terça-feira, 19 de junho de 2012

O Brasil longe da sustentabilidade.


Onze das maiores organizações ambientais do País divulgam hoje na Rio+20 o estudo “Brasil na contramão do desenvolvimento sustentável: o desmonte da agenda socioambiental”, que faz um balanço das duas décadas desde a Eco-92 e acusa o governo Dilma Rousseff de enfraquecer a legislação ambiental com brechas jurídicas. Com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o documento será apresentado na Cúpula dos Povos.
Entre as principais críticas do estudo está o uso de medidas provisórias e leis complementares por parte do governo para driblar questões polêmicas, como a redução de unidades de conservação e a limitação do poder de fiscalização de órgãos como o Ibama.
“Há um processo de desmonte da legislação ambiental no País. Sem cerimônia, o governo usa ferramentas jurídicas para fazer isso, quando devia fazer o que está a seu alcance na direção oposta”, diz João Paulo Capobianco, presidente do conselho do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).
Nos últimos dois anos, dizem os responsáveis pelo documento, houve um retrocesso acentuado na política ambiental por causa do abuso de medidas jurídicas “autocráticas e totalmente unilaterais” por parte do governo. “No caso das unidades de conservação, a redução implica que o licenciamento são favas contadas. O dano ambiental será feito antes de a obra sair do papel.”
Apesar das críticas, que deverão ser intensificadas hoje no evento paralelo do Aterro do Flamengo, o documento reconhece que houve avanços desde a Eco-92. Como principal exemplo é citada a formulação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, em 2004. “Isso encerrou um ciclo de aumento vertiginoso do desmatamento ilegal na região.”
Muito há o que se fazer para que o Brasil adentre ao ciclo virtuoso do desenvolvimento sustentável. Precisamos individualmente fazer também a nossa parte no dia a dia.
Pense nisso!!!

sábado, 16 de junho de 2012

MITIGAR, ADAPTAR OU SOFRER???


Para a comunidade científica reunida no Rio de Janeiro durante a Rio+20, a humanidade tem três opções para enfrentar as consequências das mudanças ambientais: mitigar, ou seja, atenuar os danos causados ao ambiente; adaptar-se ao ritmo da natureza, aprendendo a conviver com ela e criando uma economia sustentável (o caminho mais desejável); ou sofrer com as consequências do aquecimento global e com o desaparecimento das espécies. 


Os cientistas afirmam que há 30 anos há evidências de que a atividade humana tem efeitos sobre alterações do clima e o desaparecimento de espécies. "É virtualmente certo que haverá aumento na frequência e magnitude das temperaturas extremas", diz Steven Wilson, diretor-executivo do ICSU. "Há consenso de que as chuvas, secas e outros desastres naturais vão acontecer com maior frequência."

principal sugestão do fórum para integrar as diferentes áreas da sociedade em pesquisas científicas que ajudem a humanidade a se adaptar ao planeta é o Future Earth. O programa foi anunciado na quinta-feira como uma iniciativa global para centralizar e coordenar pesquisas interdisciplinares ao longo de 10 anos com um único propósito: entender os desafios do desenvolvimento sustentável e dar sugestões práticas de como superá-los.


Para o sueco Johan Rockström, um dos coordenadores do Future Earth, "a humanidade terá que reinventar a prosperidade para viver no Antropoceno", nome dado ao período mais recente da história do planeta, em que as atividades humanas começaram a ter um impacto significativo no clima e no funcionamento dos ecossistemas. "Somos a primeira geração a ter consciência de que estamos verdadeiramente colocando o futuro da civilização em risco", diz. "A transição para o mundo sustentável é necessária, possível e desejável."

