quinta-feira, 13 de junho de 2013

O TEMPO E O VENTO.

UM TEXTO DE LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI - TOM JOBIM (7) / O TEMPO E O VENTO     
(BY JBF)
O sétimo volume da coleção da Folha de S.Paulo, dedicada a Tom Jobim (texto de Lauro Lisboa Garcia), começa com a seguinte introdução de Tom:
“Quem canta refresca a alma/cantar adoça o sofrer/quem canta zomba da morte/cantar ajuda a viver/quem canta seu mal espanta/eu canto pra não morrer”.
O álbum traz a trilha sonora da adaptação para o cinema do celebrado romance de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento. Foi ao ar pela rede Globo entre 22 de abril e 31 de maio de 1985. Trabalho da Banda Nova, recém-formada por Tom, com arranjos de Jaques Morelebaum, Paulo Jobim e Dori Caymmi. O tema principal foi Passarim, que inspirou disco lançado em 1987.
Essa obra reaproximou Tom das raízes gaúchas de seu pai, diplomata, jornalista e poeta Jorge de Oliveira Jobim (1889/1935), nascido em São Gabriel e amigo de Veríssimo. E acentuou uma característica musical anotada por sua viúva, Ana Jobim:
“Tom procurava fugir do lugar comum dos vocais. Pegava as vozes femininas e colocava nas regiões mais graves. Essas vozes dobradas, com cello e flauta, que são instrumentos que se assemelham a voz humana, resultavam num timbre bonito e agradável”.
Nela predominam as cordas. Destacadas nas três versões de Passarim. Numa delas, há sutil citação de Sabiá (parceria com Chico Buarque, ganhadora de prêmio de festival). Além de seis temas autorais, o álbum inclui o cancioneiro gaúcho, com participação do gaiteiro Renato Borghetti.
Nesse trabalho fica transparente o estilo pós bossa nova de Tom: a forma intimista de expressar  sua música, a ligação fluente entre o erudito e o popular, certificando as influências de Villa-Lobos e Debussy.
Paisagista do Brasil, segundo o compositor Paulo César Pinheiro, Jobim disse: “Ando pensando muito em bicho porque estou achando o homem uma bobagem, uma chatice”.

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