Tavares
com Edgar e Edval prontificaram-se a construir para receber depois de pronta a
obra. Trouxemos a madeira roliça e as palhas da bicuda na Veraneio de meu pai.
Na cozinha, Dodozinho e Mijolão e o
papa-capim. Dezenas de colaboradores anônimos acreditaram no empreendimento. Uns
ajudaram na iluminação, outros nos arranjos. Sérvulo nos quadros.
O afoxé foi erguido. Ficou pronto. Dezembro chegando e o com ele a grande novidade do verão de 1974.
A musica sempre esteve
maravilhosa com a orientação de J. Lacerda. A comida divina. A cerveja gelada. O coco pela manhã e o sorvete
no final da tarde.
A tarefa diária começava no mercado de peixe pela manhã e acabava na ultima função do cabaré na “Cancela
Preta”.
Três meses de sucesso. Fizemos concorrência
ao “860” da Imbetiba. Verão quente... praia, carnaval... muitas lutas, muitas
brigas.
Veio a chuva e com ela o mês de março. O afoxé ficou deserto. No estoque garrafas de Montilla, Rayol Label e Moranguinho. As previsões dos frequentadores do Silvic estavam certas.
As vizinhas foram chamadas para ajudar
a consumir todo o estoque.
Uma corda. Um jipe. A cobertura
foi ao chão. Um sonho também.
O vento virou, o "terral" soprou forte. E o afoxé levou o que havia
trazido.
Axé!
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