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Porta de saida,

DEU NO BLOG DO PARSIFAL.
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A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), formada pelos ministros Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Dias Tóffoli, Luiz Fux e Rosa Webber, tomou uma decisão na quarta-feira (13) que poderá mudar julgados penais no Brasil, inclusive o mais famoso deles, o caso “mensalão”.
> Não há crime de “organização criminosa”
Decidiu a turma, em julgamento de um habeas corpus em favor dos líderes da Igreja Renascer, Estevan e Sonia Hernandes, determinar o arquivamento de uma ação penal contra ambos, por entender que não há na legislação penal brasileira o crime de “organização criminosa”.
O Ministério Público de São Paulo processava os dois religiosos alegando que ambos transformaram a estrutura da Igreja Renascer em uma “organização criminosa” para lavar dinheiro.
> Se não é definido o crime não pode ser aplicada a pena
É regra básica de direito positivo que “não há crime sem lei anterior que o defina”. Se o STF entendeu que a lei não tipifica “organização criminosa”, alguns réus do mensalão que estão sendo acusados pela Procuradoria Geral da República (PGR) de terem constituído uma “organização criminosa”, por suposto chefiada por José Dirceu, para aliciar votos no Congresso, não poderão receber penalidades, pois também é dogma que “não há pena sem prévia cominação legal”.
> Alguns réus do mensalão se livrarão da tipificação
Isso não se deve aplicar a todos os réus do mensalão. Há também alguns que respondem por esse e mais outro crime, mas não há dúvida que, para aqueles que o julgado se aplica, a exceção será arguida nas preliminares.
Pode a PGR, constatando que o julgado se aplica a alguns réus, requerer o aditamento da denúncia para mudar a tipificação do crime, mas isso causaria o recomeço do processo para eles e a certa prescrição das penas, por isso não creio que assim seja feito.
> Feliz coincidência
Que coincidência feliz, para os réus, essa decisão precedente nas vésperas do julgamento do mensalão. Não é mesmo? Esse pessoal, além de bons advogados, tem uma sorte danada.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

SEGUE O ENREDO.


A performance do governador do DF Agnelo Queiroz (PT) na CPI do Cachoeira não foi diferente daquela protagonizada pelo governador Marconi Perillo (PSDB-GO) na véspera: claque para aplaudir, claque para vaiar, jovens com nariz de palhaço, jovens com frases de efeito a favor de Agnelo.
O acordo PT-PSDB continuou: com direitos aos mesmos desaforamentos, perguntas amenas, respostas infinitas, juras de inocência, depoimentos de honestidade.
> Quebrando o que
Agnelo Queiroz, para dar um capote em Perillo, inaugurou o ato autorizando a quebra do seu sigilo bancário e chamando Cachoeira e sua turma de quadrilha de delinquentes com a qual ele não se metia.
Perillo, para sair do capote, ligou aos tucanos na CPMI e lhes autorizou a alardear que também abria mão do seu sigilo, pois, idem, nada a temer tinha.
As palmas troaram em ambas as ocasiões.
> Já estava quebrado
Não mais que de repente, alguém descobriu que o governador do DF chovia no molhado: o ministro do STJ Cesar Rocha, determinou a quebra do sigilo bancário dele em novembro de 2011, portanto, ele autorizou a quebra do que já estava estilhaçado.
Ambas as claques ficarem, assim, meio de bubuia…
> De governadores a santos
Frigindo os ovos: os tucanos endeusaram Marconi Perillo e o fizeram voltar para o Goiás como o mais probo homem da história do Brasil; os petistas ungiram Agnelo Queiroz e ele saiu da CPMI como aquele que não corrompe e não deixa corromper.
Portanto, como combinado, os dois governadores que agora se entendam com o procurador-geral da República, que pediu abertura de inquérito contra ambos, mas a CPMI lhes vai recomendar ao Vaticano, para que os inclua no próximo procedimento de canonização, antes da santificação de João Paulo II.
> O santo dos santos
Mas, o mais santos de todos é o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB): ele sequer precisou ser chamado à beatificação.
(Publicado originalmente no Blog do Parsifal).

O IMPOSSÍVEL ACONTECE !!!

