quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lula está virando um peso para Dilma.

O ex-presidente Lula, no desastroso episódio que protagonizou no escritório do ex-ministro Nelson Jobim,claramente tentando chantagear o ministro Gilmar Mendes, do STF, no intuito de ganhá-lo para a “tese” do adiamento do julgamento do mensalão, cometeu vários delitos: tráfico de influência, coação, corrupção ativa e obstrução de justiça. Foi rechaçado por Mendes, que relatou à revista Veja o teor da constrangedora conversa e depois confirmou suas declarações a todos os veículos de comunicação que o procuraram. Despudoradamente, referiu-se sem o menor respeito a diversos colegas de Mendes. Disse que iria “mandar” o ex-ministro Sepúlveda Pertence, homem altivo e decente a toda prova, “controlar” a ministra Carmen Lucia, que todos conhecemos por sua austeridade e pela mão pesada com que julga criminosos. Desdenhou do ministro Joaquim Barbosa, chamando-o de “complexado”. Logo ele, que nomeou Barbosa para o STF. Logo ele, que deveria ter orgulho de ter indicado à análise do Senado um homem que não se verga a conveniências. Afirmou que procuraria o presidente da Corte, Ayres de Brito, através de amigo comum a ambos. A resposta do sergipano foi cortante: “o Supremo é vacinado contra quaisquer pressões”. Desrespeitou o jovem ministro José Antônio Dias Toffoli, que se porta com independência e enorme apego à técnica, tendo conquistado o respeito dos seus pares desde o primeiro julgamento de que participou. “Toffoli terá de participar do julgamento (do mensalão)”, bradou um arrogante Lula diante de um contemporizador Jobim e de um estupefato Gilmar Mendes. Tratou o ministro Ricardo Lewandowiski como se dominasse sua vontade e pudesse manipulá-lo. Deve ter magoado o ilustre paulista profundamente. Lula se imagina dono do Brasil e, portanto, do governo Dilma, do Congresso, do judiciário. Pensa que os ministros, que indicou para os tribunais superiores, a ele devem prestar vassalagem. Não aceita que a recomendação partiu dele, mas a aprovação se deu pelo Senado, integrado por figuras de todas as latitudes ideológicas e partidárias. Não compreende que a maior homenagem que o nomeado pode fazer a ele, nomeador, é justamente manter-se independente e imune a pressões de quem quer que seja… mesmo que elas venham do nomeador. Lula está ficando menor. Está virando um peso para Dilma e para a parte sensata – ela existe – do PT. O ódio que lhe corrói a alma vai exterminando a sensibilidade política que sempre o conduziu na vida pública. Queria a CPI para perseguir Marconi Perillo? Pois agora ela não é mais somente a CPI do Cachoeira; é da Delta, do Cavendish, do Sergio Cabral, do PAC também. Queria a CPI para embaralhar o julgamento do mensalão? Pois agora é que ele vai sair mesmo. O STF julgará com base nos autos e tecnicamente. Mas julgará. A Corte se dá ao respeito. Arthur Virgílio é diplomata e foi líder do PSDB no Senado

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