segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quem te viu, quem te vê?

Eduardo Paes, Prefeito do Rio foi um dos mais aguerridos membros da CPI dos Correios, conhecida como CPI do Mensalão. Sete anos depois, ele e Zé Dirceu discursam no mesmo evento, e suas respectivas falas têm um mesmo vetor moral. Será que a convivência com Sérgio Cabral — ou sua real natureza, que antes não se revelava — está fazendo com que Paes perca a noção de limites e o senso de ridículo. Fala o que dá na telha. Como está sendo bem-sucedido até aqui, é possível que prossiga nessa trilha. O dedicado ex-integrante da CPI dos Correios (a do mensalão) e ex-secretário-geral do PSDB, hoje convertido ao PMDB e ao lulismo fanático, está acusando de eleitoralismo o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal, que apontam as irregularidades, e claro!, a imprensa que noticia os fatos. Outra estrela do evento era Orlando Silva, ex-ministro do Esporte, pasta que, ora vejam…, havia deixado de cobrar da UNE a prestação de contas — coisa de “camaradas”, vocês sabem… Paes resolveu mudar de lado, bandear-se para o petismo, fazer mea-culpa, arrepender-se de ter sido oposição um dia, lastimar o seu passado, tudo para atingir a glória? Que o fizesse! Ninguém poderá negar que, sob certo ponto de vista, fez a escolha correta, não é mesmo? Eis aí o prefeito, com excelentes chances de se reeleger. Pode ambicionar o lugar de Cabral daqui a dois anos. Caso logre esse intento, terá sido uma carreira meteórica do jovem que começou na política pelas mãos de César Maia, em 1993, como subprefeito da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Era, então, do PV. Migrou para o PFL, foi para o PTB, voltou para o PFL, voou para o PSDB e dali migrou para o PMDB. Quando o fez, era nada menos do que secretário-geral do partido, o segundo cargo na hierarquia. Ao se referir em seu discurso sobre a prestação de contas do TCU que detectou inúmeras notas sem valor fiscal, aconselhou ao Presidente da UNE a prosseguir na sua jornada politica pois o exame das contas pode mudar de lado. Nota fria, como sabe o prefeito, não é questão de opinião e de lado. Seja ele tucano ou peemedebista, se a nota é fria, fria é. As pessoas podem até mudar de posição em razão da conjuntura política mas nem por isso precisam justificar a lambança, a trapaça, a sem-vergonhice. Na semana passada, Lula participou de uma inauguração no Rio ao lado do prefeito e repetindo o que fizera com o candidato a prefeito de São Paulo, mandando às favas a lei, o mesmo que fez na campanha eleitoral da Dilma, autorizou: “Casca grossa, Paes, vá em frente…”

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