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

DEU NO JORNAL


TOQUE DE RECOLHER

Dora Kramer
Há convocações e convocações. Na história recente do Brasil a oposição ao regime
 militar levou às ruas milhares para pedir da “anistia ampla, geral e irrestrita” e 
reuniu milhões para exigir eleições “Diretas-Já”.
Anos depois um presidente acuado por denúncias de corrupção foi à TV conclamar
 o povo a sair “vestido de verde-amarelo” em sua defesa e o que viu nos
dias seguintes foi surgir uma mobilização de gente vestida de preto a pedir
 a interrupção de seu mandato.
Qual a diferença entre as duas situações? Em essência, a natureza da causa.
Inevitável pensar nesses dois acontecimentos quando se vê o principal 
réu do processo do mensalão, o ex-ministro e deputado cassado José
 Dirceu, a conclamar estudantes e movimentos sociais a se mobilizar contra 
não se sabe exatamente o quê.
Dirceu não é específico. Pelo tom, pretende que as pessoas se
 mobilizem para pressionar o Supremo Tribunal Federal a inocentá-lo:
 “Todos sabem que esse julgamento é político, essa é uma batalha a ser 
travada nas ruas senão a gente vai ouvir uma só voz, pedindo a condenação
 sem provas. É a voz do monopólio da mídia”.
Pelo texto do discurso dirigido à União da Juventude Socialista reunida em
 seu 16.º congresso, José Dirceu gostaria que seus defensores ficassem “vigilantes” 
para não permitir “um julgamento fora dos autos”. Para garantir que a “Justiça
 cumpra o seu papel” e impedir que o processo se transforme “no julgamento 
de nossa geração”.
Qual geração? A dele, a dos jovens estudantes ou dos dirigentes dos movimentos
 sociais? Primeira dúvida.
Segunda: o que significa ficar “vigilante”? Vigiar os juízes, montar vigílias nas
 praças? Terceira dúvida: de que maneira estudantes e movimentos sociais 
garantem um “julgamento nos autos”, dando lições de direito constitucional
 e penal aos magistrados?
Quarta e última dúvida: em que momento Dirceu ouviu “a voz do 
monopólio da mídia” defendendo a condenação?
Como não apontou casos específicos, cabe a pergunta genérica, pois no
 geral o que se tem visto e ouvido é a defesa do julgamento ao 
tempo próprio. Seis anos depois de oferecida a denúncia.
José Dirceu pode dizer o que quiser e, dentro das balizas legais, fazer
 o que bem entender em sua defesa. Só não pode pretender fazê-lo sem
 contraditório.
Pode até mesmo acreditar que as massas tomem as ruas em prol de sua 
absolvição, embora pareça inútil, pois as massas andam amorfas.

Volta a farsa do ‘golpe do mensalão.


O Globo

A proximidade do julgamento do mensalão agita os espíritos militantes e passionais, mesmo aqueles mais sofisticados, revestidos de uma camada de educação e fineza.
Já houve a atrapalhada intervenção do ex-presidente Lula no encontro indevido com o ministro do Supremo Gilmar Mendes, um dos juízes do processo, intermediado pelo também ex-presidente da Corte Nelson Jobim. Artilharia no próprio pé, pois a iniciativa deve ter levado o STF a acelerar o calendário do julgamento.
Passou, também, o gesto infanto-juvenil do mensaleiro José Dirceu de conclamar estudantes a ir às ruas, no estilo “Cinelândia 1968”, para defendê-lo perante os 11 magistrados do Supremo. Teatral e inócuo, por óbvio.
No fim de semana, foi a vez de o ex-ministro da Justiça no primeiro governo Lula, Marcio Thomaz Bastos, no programa “Ponto a Ponto”, da TV Bandeirantes, entrar em ação, de forma mais sutil, ao seu estilo.
Ministro quando explodiu o escândalo, em 2005, e hoje advogado de um dos réus, José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural, instituição acusada de participar da operação de lavagem daquele dinheiro, Thomaz Bastos explora um tema caro a certos petistas: a suposta interferência da imprensa profissional no caso.
Teme o advogado o que chama de “publicidade opressiva” dos meios de comunicação independentes contra os réus. De forma elegante, até oblíqua, o advogado repõe em circulação a tese surrada e risível de que uma “imprensa golpista” inventara o mensalão e, em seguida, tratara de prejulgar os denunciados pelo Ministério Público. A tese até recebeu a unção de uma certa intelligentzia petista.
Agora, na visão de Thomaz Bastos, influenciáveis ministros do STF, sufocados por uma “publicidade opressiva”, se preparam para executar a condenação orquestrada.
Ora, quem denunciou o mensalão foi um dos participantes dele, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), da base do governo.
O esquema de desvio de dinheiro público e privado para comprar apoio parlamentar ao governo não surgiu de qualquer laboratório de maquiavelismos oculto em alguma redação. Foi escancarado numa entrevista de Jefferson à “Folha de S.Paulo”.
Lula não iria fazer um pedido público de desculpas à população por algo inexistente (embora tenha aderido depois à tese conspiratória). Tanto que os maiores desdobramentos políticos do caso foram a cassação dos mandatos de Roberto Jefferson e do principal denunciado, José Dirceu, deputado pelo PT paulista.
Impossível mascarar a verdade de que a imprensa profissional é movida por fatos. Já a opinião sobre eles é exposta de maneira translúcida no espaço dos editoriais.
E é fato, por exemplo, que, em 2006, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ofereceu denúncia contra os mensaleiros ao Supremo.
Outro fato: no ano seguinte, os ministros consideraram consistentes os argumentos do MP para abrir o processo, no qual Dirceu é tachado de chefe de uma “organização criminosa”.
E serão fatos condenações e absolvições a serem decididas no julgamento que se inicia em agosto. Nada mais nem menos do que isto.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A NOSSA NATUREZA É MUDAR A NATUREZA.



