O consumidor de energia elétrica ainda não teve a felicidade de
ver a materialidade do deságio no talão, mas a partir de hoje (30) a Petrobras
vai entregar gasolina e diesel às distribuidoras com um aumento de 6,6% e 5,4%
respectivamente.
As distribuidoras, que não são irmãs de caridade, pronto
repassarão o ágio ao consumidor.
Como os combustíveis são indispensáveis na logística nacional,
não pagará a conta apenas quem tem carro: o supermercadista pagará um frete
maior pelo feijão que colocar na gôndola e repassará isso à clientela, que nem
notará os centavos a mais na registradora.
> A Petrobras alivia o caixa
A Petrobras precisava desesperadamente do aumento: a
contabilidade já não fechava com os preços artificialmente bancados para segurar
a meta da inflação.
O governo segurou o que pode. Abdicou, desde 2005, da
arrecadação da Cide (imposto federal dos combustíveis) para anular a alta nos
postos, mas chegou ao seu limite com tanta renúncia fiscal.
Com o aumento, a Petrobras injeta no caixa cerca de R$ 600
milhões mensais e alivia a perda de R$ 16,7 bilhões que sofreu em 2012 com o
controle do preço dos combustíveis.
> Segurando as pontas
A equipe econômica continua pintando o sete para segurar as
pontas: o deságio na conta de energia elétrica compensa o aumento dos
combustíveis e neutraliza a pressão inflacionária.
Os economistas brasileiros, desde Roberto Campos, que inventou
a correção monetária, deixam qualquer prêmio Nobel de economia com câimbra
mental. Eles conseguem praticar esses malabarismos quando qualquer outro país do
mundo, na mesma situação, já teria caído em um abismo fiscal por um simples
motivo: falam a verdade ao distinto público.
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