Artigo de Lúcio Flávio
Pinto, sob o título original de Maldição belenense
O
candidato que lidera as pesquisas para a prefeitura de Belém, o deputado
estadual Edmilson Rodrigues, do PSOL, não se lembra de erros que possa ter
cometido nos seus dois mandatos (1997-2004) pelo PT. Foi o que disse em
entrevista ao Diário do Pará de 14 de junho. “Tudo o que fiz foi para
melhorar a vida do povo e houve um reconhecimento tanto do povo quanto das
instituições nacionais e internacionais”, completou.
Instado a apresentar as obras que levaram a essa
aprovação, arrolou obras na praça D. Pedro II, na contígua praça do Relógio, o
conjunto Ver-o-Peso, canteiros laterais e ciclovias na Almirante Barroso,
reinauguração da avenida Augusto Montenegro, Pronto Socorro do Guamá, Ver-o-Rio,
praça Waldemar Henrique.
Várias dessas obras são de baixa qualidade e de
significado modesto. Mas por que Edmilson não se lembrou do viaduto da Doutor
Freitas, mais conhecido por tobogã de carro, e do túnel empacado do
Entroncamento? Por que esqueceu a Aldeia Cabana, o bondinho do centro velho
(arquivado até hoje, depois de seis milhões de reais gastos), o inviável Belo
Centro (outros milhões queimados)?
O
homem que não se lembra de ter cometido erros fez uma administração cinza, sem
destaque, de obras absolutamente secundárias e de muitos erros. Foi reeleito,
como reeleito conseguiu ser Duciomar Costa. Mas o PT não manteve o cargo que foi
de Edmilson. E Ana Júlia Carepa não conseguiu se reeleger. Se a memória não
falhar, o povo perceberá que o retorno de Edmilson Rodrigues ao comando da
capital é um autêntico retrocesso.
O
problema é: qual das opções não será também uma volta no
tempo?
Ai de ti, Belém.
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