A transformação das mãos e dos pulsos permitiu aos nossos antepassados andar cada vez mais eretos, caçar, comer carne e, assim, evoluir. Com a mudança na postura, o homem conseguiu correr atrás de animais atingidos por suas armas. A corrida de longa distância foi facilitada por glândulas sudoríparas que substituíram os pelos. O uso do fogo para cozinhar a carne adicionou uma quantidade muito maior de proteína à dieta, o que resultou em crescimento significativo do cérebro - tanto que algumas de nossas ancestrais começaram a dar à luz prematuramente. Esses bebês prematuros sobreviveram graças à criação de ferramentas feitas com vesículas e peles de animais que amarravam os recém-nascidos ao peito da mãe. A tecnologia, resumindo, nos tornou humanos.
É claro que, conforme nosso corpo, nosso cérebro e nossas ferramentas evoluíram, também evoluiu nossa habilidade de modificar radicalmente o ambiente. Caçamos mamutes e outras espécies até a extinção. Queimamos florestas e savanas inteiras para encontrar mais facilmente a caça e limpar a terra para a agricultura. E, muito antes de as emissões de CO² pela ação humana começarem a afetar o clima, já tínhamos alterado o albedo da Terra, substituindo muitas das florestas do planeta por áreas de agricultura cultivada. Mesmo que a capacidade do homem de alterar o ambiente, ao longo do último século, tenha aumentado substancialmente, essa tendência é antiga. A Terra de 100, 200 ou 300 anos atrás já havia sido profundamente moldada pelos esforços humanos.

LEITURA OBRIGATÓRIA: “O ÚNICO CAMINHO É A CIVILIZAÇÃO”.




A edição de VEJA desta semana traz uma série de textos sobre a “Rio+20″. Entre eles, está um artigo de seis páginas, escrito especialmente para a revista, de autoria dos antropólogos americanos Michael Schellenberger e Ted Nordhaus. Eles são autores de um texto que se tornou um clássico dos debates sobre ecologia e meio ambiente: “A Morte do Ambientalismo”.
Não se trata de um libelo de céticos contra as teses do aquecimento global ou das mudanças climáticas. Ainda que assim fosse, o ceticismo não é um mal em si. O mal está nas hipóteses não testadas que se querem teoria.
Schellenberger e Nordhaus nem perdem tempo especulando se o homem altera ou não o meio ambiente, o clima etc. Dão de barato que sim. O ponto é outro: qual seria a alternativa e em que resultaram essas mudanças?

Eles acham que os problemas que a cultura humana criou para si mesma têm uma resposta: avanço técnico, saber, civilização. Como lembram, com leve ironia, o risco do bug do milênio não nos devolveu às máquinas de escrever, certo? O texto é longo e tem de ser lido na íntegra, na edição impressa da revista.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quem te viu, quem te vê?

