A transformação das mãos e dos pulsos permitiu aos nossos antepassados andar
cada vez mais eretos, caçar, comer carne e, assim, evoluir. Com a mudança na
postura, o homem conseguiu correr atrás de animais atingidos por suas armas. A
corrida de longa distância foi facilitada por glândulas sudoríparas que
substituíram os pelos. O uso do fogo para cozinhar a carne adicionou uma
quantidade muito maior de proteína à dieta, o que resultou em crescimento
significativo do cérebro - tanto que algumas de nossas ancestrais começaram a
dar à luz prematuramente. Esses bebês prematuros sobreviveram graças à criação
de ferramentas feitas com vesículas e peles de animais que amarravam os
recém-nascidos ao peito da mãe. A tecnologia, resumindo, nos tornou humanos.
É claro que, conforme nosso
corpo, nosso cérebro e nossas ferramentas evoluíram, também evoluiu nossa
habilidade de modificar radicalmente o ambiente. Caçamos mamutes e outras
espécies até a extinção. Queimamos florestas e savanas inteiras para encontrar
mais facilmente a caça e limpar a terra para a agricultura. E, muito antes de
as emissões de CO² pela ação humana começarem a afetar o clima, já tínhamos
alterado o albedo da Terra, substituindo muitas das florestas do planeta por
áreas de agricultura cultivada. Mesmo que a capacidade do homem de alterar o
ambiente, ao longo do último século, tenha aumentado substancialmente, essa
tendência é antiga. A Terra de 100, 200 ou 300 anos atrás já havia sido
profundamente moldada pelos esforços humanos.
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