Publicado no Jornal "A
Tarde" dia 20/06/13
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Quando as injustiças sociais atingem o clímax e a indiferença
dos governantes pelo povo que estorcega nas amarras das necessidades diárias,
sob o açodar dos conflitos íntimos e do sofrimento que se generaliza, nas
culturas democráticas, as massas correm às ruas e às praças das cidades para
apresentar o seu clamor, para exigir respeito, para que sejam cumpridas as
promessas eleitoreiras que lhe foram feitas...
Já não é mais possível amordaçar as pessoas, oprimindo-as e
ameaçando-as com os instrumentos da agressividade policial e da indiferença
pelas suas dores.
O ser humano da atualidade encontra-se inquieto em toda parte,
recorrendo ao direito de ser respeitado e de ter ensejo de viver com o mínimo
de dignidade.
Não há mais lugar na cultura moderna, para o absurdo de governos
arbitrários, nem da aplicação dos recursos que são arrancados do povo para
extravagâncias disfarçadas de necessárias, enquanto a educação, a saúde, o
trabalho são escassos ou colocados em plano inferior.
A utilização de estatísticas falsas, adaptadas aos interesses
dos administradores, não consegue aplacar a fome, iluminar a ignorância,
auxiliar na libertação das doenças, ampliar o leque de trabalho digno em vez do
assistencialismo que mascara os sofrimentos e abre espaço para o clamor que
hoje explode no País e em diversas cidades do mundo.
É lamentável, porém, que pessoas inescrupulosas, arruaceiras,
que vivem a soldo da anarquia e do desrespeito, aproveitem-se desses nobres
movimentos e os transformem em festival de destruição.
Que, para esses inconsequentes, sejam aplicadas as corrigendas
previstas pelas leis, mas que se preservem os direitos do cidadão para reclamar
justiça e apoio nas suas reivindicações.
O povo, quando clama em sofrimento, não silencia sua voz, senão
quando atendidas as suas justas reivindicações. Nesse sentido, cabe aos jovens,
os cidadãos do futuro, a iniciativa de invectivar contra as infames condutas...
porém, em ordem e em paz."
* Divaldo Franco escreve às quintas-feiras, quinzenalmente no
Jornal A Tarde/Salvador Bahia
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