Eduardo Paes, Prefeito do Rio foi um dos mais aguerridos membros da CPI dos Correios, conhecida como CPI do Mensalão. Sete anos depois, ele e Zé Dirceu discursam no mesmo evento, e suas respectivas falas têm um mesmo vetor moral. Será que a convivência com Sérgio Cabral — ou sua real natureza, que antes não se revelava — está fazendo com que Paes perca a noção de limites e o senso de ridículo. Fala o que dá na telha. Como está sendo bem-sucedido até aqui, é possível que prossiga nessa trilha. O dedicado ex-integrante da CPI dos Correios (a do mensalão) e ex-secretário-geral do PSDB, hoje convertido ao PMDB e ao lulismo fanático, está acusando de eleitoralismo o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal, que apontam as irregularidades, e claro!, a imprensa que noticia os fatos. Outra estrela do evento era Orlando Silva, ex-ministro do Esporte, pasta que, ora vejam…, havia deixado de cobrar da UNE a prestação de contas — coisa de “camaradas”, vocês sabem… Paes resolveu mudar de lado, bandear-se para o petismo, fazer mea-culpa, arrepender-se de ter sido oposição um dia, lastimar o seu passado, tudo para atingir a glória? Que o fizesse! Ninguém poderá negar que, sob certo ponto de vista, fez a escolha correta, não é mesmo? Eis aí o prefeito, com excelentes chances de se reeleger. Pode ambicionar o lugar de Cabral daqui a dois anos. Caso logre esse intento, terá sido uma carreira meteórica do jovem que começou na política pelas mãos de César Maia, em 1993, como subprefeito da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Era, então, do PV. Migrou para o PFL, foi para o PTB, voltou para o PFL, voou para o PSDB e dali migrou para o PMDB. Quando o fez, era nada menos do que secretário-geral do partido, o segundo cargo na hierarquia. Ao se referir em seu discurso sobre a prestação de contas do TCU que detectou inúmeras notas sem valor fiscal, aconselhou ao Presidente da UNE a prosseguir na sua jornada politica pois o exame das contas pode mudar de lado. Nota fria, como sabe o prefeito, não é questão de opinião e de lado. Seja ele tucano ou peemedebista, se a nota é fria, fria é. As pessoas podem até mudar de posição em razão da conjuntura política mas nem por isso precisam justificar a lambança, a trapaça, a sem-vergonhice. Na semana passada, Lula participou de uma inauguração no Rio ao lado do prefeito e repetindo o que fizera com o candidato a prefeito de São Paulo, mandando às favas a lei, o mesmo que fez na campanha eleitoral da Dilma, autorizou: “Casca grossa, Paes, vá em frente…”

Não dá para ficar discutindo a cor da economia.



A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou a criticar a linha de discussão da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que terá abertura oficial na próxima quarta-feira, na capital fluminense. Para Marina, o tema economia verde, bandeira da intersecção entre ambiente e projetos econômicos, "é uma grande perda de tempo. Não dá para ficar discutindo a cor da economia". "A gente deveria estar discutindo o modelo de desenvolvimento que o Brasil e o mundo precisa em todas as suas dimensões", completou a ex-ministra e ex-senadora. "Essa conferência, há vinte anos (Eco 92), aconteceu pautada pela ciência, pela mobilização da sociedade, e da opinião pública internacional, que queria respostas para os graves problemas ambientais globais, que a ciência estava apontando. Vinte anos se passaram, e os cientistas estão praticamente isolados do debate", completou. "Não temos como reescrever a história. E ela não muda porque as pessoas mudaram. Como eu disse, nós não somos o resultado do que o passado fez conosco, nós somos o resultado daquilo do que nós fazemos com o passado", completou MARINA SILVA.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Se a canoa não virar...

Dias atrás quando escrevi sobre o tema citei que:"Enquanto o Ministro da Educação não se toca, enquanto as quarenta e quatro instituições federais de ensino superior permanecem sem aula e enquanto os alunos não se conscientizam do grande desastre que é a "greve dos professores edição 2012" Hoje a situação mudou um tantinho assim, se não vejamos: 1. o MEC continua sem se tocar alegando que os professores não tem motivos para fazer greve agora pois o que eles estão defendendo só deveria acontecer em "agosto de 2012"(sic????); 2. as quarenta e quatro instituições federais que estão paralisadas se somaram mais quinze, agora são cinquenta e nove.!!!!; 3. os alunos não estão conscientizados do desastre que é a paralisação mas mesmo assim os Diretórios centrais dos estudantes estão, em pequena maioria, apoiando o movimento. Lastimável!!!!

Partido Politico - instituição a ser repensada.

