quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Deságio da tarifa elétrica x ágio dos combustíveis.

O consumidor de energia elétrica ainda não teve a felicidade de ver a materialidade do deságio no talão, mas a partir de hoje (30) a Petrobras vai entregar gasolina e diesel às distribuidoras com um aumento de 6,6% e 5,4% respectivamente.
As distribuidoras, que não são irmãs de caridade, pronto repassarão o ágio ao consumidor.
Como os combustíveis são indispensáveis na logística nacional, não pagará a conta apenas quem tem carro: o supermercadista pagará um frete maior pelo feijão que colocar na gôndola e repassará isso à clientela, que nem notará os centavos a mais na registradora.
> A Petrobras alivia o caixa
A Petrobras precisava desesperadamente do aumento: a contabilidade já não fechava com os preços artificialmente bancados para segurar a meta da inflação.
O governo segurou o que pode. Abdicou, desde 2005, da arrecadação da Cide (imposto federal dos combustíveis) para anular a alta nos postos, mas chegou ao seu limite com tanta renúncia fiscal.
Com o aumento, a Petrobras injeta no caixa cerca de R$ 600 milhões mensais e alivia a perda de R$ 16,7 bilhões que sofreu em 2012 com o controle do preço dos combustíveis.
> Segurando as pontas
A equipe econômica continua pintando o sete para segurar as pontas: o deságio na conta de energia elétrica compensa o aumento dos combustíveis e neutraliza a pressão inflacionária.
Os economistas brasileiros, desde Roberto Campos, que inventou a correção monetária, deixam qualquer prêmio Nobel de economia com câimbra mental. Eles conseguem praticar esses malabarismos quando qualquer outro país do mundo, na mesma situação, já teria caído em um abismo fiscal por um simples motivo: falam a verdade ao distinto público.

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