domingo, 1 de junho de 2014

HORA DE SORRIR E APUNHALAR

By JBF     

Carlos Brickmann

Nos próximos dias, semanas, talvez meses, a presidente Dilma Rousseff será o grande ídolo dos operadores do Direito. Simpática, competenta, gerenta de primeira, arguta, inteligenta. Ah, o que faz a perspectiva de poder! Luiz Fux, por exemplo, para chegar ao Supremo, prometeu até matar no peito o processo de José Dirceu. De certa forma, era verdade: matou no peito e botou lá dentro.
A lista dos possíveis substitutos de Joaquim Barbosa é vasta: nela estão José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, Luís Adams, advogado geral da União, Benedito Gonçalves, único ministro negro do STJ, a ministra Nancy Andrighi, também do STJ. Mas a presidente não está restrita a esses nomes: escolhe quem quiser. E o Senado, não há dúvida, aprova quem quer que seja indicado.
Enquanto o nome não é escolhido, vale tudo para quem quiser chegar lá. Aproximar-se de pessoas cuja opinião é ouvida pela presidente, defendê-la sempre que possível, elogiá-la, garantir que vota no PT desde criancinha (este, a propósito, foi um dos quesitos que levaram Barbosa ao Supremo). Enquanto isso, torpedear os adversários: sorrir-lhes pela frente, abraçá-los e, aproveitando o abraço, colocar-lhes fundo o punhal nas costas. Quando a presidente finalmente se decide por alguém, o novo ministro deixa de depender da boa-vontade dos outros, por mais poderosos que sejam; e a próxima fase muitas vezes não é tão amistosa. Que o digam o próprio Joaquim Barbosa e Luiz Fux, hoje detestados no PT.
Talvez por isso a nomeação demore. A primeira fase é bem mais agradável.


enrabado

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