O papel dos partidos políticos no atual momento da história da democracia ocidental precisa ser urgentemente repensado e da mesma forma o conceito de democracia representativa. Atire a primeira pedra aquele que se sente representado nas casas legislativas. Comece a juntar pedras aquele que vota num programa partidário. Os partidos são coisas do passado, atrapalham mais que ajudam. Servem aos interesses das oligarquias, econômicas ou sindicais. O conceito está apodrecendo junto com o conceito de DEMOCRACIA REPRESENTATIVA que os justificou. O conceito de representatividade precisa de ser reinventado assim como o conceito e a aplicabilidade de: transparência e responsabilidade. Hoje os meios de comunicação estão aí para demonstrar que a Democracia pode ser cada vez mais direta, a interação entre mandatário e mandante pode ser muito mais próxima. Se será agora ou mais tarde, não dá para fazer especulações, mas condições tecnológicas para tal já existem. Pensemos nisso!!!!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Além, muito além...

Olavo Bilac foi buscar inspiração além da Via Láctea para definir o caminho para entender as estrelas, os pássaros, o luar e tudo o mais. Ao agir assim o poeta deixa a sua compreensão para o tema, diferentemente dos que vivem no mundo e não sabem o que é amar. Vejam um trecho do Poema: Via Láctea de Olavo Bilac. Sonhei que me esperavas. E, sonhando, saí, ansioso por te ver: corria... E tudo, ao ver-me tão depressa andando, soube logo o lugar para onde eu ia. E tudo me falou, tudo! Escutando meus passos, através da ramaria, Dos despertados pássaros o bando: "Vai mais depressa! Parabéns!" dizia. Disse o luar: "Espera! que eu te sigo: Quero também beijar as faces dela!" E disse o aroma: "Vai, que eu vou contigo!" E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela: "Como és feliz! como és feliz, amigo, Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!" "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto a via-láctea, como um pálio aberto, cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas".

terça-feira, 5 de junho de 2012

Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

Apesar da realização da RIO + 2O que está prestes a acontecer o Brasil não perde o posto de maior consumidor mundial de agrotóxicos: 10% do consumo do mundo está aqui, o que movimenta US$ 7,3 bilhões ao ano. A nossa regulamentação e fiscalização são ineficazes. Armando Meyer, diretor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da UFRJ, adverte que o problema não é o agrotóxico em si, mas o mau uso que é feito dele e culpa o governo por ceder ao poder econômico do agrobusiness e não enfrentar a questão com eficácia. Observa a reportagem que as economias emergentes (Brasil, China, Índia e Rússia) são as que maiores problemas de saúde enfrentam com a aplicação de agrotóxicos, pois as democracias consolidadas são extremamente rígidas com a atividade. Somando-se o não cumprimento da legislação para área rural com o não cumprimento da legislação destinada a organizar as áreas urbanas o que resta é: o Brasil é o paraíso da leniência - excessiva tolerância para o não cumprimento das normas em geral.

Se a canoa não virar...

Enquanto o Ministro da Educação não se toca, enquanto as quarenta e quatro instituições federais de ensino superior permanecem sem aula e enquanto os alunos não se conscientizam do grande desastre que é a "greve dos professores edição 2012" não custa nada "folhear o Estadão" e perceber o que vai pelo Brasil a fora. Por exemplo: a entrevista concedida pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ao “Estadão”, embora breve e acautelada, precisa ser lida além das entrelinhas. Quando o ex-quase candidato do Lula fala em "Arrefecimento externo e desencanto interno" e está dizendo que preocupa a perda de entusiasmo que os investidores estrangeiros acalentam com relação ao Brasil. E não foi somente o capital especulativo que arrefeceu: houve uma sensível queda no gráfico de investimentos. Sublinhe-se ainda um movimento singular na economia doméstica: os players locais desfazem-se dos seus ativos com rapidez, e os bilhões que envolvem as transações não podem ser aferidos como entradas. O foco da equipe econômica é eventual. Não há lente de longo prazo: as mudanças estruturais são desprezadas, daí porque os sobressaltos diários com o desaquecimento da economia e a despressurização do dólar. O Planalto resfolega para calafetar furos de cabotagem. A desoneração do IPI dos veículos, por exemplo, não alicerça a indústria automobilística, apenas desova os estoques que enferrujam nos pátios. O governo foge de cirurgias profundas, optando por laparoscopias diárias quando, em alguns casos, só o transplante resolveria: onde estão as reformas política, administrativa, fiscal e tributária? Onde está o investimento maciço no sistema educacional? O que se está fazendo para diminuir o custo Brasil, que poderia equacionar a pressão do dólar ao invés de tentar manipular artificialmente o próprio dólar? Onde está a racionalização da execução orçamentária da União? O Estado brasileiro está em vias de incorrer no mesmo erro que a social democracia europeia ocidental cometeu há 50 anos e agora geme quando a conta bate à porta: o “welfare state” foi uma quimera já experimentada e, como o marxismo-leninismo, provada falaciosa. A Europa, mormente os países que não preveniram a duplicata, descobriu o óbvio: não há almoço grátis. O propalado investimento maciço no sistema educacional se resume a prometer o cumprimento das metas prometidas e não atingidas pelo governo anterior, mas a conta desses acepipes que o Brasil hoje serve vai chegar se nós não sairmos desse tom daquela marchinha da Emilinha Borba, “Marcha do Remador” que avisava uma condicionante para o sucesso: “se a canoa não virar, olê, olê, olá, eu chego lá…”. Se não chegar fica para a promessa para ser cumprida pelo próximo governo e aí por diante. Pense nisso!!!!

