terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Salve o Samba!

 


J. VIGGIANI (*)
Na música popular brasileira temos vários ritmos: jongo, caxambu, coco, embolada, calango, baião, lundu, ciranda, choro, batuque, forró, maxixe, veraneio e samba. Talvez existam outros gêneros perdidos e não divulgados no agreste desse Brasil tão grande. Mas desde a gravação do primeiro samba (Pelo Telefone) que muitos afirmam ser um samba amaxixado, surgiram vários apelidos para ele.
Samba canção, o samba romântico que versa geralmente sobre um caso de amor ou uma paixão não correspondida, a chamada dor de cotovelo.
Samba de partido alto, é feito de improviso e marcado na palma da mão; os partideiros versejam após um refrão que se repete em coro, surgiu nos terreiros (quadras) na década de 30. Foi um estilo surgido no século XX, tem sua origem nas famosas umbigadas dança de origem africana e tem muita semelhança com o batuque angolano. Era chamado por alguns bambas como samba raiado.
Samba duro, está praticamente em extinção, era dançado na roda da malandragem e nas tradicionais festas da Penha (Homenagem ao dia de N.S. da Penha) nas décadas passadas. Os sambistas em cima de um tablado desafiavam os rivais para um duelo de pernadas, onde um “plantava” e o outro tentava derrubá-lo com um golpe de perna e pé.
Samba miudinho, muito admirado pela maneira de ser sambado, sem tirar os pés do chão e com muito molejo e ginga, uma verdadeira arte de equilibrismo.
Samba suingue, uma versão instrumental, além da tradicional percussão, tem grande peso de metais e teclado.
Samba de breque, onde o interprete aproveita a pausa do acompanhamento para uma intervenção declamatória. É um samba bastante sincopado. Seu pioneiro foi Luiz Barbosa que marcava o ritmo no seu chapéu de palha.
Samba de roda, trazido para o Rio de Janeiro na metade do século XIX pelos negros africanos vindos do Recôncavo Baiano, se tornou a base do samba carioca. Em 2005 virou Patrimônio da Humanidade titulo dado pela UNESCO.
Samba de quadra, é composto em parceria ou individualmente, é a declaração de amor do(s) compositor(s), pela sua escola, é cantado abrindo os ensaios e também conhecido como samba de “esquenta” na armação da escola na avenida.
Samba enredo, herdado dos ranchos, o primeiro samba enredo foi de autoria de Cartola (Chega de Demanda), é o samba feito para que as escolas narrem seus enredos durante o desfile. É criado obedecendo a uma sinopse explicativa sobre o enredo, ou reuniões com o carnavalesco.
Pagode, nasceu no século XIX nome dado as reuniões festivas, regadas a comidas, bebidas e musicas, tomou conta do Rio de Janeiro nos anos 80, graça a industria fonográfica que o transformou em produto de consumo e se afastou do partido alto.Pode se dizer que pagode é o samba tocado com banjo, cavaquinho, tantã e repique de mão, não é propriamente um gênero musical, é mais um encontro de amigos. Mas como diz o grande Wilson das Neves (compositor e baterista): “Tudo é samba, parece que é tudo igual, mas não é.”.
Talvez por ter tantos nomes o samba com todo o respeito, é como um Deus, reverenciado em várias religiões, tem muitos nomes, mais na realidade ELE é único. Por isto, o samba que deve ser respeitado, tratado com dignidade e honestidade por todos aqueles que se dizem sambistas de verdade.
“SAMBA É RELIGIÃO, SAMBA NASCE DA ALMA”.

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