Por provocação me
convidei para um programa de índio numa tarde abafada de quinta feira desse
janeiro belemense: - assistir a apresentação de um trabalho de conclusão de
curso, os famosos TCC da vida.
Por se tratar de
Engenharia Naval na UFPA, curso que meu filho mais novo está se habilitando, me
preparei para assistir uma aula sobre navios, tipos de embarcação, dique seco, oficinas etc. Pensei em sair de lá
entendendo tudo sobre: Panamax, Suezmaz, PostPanamax, Malacamax e todas as Large
Crude dos sete mares da vida. Pensei até em ingerir um lexotam para suportar as
considerações de uma banca examinadora formada por mestres ascencionados.
Ledo engano...para minha surpresa, o que vi
foi uma apresentação firme de uma dupla de concluintes de curso muito bem afinada em
pleno domínio do assunto em questão. Mais parecia uma dupla de craques do
futebol que poderíamos comparar a Pelé e Coutinho.
A dupla se esmerou em
apresentar um estudo bastante interessante e aprofundado, inclusive em seus
aspectos econômicos, o que muito me impressionou por se tratar de engenheiros
navais. Eles enfocaram a viabilidade de uma possível implantação de um
estaleiro de reparos na Amazônia, especificamente na região de Barcarena, porto
fluvial de grande capacidade de movimentação de cargas que caminha para se
transformar em uma moderna plataforma logística brasileira, por sinal a mais próxima da América do Norte e Europa. Analisaram os riscos do
empreendimento, seu percentual de sucesso, os entraves, as equações H/H e todos
os aspectos necessários a implantação de um projeto pioneiro nessa região. Ponto
esse que me levantou uma pequena dúvida: de onde viria a mão de obra
especializada para o empreendimento? Seria formada no projeto ou importada? O estudo
mostra a concentração desse segmento no Rio de Janeiro, onde abunda essa mão de
obra. Acho que deveria ser um aspecto a ser considerado no custo do projeto.
A banca examinadora da
UFPA, além do show de tecnologia onde se apresentou um renomado professor via
teleconferência diretamente de Portugal e os demais membros locais que se comportaram como
verdadeiros mestres orientadores, cientes de seus compromissos com os futuros
profissionais que dali sairia para o mercado de trabalho.
É claro que nem tudo
saiu em grau de perfeição, mas nada que pudesse empanar o brilho da
apresentação dos formandos.
Minha nota: EXCELENTE
+.
Parabéns Amanda e Hitalo.
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