domingo, 3 de junho de 2012

A privatização do mensalão, por Guilherme Fiúza.

Luiz Inácio da Silva procurou o ministro Gilmar Mendes, do STF, para discutir a escalação do Corinthians. Até porque, graças aos esclarecimentos do ex-presidente, o Brasil hoje sabe que o mensalão não existiu. E isso é um grande alívio. Seria uma temeridade o país continuar sendo governado por um grupo político que tivesse criado um duto entre os cofres públicos e a conta bancária do seu partido. Felizmente, foi só um pesadelo. Seria grave demais se os principais homens do presidente tivessem usado um publicitário picareta para roubar dinheiro do Banco do Brasil e entregar ao PT, entre outros golpes. É uma história tão absurda, que só poderia ser fantasiosa. E é por isso que esse escândalo – que não houve – completou sete anos sem que os réus fossem julgados. O Supremo Tribunal Federal tem mais o que fazer do que julgar crimes fictícios. Na já famosa reunião no escritório de Nelson Jobim, não se sabe o que ficou decidido sobre a escalação do Corinthians. Mas segundo Gilmar Mendes, Lula lhe disse que é melhor o STF deixar o julgamento do mensalão para depois das eleições. Deve ter sido um comentário ameno, na hora do cafezinho. Ameno e enigmático: por que Lula se preocupa com a data do julgamento de um delito que não existiu? Aí vale dar uma olhada na paisagem desse encontro. Se as paredes do escritório de Nelson Jobim falassem, talvez contassem um bocado sobre a lenda do mensalão. Quando Jobim era ministro do Supremo, tentou com bravura intervir no Congresso para barrar o julgamento político de José Dirceu – acusado de mentor desse crime imaginário. Sete anos se passam, e lá está Nelson Jobim de novo, agora como anfitrião de Lula, metido nesse assunto. Deve ser coincidência. Dizem que é um absurdo um ex-presidente da República, padrinho da presidente atual, se insinuar na penumbra em assunto do Poder Judiciário – que envolve o partido governante. Dizem até que assim Lula pode atrapalhar Dilma. Ledo engano. Não há esse perigo. Parece até que o Brasil se esqueceu da equação eleitoral de 2010, que garantiu o tricampeonato do PT: Lula é Dilma e Dilma é Lula. Seria injusto atribuir só ao padrinho a refinada tecnologia chavista de atropelar as instituições. Com o mesmo jeitinho, Dilma já domesticou a Comissão de Ética da Presidência (que fuzilara as ONGs de Lupi, mas anistiou as lanchas de Ideli). Como ministra, ela já invadira a autonomia da Receita Federal para defender José Sarney. E o Banco Central já aprendeu, graças ao governo Dilma, que taxa de juros também se resolve no grito. Portanto, não há surpresa alguma no cafezinho de Lula com Gilmar Mendes sobre o mensalão. É só mais uma cena da privatização do Estado brasileiro pela esquerda patriótica.

