sexta-feira, 5 de julho de 2013

OS GRITANTES, OS SURDOS E OS MUDOS.


O povo brasileiro não se distribui mais em classes econômicas como era antes: os ricos, os médios e os pobres. Também não importa a raça, a cor, o gênero, o homo ou o hetero.
A divisão atual é a seguinte: os gritantes, os surdos e os mudos.

As ruas estão lotadas de gritantes. São milhões e se sentem satisfeitos por extravasar. E os seus gritos na maioria das vezes são protestos. Protestam por tudo. Protestam por melhorias pessoais, melhorias comunitárias, melhorias corporativas, melhorias gerais.
Alguns não gritam por protestos, gritam e ameaçam. Gritam e apedrejam, gritam e quebram, gritam e saqueiam. Não são muitos, são centenas apenas, mas existem. Também são gritantes.

Do outro lado estão os surdos, não estão nas ruas, não estão expostos, mas estão atentos estão encolhidos em seus guetos, em suas masmorras, em seus castelos e em seus casulos. Estão na espreita para depois decidirem por aonde ir. São milhões, talvez centena de milhões. Sentem-se protegidos, por ora continuam a não querer ouvir a voz rouca que ecoa das ruas. São mutantes são oportunistas. São surdos.
Nas ruas também não se encontram os mudos. Esses são poucos. Nunca antes nesse país foram tão poucos. Já falaram demais. Agora cobram para falar, no exterior. Aqui não abrem a boca. Diz-se que tentaram um golpe para depois falar, porém não deu certo e continuam quietos. Vão falar depois: “eu bem que avisei...”   

Pensem nisso.

 

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