sábado, 2 de junho de 2012

CARA DE PAU OU KUDURO

“Joga a mão pra cima, cintura solta Da meia volta e sacode duro Não se canse agora começou a festa Mexe a cabeça e sacode duro”. Latino. Como a pena por propaganda eleitoral antecipada é apenas pecuniária o ex-presidente Lula deixou claro, ao participar de um programa popular de TV ao lado do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, que usará com ele a tática usada com a então candidata Dilma Rousseff: solenemente vai ignorar a legislação eleitoral e turbinar o candidato antes do início da corrida, para compensar o desconhecimento de massa que lhe pesa. “Mais uma vez, o ex-presidente Lula dá uma demonstração ao país de seu total desprezo pelas leis e pelo estado de direito”, disse o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire. E esse comportamento, próprio de quem se acha acima do bem e do mal repete-se em menos de um mês após desrespeitar solenemente o Supremo Tribunal Federal na tentativa de adiar o julgamento do mensalão. Com a maior cara de pau ou kuduro ele chega a conclusão que vale a pena pagar a multa, aliás, não vai faltar quem se propõem a pagar por ele. Do ponto de vista moral a acepção é diversa: o ex-presidente da República já deveria ter concluído que ele prestaria um grande serviço ao “ethos” nacional dando exemplos que valorizassem as coisas certas e não certas coisas. E avisa: "Não se canse agora pois começou a festa".

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Lula continua o mesmo.

Maria Helena R R de Sousa Em Cretinices, Verbais ou Não (28/03/2008), comentei uma palanqueada do então presidente Lula: “De vez em quando, alguém fala assim para mim: mas o governo está utilizando o PAC eleitoralmente. Isso é de uma cretinice verbal que não tem lógica”. Espera aí, cretinice, verbal ou não, tem lógica? Lula, é notório, deve sua ascensão política a um gogó de ouro. Foi cruel o destino ao golpeá-lo logo na laringe. Mas Deus é grande e o Sírio-Libanês é o hospital daquele primeiro mundo... aquele, lembram? Pois é, deu tudo certo. Suas últimas atuações provam que ele está curado. Do câncer. Para quem é verborrágico e ama o som da própria voz, claro que foram múltiplos os disparates que disse ao longo desses 4 anos. Mas ontem e anteontem foram tantas as patacoadas e bazófias que manda a Comissão da Verdade dos meus bisnetos, que eu registre: *Você sabe que eu tenho muita gente que gosta (de mim) e alguns que não gostam. Então, eu tenho que tomar cuidado contra esses daí que são minoria e estão aí no pedaço. Engraçado, não? Ele manda 'Herr Falke' convocar a militância em sua defesa e depois vai para um microfone dizer que precisa tomar cuidado contra esses daí que são minoria e estão no pedaço. *Foi a maior revolução feita na história da educação deste país (gestão Haddad). *Se o imposto do cheque não tivesse acabado, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS. *A única hipótese de eu voltar é ela [Dilma] não querer. Eu não vou permitir que um tucano volte à Presidência do Brasil. *Nordestino vinha para São Paulo só para ser ajudante de pedreiro. E o nordestino, a gente, quer é ser médico e engenheiro. É verdade. Mas como em muitas outras coisas da vida, há dois lados da mesma moeda. Fico com a impressão que ele nunca ouviu falar na Faculdade de Direito do Recife. Meu filho pede que eu diga ao Lula que essa faculdade foi fundada em 11 de agosto de 1827. Seu pai lá se formou, em 1962, estudando à noite e trabalhando de dia. Já havia quem fizesse isso... Como o tempo não para, ponho aqui a foto do relógio da faculdade e as palavras de Nilo Pereira, um dos muitos intelectuais que se formou na instituição (Pernambucanidade, Recife,1983): "A Faculdade é germinal. Que se irradiou por todo o Nordeste. E que esteve e está presente nas Universidades Regionais que se criaram. Formou os bacharéis saídos do Recife ... que ergueram, sobre os alicerces do humanismo jurídico, as Faculdades de Direito dos Estados vizinhos. Para ela vinham as gerações ansiosas de saber, futuros magistrados, advogados, juristas, jornalistas, diplomatas, estadistas, parlamentares, ministros de Estado, conselheiros do Império, escritores, poetas, tribunos, políticos..." Perguntar não ofende: seriam todos milionários?